Capítulo 11

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Era isso. Fazer ou morrer.

Quando eu caí daquela sacada dois anos e meio

atrás, decidindo depois daquela noite que eu precisava

colocar minha vida em ordem, foi tudo uma preparação para

este momento. E quando eu pulei na frente do carrinho de

golfe em movimento de Clara também foi para este momento.

De banho tomado, recém-vestido, com um par de

horas de tempo para permitir que o álcool começasse a deixar

o meu sistema, eu sentei no banco de trás do meu carro, o

meu motorista me olhando desconfiado do banco da frente,

do lado de fora do apartamento de Stephany no Brooklyn. Já

era tarde. Muito tarde. Tinha levado um caminho muito

longo, metafórica e fisicamente falando, para chegar aqui. Eu

estava debatendo sobre se eu deveria falar com Clara agora

ou esperar até a manhã.

Foda-se, eu decidi, saindo do meu carro. Chega de

conversa fiada por aí. Eu precisava vê-la agora. Isso não

podia esperar mais. Eu não me importava se eu a acordasse e

toda a vizinhança maldita. A única coisa em minha mente era

falar com ela. Se ela estava sentindo qualquer das coisas que

eu estava sentindo, então ela não deveria ter fugido de mim

mais cedo. Eu sei que Clara tem uma coisa sobre se trancar

quando a merda bate no ventilador, mas eu queria ser a

única exceção para ela. Eu queria que ela corresse para mim,

não para longe de mim, quando as coisas ficassem difíceis.

Apressando-me do outro lado da rua até a entrada do

lugar de Stephany, meu coração batia contra as minhas

costelas tão forte que eu mal conseguia enxergar direito. Será

que Clara até mesmo sente uma fração do que eu estava

sentindo? Não saber era a parte mais difícil. No estádio mais

cedo, por um pequeno momento — isso havia sido real.

Quando nós nos beijamos na noite anterior — isso havia sido

real. E no metrô, quando nós dois nos lembramos da mesma

memória do trevo — havia sido real. E, quando eu parei,

minha mão pronta para bater na porta de Stephany, todo o

meu ser estava pronto para colocar tudo sobre a linha —

parecia real.

E, de repente, enquanto a resposta para todas as

minhas dúvidas salientavam frenéticas, meu telefone

começou a zumbir no meu bolso. Quem poderia estar ligando

a esta hora? Já passava das duas da manhã. Só uma pessoa

poderia estar me chamando. Eu estava com um maldito medo

até de pegar meu telefone do bolso para verificar e me

Leo Maddox.Onde histórias criam vida. Descubra agora