03. Prologue

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Um arrepio frio apodera-se do meu corpo já frágil. Os meus olhos lacrimejam devido ao vento frio que vem contra a minha cara.

Avisto um dos inimigos e primo o gatilho atirando no mesmo acertando-lhe em cheio no peito fazendo com que este caísse imóvel na relva verde.

"Alvo às três horas abatido." Falo para o pequeno dispositivo que trazia preso ao ombro de modo a poder comunicar com os meus colegas do gangue.

Usamos horas do relógio para posicionar os nossos inimigos e assim podermos concluir se estamos seguros ou necessitamos mudar de posição.

"Muito bem, Aurora." Julian responde usando o meu verdadeiro nome. Vai sofrer as consequências. Mais logo, claramente.

Desloco-me a passos curtos para a entrada do casebre antigo.

"Estou na entrada." sussurro a custo.

O silêncio instalava-se dentro da casa. Nem um único suspiro era ouvido. Estará livre?

"Não há barulho." digo para mim mesma.

Levo a mão ao interruptor mas a luz não se acende, sem sucesso. Ando sobre o soalho velho que ranje a cada passo meu enquanto as minhas mãos agarram a arma cuidadosamente.

Encontro-me perto de uma parte do casebre que parece uma cozinha, sendo que esta tem alguns pratos em cima da mesa, um forno ao canto, uma bancada ao lado do mesmo, etc. Ando até à bancada. Está escuro mas ainda assim algo vermelho me salta à vista e ando até ao mesmo.

Uma bomba. Marcava 1:30, um minuto e trinta.

"Uma bomba, número 2." Falo de encontro ao meu ombro sem obter resposta. Ótimo, era o que faltava.

Peguei numa navalha pequena e afastei o meu longo cabelo castanho. Desarmei a bomba. Ouço pequenos passos e viro-me automaticamente pegando na arma.

Um ser de estatura pequena emite sons de alegria enquanto se aproxima de mim e abana os braços para cima e para baixo. Um bebé. Baixo a arma pegando nele.

"O que é que um bebé faz aqui sozinho?"

"Papá? " A criança olha em direção à porta e uma figura paterna aparece. Pouso o bebé imediatamente e pego na minha arma. Bolas.

"Ora, Ora, o que temos aqui. " Ouço gargalhadas.

"Nem mais um passo." Ameaço rudemente.

"Vai matar-me com um bebé ao seu lado?" Eu não seria capaz, pobre criança.

Suspiro em resposta e continuo com a arma apontada em sua direção. Passos largos são dados até mim e este homem tira uma arma.

"Não se atreva a mexer nem mais um dedo." Armo o percursor* do revólver e ameaço premir o gatilho.

Sinto o meu corpo embater com a bancada atrás de mim e uma dor aguda percorre o meu peito. Fui atingida.

"Cuidado, alvo às seis horas!" Ouço uma voz antes de perder os sentidos.

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*Percursor é uma peça da arma de fogo que tem como função percutir direta ou indiretamente a espoleta do cartucho.
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Com todo o amor,
Blessed Girl.

The Ringleader {Z.M.} (Terminada) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora