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Gerard deixou seu número com Frank, "Só para garantir", e Frank passou o resto do fim de semana deitado em banhos cada vez mais quentes, comendo analgésicos como um drogado e resistindo a vontade de ligar para Gerard e implorar para que ele voltasse e deixasse Frank se sentar perto dele por um tempo.

Era ridículo. Foi só depois de Gerard sair que Frank percebeu que até mesmo tê-lo em seu apartamento o fazia ficar melhor; não do modo analgésico que o toque dele fazia, mas sua presença era calmante ou sei lá, terapêutica pra caralho. Provavelmente estava tudo na mente de Frank. Provavelmente a porra da coisa toda estava na mente de Frank. Provavelmente ele já estava trancado em um hospício em algum lugar e isso era tudo uma alucinação.

No Domingo ele se arrastou para fora do apartamento para fazer compras e comprar novas coisas para sua cama - deitar no colchão descoberto o faz ficar muito velho, muito rápido, e almofadas não foram feitas para se dormir por uma noite inteira - e na volta, um daqueles panfletos que ele colou sobre sua cachorra atraiu seu olhar.

Várias das faixas com o número haviam sido tiradas, o que poderia significar que alguém encontrou ela, mas também poderia significar que alguém esteve com tédio enquanto esperava um ônibus. Frank prometeu a si mesmo que checaria a porra das mensagens quando chegasse em casa.

Ele estava tão aéreo ultimamente, pensou enquanto esperava para atravessar a rua - porra, ele esqueceu a porra de seu carro, e lá estava outra coisa que ele se esqueceu desde que começou a apanhar de um homem invisível.

As luzes mudaram e Frank se moveu com a multidão, mudando suas sacolas para seus braços para aliviar a pressão em seus pulsos doloridos. Era tão estranho o modo com que a dor estava localizada assim. Ele não sabe que diabos ele faria se tudo começasse a doer de uma vez.

Ele chegou em casa e colocou suas compras longe, então conseguiu colocar seus novos lençóis em sua cama antes de seus pulsos cederem completamente e ele apenas se sentar no chão por um tempo, segurando eles perto de seu peito e tentando respirar através da dor.

Que se foda o Doutor Durning, ele decidiu de repente, se esforçando e escavando desajeitadamente por sua mochila. A porra de dois dias de Vicodin, aquilo não deixaria Frank passar nem por uma dor de cabeça realmente forte. Seus dedos estúpidos fecharam finalmente no tubo de pomada que Luke deu para ele e ele arrancou a tampa com um gemido, tirando produto demais e derramando um pouco em seu jeans na sua pressa para aplicar em sua pele.

"Aaaaah", ele sussurrou, esfregando o mais rápido que pôde. Não era tão bom quanto Gerard, mas foi fodidamente bom receber qualquer tipo de alívio, e sendo a fricção ou a gosma, o latejamento diminuiu o bastante para que ele pudesse mover suas mãos propriamente de novo sem sentir que elas fossem cair logo após.

Frank passou o excesso de pomada sobre sua tatuagem. Já estava cicatrizada, claro, mas não faria nenhum mal. Ela era realmente linda, agora ela estava estável, ela aparentava fazer parte de Frank por anos, como se ela tivesse sido feita para estar lá todo esse tempo.

Frank se elevou para a cama e conseguiu ligar para sua mãe e mentir para ela por vinte minutos sobre tudo estar bem, antes de desmaiar em sonhos desconfortáveis sobre ser seguido e observado por alguém que ele não conseguia ver.

Ele se esqueceu de checar suas mensagens. 

I Have Been All Things Unholy [Unholyverse pt1]Onde histórias criam vida. Descubra agora