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"Eu estou falando sério, caras, vocês têm que me tirar daqui."

Ray olhou para Bob e então de volta para Frank. Ambos tinham os braços cruzados, pairando sobre a cama como sentinelas, um em cada lado. "Eu não sei, Frankie, se os médicos acham que você deveria conversar com alguém-"

"Eu estou com você, Frank", Bob o interrompeu.

Ray fez um ruído de dor. "Eu tenho certeza de que contrabando de suicidas para fora do hospital é mal visto, Bob, você quer confusão com a segurança do hospital?"

"Eu conseguiria me safar", Bob respondeu. "E não diga 'confusão'."

"Eu não sou um suicida", Frank insistiu. "Mas nenhum psiquiatra vai acreditar, Toro, olhe pra mim." Ele levantou os braços.

Ray suspirou e ergueu os olhos aos céus. "Me dê forças."

"Confie em mim", Frank disse sombriamente, puxando as cordinhas do seu vestido estúpido. "Isso não vai ajudar."

Bob disse, "Hospitais são besteira, cara." Todos sabiam que Bob odiava hospitais quase tanto quanto odiava pausas para comerciais em pontos estúpidos nos filmes da televisão. Frank se lembrou de uma vez quando Bob estava trepado no muro tentando ajudar um pombo malandro a voar pra fora em vez de ficar em torno da loja, e acabou caindo estranhamente, conseguindo quebrar um espelho e cortar sua coxa, e ele não foi para o hospital por tipo três dias.

"– e você quase morreu", Ray lembrou Bob calorosamente. "E eu não quero ver a perna de ninguém ficar daquela cor de novo, Bryar, eu falo sério. Eu acho que Frank deveria ficar aqui e –"

"Não há nada de errado com a perna dele", Bob fez uma careta. "E é o Frank, cara, ele não vai enfiar a cabeça em um forno."

Frank puxou a manga de Ray. "Eu não vou", ele prometeu.

"Você não tem que ajudar", Bob disse, trazendo as coisas de Frank para que ele pudesse se trocar. "Você pode dizer que não viu nada."

"Claro que eu tenho que ajudar!" Ray guinchou, jogando suas mãos no ar. "Se eu deixar vocês dois sozinhos vocês vão acabar com vasectomias acidentais ou algo assim!"

Frank terminou de puxar suas calças e deslizou da cama para que pudesse enfiar os pés nos sapatos. "Nós temos que correr, eles disseram que o psiquiatra iria chegar logo."
"Puta que pariu", Bob disse. "Eles não te dão Medicaid para poder ter um cilindro de oxigênio quando seus pulmõezinhos fracos tem um ataque, mas podem te achar um psiquiatra quando você não precisa de um."

"Deus abençoe a América", disse Frank, colocando sua camiseta.

O problema era que eles não sabiam como o psiquiatra era, então Frank teria que se esconder toda vez que um médico passasse, o que era bastante, porque – hospital. Felizmente Frank conseguia se esconder atrás de... Bem, tudo maior que ele, o que era a maior parte das coisas, então eles fizeram tudo certo até alcançarem a sala de espera da emergência, e então de repente Ray rodou no mesmo lugar e empurrou Frank para uma cadeira.

"O que-"

"Durning", Ray sussurrou, ele e Bob formando uma parede humana atrás de Frank, o tirando de vista.

Era deprimente, Frank pensou, que todos os seus amigos soubessem qual era a aparência do seu doutor de pronto-socorro favorito. Ele estava quase falando que Durning provavelmente sabia como Ray e Bob eram também, mas então a garota do assento ao lado disse, "Olá, dançarino."

Frank olhou para cima em surpresa e viu que era a garota do palco com quem ele dançou no clube. Ela estava usando jeans e uma camiseta, mas era definitivamente ela. "Dançarina!"

I Have Been All Things Unholy [Unholyverse pt1]Onde histórias criam vida. Descubra agora