III - You'll find me

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Depois de um dia cansativo cheguei em casa. Meu nome é Tália, eu moro em um apartamento relativamente grande, com meu namorado Liam que devia estar me esperando, pois iriamos jantar em algum restaurante que ele ia escolher, porque, de acordo com ele, eu viveria de pizza. Entro e está tudo muito calmo e silencioso.

- Liam? - O chamo assim que entro em casa, mas ninguém responde - LIAM? - Grito, mas continuo sem resposta. Vou dar uma volta pelo apartamento, para ver se ele está escondido em algum lugar, no banheiro ou sei lá. Vasculhei tudo e não achei ele, estava começando a ficar desesperada, quando achei uma carta na mesinha do lado do sofá, era do Liam para mim, achei estranho e decidi ler.

Tália

Hoje percebi que não vivo sem as suas piadas que não fazem sentido, não vivo sem suas brincadeiras idiotas, sem as suas zoeiras que me irritam muito, não consigo passar um dia sem ouvir sua risada ou seus desastres. Não quero viver sem ouvir você reclamar de como eu te irrito, não quero parar de brigar, para depois nos reconciliarmos e rirmos de quão estupida foi a briga, nunca quero ter que viver sem o brilho dos seus olhos e o seu sorriso. Hoje percebi que não consigo viver sem você, mesmo que isso custe minha vida.

Mesmo que eu nunca seja um cavaleiro em uma armadura dourada ou um super-herói, eu vou fazer de tudo para te salvar quando você precisar e mesmo que sejamos diferentes em vários aspectos, é isso que nos faz sermos tão unidos, é isso que nos faz sobreviver a todas as discussões sobre qual filme assistir, qual série começar ou qual música ouvir, são com essas diferenças que um completa o outro.

Você é a única que realmente me conhece, somente para você eu mostrei meu coração. Eu sinto seu coração dentro do meu e quando estamos separados, metade de mim fica com você, mesmo que tenhamos cicatrizes que as vezes não podem ser vistas e a dor só piora, quando estamos juntos não sentimos nada. Eu vou estar do seu lado, a qualquer momento em qualquer lugar, quando você precisar de mim. Amor nós podemos ser o suficiente.

"Você vai me encontrar, sim, você vai me encontrar
Em lugares que nunca estive
Por razões que não compreendemos
Andando no vento, andando no vento"

All the love L. xx

Terminei de ler a carta, meus olhos estavam ardendo e meu rosto todo molhado, nem quero ver a maquiagem. Fiquei me perguntando o motivo daquela carta e onde ele estava. Li e reli a carta procurando uma pista de sua localização, até perceber que o último verso "Você vai me encontrar, sim, você vai me encontrar, em lugares que nunca estive, por razões que não compreendemos, andando no vento, andando no vento", era a deixa para eu sair atrás dele. E foi o que eu fiz. Saí. Sem trocar de roupa, sem me arrumar, simplesmente saí, nada além de achá-lo importava naquele momento e eu nem sabia para onde ir. Comecei a pensar em todos os lugares onde já fomos juntos, mas nenhum parecia adequado.

Fui até a praia, onde assistimos o nascer do sol juntos, mas ele não estava lá. Fui para o parque onde demos o primeiro beijo, não vi ninguém e resolvi procurar o banco onde estávamos sentados, achei, mas novamente ele não estava lá. Como íamos jantar, passei pelo Starbucks onde tivemos nosso primeiro encontro, mas ninguém tinha o visto o dia todo. Fui até onde ele me pediu em namoro e nada, estava quase desistindo quando lembrei de onde nós nos conhecemos, resolvi ir até lá. Era um parquinho antigo, do lado da escola onde estudávamos na quinta série, foi a primeira vez que nos vimos, eu estava me balançando, mas fui muito forte e quase cai, quase, porque Liam estava lá e me segurou. Desde aquele dia ele tem me salvo dos meus desastres.

Cheguei e estava muito escuro, estava começando a ficar com medo, mas pelo Liam vale a pena. Entrei devagar cuidando onde pisava, olhei para os lados e passei os olhos pelos balanços, não tinha ninguém. Um nó se formou na minha garganta e meus olhos marejaram, sentei em um dos balanços me odiando por não o ter achado. Comecei a me balançar, porém o balanço era muito pequeno e eu me desequilibrei. Minha bunda escorregou para trás e meu tronco foi junto, mas então, senti duas mãos segurarem minha cintura e gritei assustada.

- Calma, é só o garoto do parquinho - Liam! Assim que ouvi sua voz me virei para abraça-lo. Senti alívio por ele estar ali e também fiquei muito feliz por tê-lo achado.

- É tão bom te ver, fiquei com medo de não te achar - digo o soltando e olhando em seus olhos, ele sorri e limpa algumas lágrimas do meu rosto, então o beijo. Ele retribui e aperta minha cintura levemente, nos separamos e o abraço novamente.

- Eu sabia que você me encontraria, mas não sabia que você iria repetir a cena - ele ri fraco e eu também - bom, tinha que ser um lugar especial, afinal, não é todo dia que pedimos alguém em casamento - ele sorri e seus olhos se fecham, como eu amo esse sorriso, mas pera, casamento?

- Casamento? Liam não brinca comigo, é sério, você quase me matou do coração quan...- ele me interrompe.

- Você quer casar comigo Tália? Quer ser minha mulher? Tipo, para sempre - eu fico sem reação e ele me olha ansioso pela resposta. Ataquei seus lábios repentinamente, ele se assustou um pouco, mas depois retribuiu. Nos separamos e Liam me olhou como se exigisse uma resposta formal, eu sorrio.

- Tu podia pelo menos ter esperado eu me arrumar para me pedir em casamento, ou ter avisado... - ele me olha com uma cara feia, o que é quase impossível, me advertindo a não continuar - okay, eu aceito - rio fraco e ele abre um sorriso de orelha a orelha. Liam me abraca, me levantando e erguendo o chão.

- Eu te amo - ele diz enquanto me aperta contra seu corpo. Depois fomos à uma pizzaria e assim terminou o melhor dia de todos, apesar do susto.

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