06. Dad?

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Wish we could turn back time, to the good ol' days
When our momma sang us to sleep, but now we're stressed out
Wish we could turn back time, to the good ol' days.

Twenty One Pilots - Stressed Out

O sol já se tinha escondido por entre as nuvens. O céu estava em tons de fogo, laranja e amarelo misturados que ameaçavam tornar-se azul escuro rapidamente.

Os meus pés moviam-se rapidamente por entre as brechas das árvores da floresta. Esta tornava-se mais escura a cada passo meu. Galhos eram esmagados pelos meus pés enquanto o meu corpo se movia em passo de corrida para dar chegada à gruta.

Olhei para trás várias vezes certificando-me de que ninguém me seguia. Cheguei e logo retirei a arma de fogo da parte de trás das calças e rodei-a sobre a minha mão arrumando-a novamente para fazer tempo.
Observei o meu relógio de pulso dourado dar as 22:00h em ponto e estalei a língua por entre os dentes vendo os outros membros chegarem uns depois dos outros.

"Venham, temos muito que falar hoje." A minha voz saiu o mais rude possível e a minha mão empurrou a porta de madeira desgastada.

Depois de todos termos entrado, sombras de vários pacotes de cartão invadem a minha vista. A mercadoria que chegara ontem à noite. Cocaína, êxtase, maconha, entre outras drogas ilícitas e armas.

Os meus parceiros e a minha única parceira encaravam-me com ar extremamente sério e consequentemente nervoso.

Julian cruzava os braços, em pé, e mantinha o peso do corpo sobre as suas pernas abertas. Louis sentava-se, agora, num dos sofás encostados à parede. Chris mostrava a sua expressão de interesse e esfregava as mãos uma na outra na tentativa de aquecê-las. Gage, a única rapariga, caminhava de um lado para o outro. Os restantes mantinham-se apenas encostados à  parede ou sentados no braço do sofá preto cheio de pó.

"Uma vez que já temos a nossa mercadoria aqui, vamos experimentá-la." Dirigi-me a uma das caixas que continha armas pesadas e retirei uma Thompson M1921, uma metralhadora americana.

"Então, quem vai ser o primeiro a explicar-me o que se passou na minha ausência e o porquê de todos saberem o meu nome?" A minha expressão é séria enquanto carrego a arma.

Gage pára imediatamente de desgastar o chão por debaixo dela quando ouve o "trac" da arma carregada. O seu olhar pousa em Julian e todos os outros fazem o mesmo.

"Há mais um gangue temido aqui, em Londres. Não sabemos ainda a origem deste e nem sabemos quem os comanda. Sabemos muito pouco deles enquanto que eles parecem saber muito de nós." Começa Julian caminhando pela sala na minha direção enquanto leva a mão ao queixo.

"Porém, conhecemos os constituintes." Louis brinca com os dedos direcionando o seu olhar a Julian que fala para estragar o silêncio.

"Alexis, a cabra da tua companheira de quarto..." mostra-se atrapalhado fazendo-me lembrar do nosso beijo. Primo os lábios um contra o outro. "Harry, um rapaz de cabelos encaracolados que anda sempre com Alexis, Niall, um rapaz loiro de olhos azuis..."

"E Zayn." Gage completa.

"Zayn, o moreno de hoje." Julian explica.

"Zayn, o moreno de hoje."  Zayn. O nome dele era Zayn. O dono daquela voz rouca. O rapaz musculado e moreno que proferiu o meu nome com naturalidade como se fosse outro nome qualquer e me conhecesse já há muito tempo.

"E como raio é que eles sabem o meu nome?" Dou um berro fazendo todos olharem-me.

"Não sabemos. Ninguém sabe." Louis diz com aborrecimento.

"Eles sabem..." Julian engole em seco e fala. "Sabem que és a cabecilha e que eu pertenço. Dos outros membros eles não têm conhecimento."

"E como raio eles sabem disso?" Suspiro tentando acalmar-me.

Nenhuma resposta fora ouvida. Prossegui.

"Muito bem. Vamos organizar uma pequena lição para dar a esse gangue temido por Londres." Estalei sarcasticamente. "Alguma ideia?"

Scot, um loiro gótico presente na sala, levanta o braço.

"Trazemos um dos deles. A número três é bem capaz de fazer isso com aquele poder de sedução." Todos soltamos algumas gargalhadas uníssonas enquanto ele se referia a Gage que revirava os olhos.

"Não é uma má ideia de todo. Trazemo-lo, sacamos-lhe a informação e, depois de o matar, enviamos a sua cabeça como presente de Natal adiantado." Acrescento.

Um pequeno ruído é ouvido e volto-me rapidamente desarmando o percursor. Mais umas oito armas foram desarmadas. Os meus colegas começaram a ronda para ver se encontravam algo suspeito ou alguém que ousara ouvir alguma coisa.

Corro para fora da gruta e sinto um ardor nos olhos por causa do vento frio. Solto um suspiro enquanto caminho dando a volta pelas traseiras certificando-me de que o lugar estava vazio.
Assusto-me ligeiramente quando ouço um berro vindo do interior que provinha da boca de Louis.
Ando a passos longos e paro na entrada quando vejo um corpo amarrado à cadeira onde costumavamos colocar, confortavelmente claro, os inimigos para depois os matar.

"E parece que Maomé não precisa de ir à montanha. A montanha veio a Maomé." Solto uma gargalhada sarcástica pousando a arma. "Harry, não é mesmo?" Caminhei até ao corpo que me encara enquanto tenta soltar-se das cordas que o prendem. "Nã, nã, nã,  querido. Hoje tens uma estadia diferente."

"Eles virão à minha procura." Defende enquanto eu agarro o seu colarinho torcendo-o e levo a outra mão aos seus cabelos encaracolados obrigando-o a encarar-me.

"Harry, Harry, achas que és alguém que valha a pena procurar?" Batuco com os dedos no seu rosto. Afasto-me dois passos do sujeito e agarro a pequena caixa preta que me fora entregada à poucas horas pela loira.

"Conheces isto?" Ele não observa o objeto e baixa o olhar. Prego um estalo na sua face e marca dos meu dedos aparecem na sua cara num tom avermelhado. O seu maxilar torna-se visível assim que ele cerra os dentes com raiva.

"Quem é o vosso chefe?" Digo e o rapaz ergue o olhar e coloca uma expressão divertida no rosto mostrando o seu sorriso malicioso.

"Amor, eu já estou morto e já, achas que te vou dar alguma informação?" Faço sinal a Louis que me traz nas mãos grandes e musculadas um objeto com uma lâmina afiada .

"Tenho a certeza." Apodero-me do objeto e encosto à sua garganta fazendo alguma pressão até sentir a sua pele ser levemente cortada.

"Quando acabares... avisa." Gozou. Eu estava a ser branda mas quando me tiram do sério, não aguento mais. Retiro a arma da parte de trás das calças e atiro na sua perna direita.

Os seus olhos arregalam-se e um grito seguido de gemidos dolorosos é ouvido. O líquido vermelho escuro designado sangue começa a espalhar-se pelo chão.

"Danny, o seu nome é Danny." O seu sotaque britânico faz-se ouvir entre os vários suspiros de espanto. Não percebo o motivo de espanto.

"O que ele quer?" Eu não conseguia pensar de forma correta. A raiva estava a devorar a minha mente. "Espera, Danny?" 

"Danny." Ele repete entre gemidos graves de dor.

"Danny quê?" O meu rosto toma um tom avermelhado e sinto um calor extremo percorrer o meu corpo como um choque.

"Danny Rosevelt." Harry ameaça apagar-se tombando a cabeça para o lado, queixando-se.

"Levem-no para os cuidados intensivos lá em cima. Chris sabes o que fazer. Mantenham-no vivo."

Danny Rosevelt. Pai?

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Aqui está a minha pequena prendinha de Natal para vocês meus amores lindos.

Afinal o pai dela não está morto! Pelo contrário, está vivo e bem vivo!

Tenho apenas um pedido final para esta noite. Leiam, comentem, votem e deem-me a melhor prenda de Natal de sempre.  

Com todo o amor,

Blessed Girl.

The Ringleader {Z.M.} (Terminada) #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora