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"Gerard ligou para Mikey ontem", Ray reportou enquanto eles andavam pela rua no Domingo. "Aparentemente Luke definitivamente não é uma ameaça, e você deve relaxar."

Frank apertou os olhos pelo sol; tirou seu óculos de sol de seu bolso e o deslizou em seu rosto. "Eu estava relaxado, Toro. Aí algum imbecil veio e começou a me incomodar para caminhar com ele."

"Mas são boas notícias, não são?" Ray insistiu. "Quer dizer, você não tem que se preocupar mais."

Frank deu de ombros. Ele precisava de tênis novos; ele podia sentir as quebras da calçada através de suas solas. "Quem está preocupado? Eu não tenho nenhum problema para dormir de noite."

"Nem em nenhuma outra hora do dia." Ray parou e olhou para a loja pela qual eles estavam passando. "Ei, eu preciso entrar aqui, vai ser bem rápido."

"Okay." Frank tirou seu cigarro do bolso e acendeu-o. "Eu vou esperar aqui."

Ray entrou e Frank ficou perto de uma estante de revistas giratória e fumou seu cigarro. Ele contou seis pessoas usando crucifixos, três kipás, dois homens com pontos vermelhos entre seus olhos. O ar estava frio e ele enfiou sua mão livre em seu bolso, esfregando seus dedos para esquentá-los.

Alguém o empurrou, de repente, fazendo Frank pular e deixar seu cigarro cair. Ele bateu na estante de revistas, o fazendo tombar sobre os dois caras do outro lado.

"Desculpa, cara", Frank começou, mas o cara maior se levantou e ficou cara a cara com ele.

"Presta atenção no que você faz, seu filho da puta!" Ele gritou, e Frank viu tudo vermelho, ele nem mesmo sabia o que estava acontecendo, só que em um momento o cara estava gritando com ele e no outro Frank o tinha prensado contra a parede, seus braços torcidos em suas costas, presos pelos punhos de Frank, e Ray estava tentando os separar.

"Calma", ele disse de maneira urgente, puxando dos ombros de Frank até que ele relutantemente soltou o cara e deu um passo para trás, fechando a mãos em punho para impedi-las de tremer. "Desculpa", Ray pediu para o cara, que estava todo boquiaberto e parecendo idiota de tanta surpresa. "Venha, Frank, vamos sair daqui."

Frank deixou Ray o tirar de lá, e então balançou suas mãos e revirou o bolso por mais um cigarro. "Eu não precisava da porra da sua ajuda."

"Mas ele sim", Ray disse suavemente. "Eu pensei que você iria quebrar a cara dele."

"Ele que começou", Frank murmurou, puxando os ombros para cobrir as orelhas. Ele sentia como se todo mundo estivesse olhando para ele; ele estreitou os olhos para uma garota hippie que o encarou por muito tempo. "Maldito idiota."

Ray o olhou. "Você está meio que um babaca agora, Frank."

"Eu sempre fui um babaca", Frank argumentou. "Onde estamos indo, aliás?"

"Você quer ir para algum lugar em particular?"

"Não." Frank tragou seu cigarro; a fumaça era boa e energética em seus pulmões. "Eu não ligo."

"Eu estou vendo que não", Ray disse.

I Have Been All Things Unholy [Unholyverse pt1]Onde histórias criam vida. Descubra agora