I - Marcada

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Eram seis da tarde, eu havia acabado de sair do trabalho e resolvi passar no mercado antes que ficasse sem comida. O mercado não ficava muito longe, mas estava caminhando mais devagar, observando as vitrines, quando alguém esbarra em mim, fazendo a pasta que eu estava segurando cair.

- Desculpa, meu deus, eu sou muito desastrado... - assim que subi o olhar para o homem a minha frente, me perdi em seus olhos. Eram de um castanho intenso, eram profundos e brilhavam. Ele era lindo, barba por fazer, um topete meio bagunçado e um sorriso meigo... - ei? Tudo bem? - Ele disse sorrindo, e que sorriso.

- Sim, tudo bem, eu também estava distraída - sorri e novamente me perdi em sua beleza. Ele era lindo sem tentar, sem esforços, um simples sorriso e várias garotas desmaiariam. Ele olhou pra mim e por um instante meu coração parou, senti borboletas no estomago. Naquela fração de segundo percebi que ele tinha algo de diferente, algo que o destacava, talvez o sorriso meigo com dentes perfeitos ou os olhos brilhantes que quase se fechavam quando sorria, eu não tinha certeza, mas havia uma coisa nele que me marcou. Ele disse alguma coisa que não entendi e no segundo seguinte acenou, entendi como uma despedida e acenei de volta, desajeitada e meio perdida ainda.

Observei por um momento ele se afastando e onde passava as garotas suspiravam. Então ele sumiu do meu campo de visão, talvez tivesse virado em uma esquina, nunca mais o vi, nem cheguei a perguntar seu nome quando pude. Com o tempo ele se tornou um momento, um que eu lembrava detalhadamente e nunca iria esquecer, porque ele havia me marcado, e era permanente.



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