Capítulo 3

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Fique sóbrio. Este foi o meu único pensamento assim

que entrei no Salão de Baile Reed Ryder mais tarde naquela

noite. Para o inferno o trabalho com Regina. Em vez disso, eu

gastei as últimas horas me preparando física e mentalmente

para esta noite. Eu usava um terno cinza Armani fino, camisa

branca, gravata marrom, cinto marrom, e sapatos Bottega

Veneta marrons. Alguém um dia me disse que o cinza

realçava o azul dos meus olhos. Não que eu dava a mínima

para esse tipo de coisa, mas meus olhos eram a primeira

coisa que as mulheres comentavam, então porque não usar

algo para trazer o foco a eles? Adicionando meu perfeito

cabelo preto liso e eu estava no meu melhor.

Eu olhei para a festa. Eu senti a festa. Mesmo que eu

odiava a festa.

Clara, Maggie e eu viemos a este mundo destinado a

sermos amigos. Sra. Ryder e minha mãe costumavam serem

tão próximas, mais próximas que irmãs, que elas planejaram

sua gravidez para que coincidisse. Nós três dividimos

aniversários, datas importantes, incontáveis férias em

família, verões em Blue Creek, e todos os feriados, com

exceção do último Natal. Além de compartilhar tantas boas

memórias, nós também dividimos a pior. A de perder nossas

mães com poucos dias de diferença. Sra. Ryder morreu de

câncer e minha mãe, num luto profundo por perder sua

melhor amiga, fugiu. Ou tinha sido a história que me

contaram a minha vida toda. As gêmeas — antes e agora —

eram minha família, minhas irmãs, e minha casa. E tão

próximos quanto Maggie e eu tenhamos ficado no passar dos

anos, o oposto aconteceu com Clara. Eu me apaixonei por

ela, não muito tempo depois que perdemos nossas mães, e

esse foi o primeiro prego no caixão Leo-Amizade-Clara.

Mas nem no inferno que eu ia deixa-la acabar com um

babaca como Andrew. As informações de Reed me deram uma

nova motivação. Esta noite era mais importante do que eu

pensava inicialmente. Então você precisa ficar sóbrio!

Beber costumava ser minha muleta. Em situações

sociais como esta, eu raramente era visto sem um Martini ou

cerveja em minha mão. Mas por mais que eu me sentisse um

merda por causa de Clara, eu não podia me dar o luxo de

perder o controle esta noite. Então eu encontrei Doug, um

garçom, um cara que eu conhecia por anos, porque precisava

Leo Maddox.Onde histórias criam vida. Descubra agora