Leo Maddox.

Capítulo 5

Atordoado e confuso. Esse era eu. Atualmente.

Parado em meu chuveiro.

A água corria pelo meu rosto enquanto eu respirava

pesadamente. Eu parei de usar drogas quando tinha

dezenove anos, então eu sabia que não estava alucinando que

Clara estava em minha casa.

"Se acalme, Leo," eu disse alto. "Ela vai estar dentro

daquele carro."

Mas eu não conseguia me acalmar, e na verdade eu

não queria ficar calmo. Eu tinha esperado grande parte da

minha vida para me sentir desse jeito. Para ter uma chance.

Para ter esperança.

Mas minha esperança tinha sido desperdiçada?

Minha mente pulou para uma memória de Clara no

verão passado. Nós não tínhamos nos visto muito neste

último ano. E antes deste final de semana, aquele incidente

foi a última vez que nós tínhamos nos falado. E como sempre,

uma simples conversa entre nós tinha terminado em palavras

ofensivas.

No último verão eu estive em Blue Creek por apenas

uma semana. Eu tive férias do trabalho. Ao invés de gastar

minha semana em Paris ou Roma ou algum lugar

deslumbrante, eu vim para Blue Creek. Eu sabia que Clara

estaria em casa para as férias da faculdade, e eu

secretamente esperava ter uma chance para falar com ela.

Mas de seis em sete dias na Virginia, eu ainda não a tinha

visto. Então no sétimo dia, sem nada a perder, eu tive uma

chance e fui para a piscina do country club. Talvez nós

pudéssemos nos esbarrar por acaso. Eu já tinha tentado

minha sorte em todos os outros lugares.

Para minha surpresa, minutos depois de eu parar na

piscina, Clara entrou. Ela foi direto para o vestiário feminino,

seus chinelos batendo na calçada. Ela parou quando me notou

descansando numa espreguiçadeira do outro lado. Nós

estávamos sozinhos. Ela não tinha que me reconhecer. Mas ela

reconheceu. E começou a andar em minha direção. Eu não

estava vestido para nadar. Na verdade, eu nem esperava

encontrá-la aqui. E agora ela estava vindo em minha direção

na porra de um maiô.

"Não tenha um ataque cardíaco, Leo," eu murmurei

através da minha respiração. "Seja legal."

Ela chegava mais perto.

Sim, eu ia ter um ataque cardíaco. Eu não tinha

controle dos meus batimentos cardíacos.

"Clara," eu disse enquanto ela se aproximava. Apesar