Capitulo 1

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Jamie

Uma tempestade forte chamava a minha atenção, lá fora parecia que tudo estava sendo destruído aos sons dos relâmpagos e trovões. Ficar aqui no meu lar, sozinho, era a minha opção, gosto disso, solidão. Olhei pela janela e vi que as águas do rio se movimentavam sem parar, nesse momento chegava a ser perigoso ter uma moradia tão próximo a ele assim.

Apesar de ser um lugar seguro e bem bonito, não gostaria que o rio transbordasse e destruísse o que eu construí com tanto amor para ter paz.
Sentei-me em frente a laleira e deixei que os pensamentos vissem com mais força, não deveríamos pensar em no que nos causa tanta dor, sofrimento.

Por um momento pedir a Deus que me mandasse um remédio pra essa ferida, que suporto a base do ódio e frieza que insisto em usar.

Respiro fundo, irritado.

Escuto alguém gritar, no primeiro estante penso que estou mesmo ficando louco a ponto de ouvir vozes. Só que outro grito me faz levantar e ir para fora, não enxergava ninguém, peguei minha lanterna e coloquei um protetor de chuva, mais uma vez o grito, vinha de bem próximo ao rio, corri pra ver o que era iluminando o local, me assustei quando vi uma garota rastejando no chão, logo de cara imaginei-me em um filme de terror e passei a pensar que eu estava mesmo ficando louco.

__Ajuda.- ouvi ela pedi.

Me toquei que em minha frente tinha uma garota desprotegida, com frio e com uma ferida em algum local do corpo, partes de seu rosto sem lama revelava sua pele branca resfriada, mostrando quão pálida estava e com certeza sentindo frio. Eu faria alguma coisa para ajudar ela...

__Socorro.- ela gritou,como ela não me via em sua frente?-Alguém ajuda-me. - suplicava.

Seguro suas mãos e a levanto com dificuldade,era notável uma ferida em sua cocha esquerda.

__Quem tá aqui? Não me machuque.

Ela me pediu, ela não manteve o olhar no meu, com certeza assustada.

__Foi um acidente?Como chegou aqui?-não me respondeu mais conseguiu se por de pé, não teve tantas forças e desmaiou em meus braços,o que eu poderia fazer a não ser leva-la pra dentro e deita-la em uma cama dos quartos de hóspedes?

Deixei que dormisse, fiquei preocupado,o que realmente aconteceu com essa menina? Como ela chegou até aqui, quem a feriu?
Coloquei uma toalha na beira da cama junto com uma camisa e outros perteces meus que ajudaria em sua recuperação, quando a tempestade parar tenho que levá-la a um hospital, pode ter uma infecção em seu ferimento e talvez algum acidente na estrada a trouxe aqui. Pode ter alguém preocupado com ela ou até mesmo precisando de ajuda...

Aguardo ela acordar, poderá me contar o que realmente aconteceu e vejo o que farei em seguida para ajudar. Como se lê-se minha mente ela despertou, só que dessa vez sem estar em meio a uma tempestade.

__Onde estou? -perguntou sentando na cama.-O-Onde?-começou a chorar e passar a mão como se queresse advinhar onde estava em cima.

__Ola menina. - digo tentando não assustar mais ela, mais meu tom de voz não ajuda e sai parecendo um trovão.- você apareceu aqui em frente minha casa, chorando e gritando. O que aconteceu?-ajoelho em frente a ela.

__Por uma idiotice minha... ai que dor,parece que machuquei minha cocha.- Ela acaricia a perna esquerda ao redor da ferida.

__Sim,você se machucou,me diga de onde veio e como chegou aqui pra mim te ajudar.

__NÃO QUERO FALAR NADA,PRECISO IR EMBORA.ELE VAI ME BATER,VAI ME MACHUCAR,NÃO DEVIA TER FUGIDO.

__Menina,não grite,não pode sair assim, está chuvendo forte la fora. Fique e cuide desse ferimento. Por acaso foi algum acidente, talvez bateu a cabeça, me diga.

__Foi, foi um acidente. Eu cair de cima da canoa...

__Sem carros então. Estava sozinha?

__Sim, eu estava...

__Vou deixar você descansar, ali está o banheiro,fique a vontade para tomar um banho quente e dormir limpa.

Melissa

Estava no rio quase afogando,tinha caído da canoa onde de idiota entrei tentando fugir e acho que será apenas para acelerar minha morte.
Nunca poderia imaginar que uma forte tempestade estava chegando, me lembro de aproximar da superfície e pedi por socorro, pra me tirar daquela terrivel angústia e medo.

Um trovão alto me assustou mais ainda, foi quando eu gritei alto, muito alto,comecei a pedir por socorro. Em questão de minutos sentir alguém tentar me levantar, sentir medo, mais talvez eu tenha sorte uma vez na vida e alguém me ajude, só que mal escutei sua voz e desmaiei exausta.

Despertei sem sinal algum das gotas de chuva machucando meu corpo, ele me achou com certeza, me toquei que estava em algum quarto, enquanto perguntei onde estava toquei e sentir que era uma cama muito gostosa de dormir e ele não teria condições de me prender em um lugar assim, fiz outra vez a mesma pergunta e a voz forte de um homem soou alto e rude.

Ele queria saber o que tinha acontecido, me fez perguntas, estou nervosa demais e mesmo querendo fugir dele também optei pelo banho que ele me ofereceu, se quisesse me fazer mal, já teria feito, mais onde está exatamente o banheiro que ele me indicou.

O que fazer? Contaria que sou uma deficiente visual? E se ele caçar algum proveito disso e aí sim, fizer mal a mim? Mas sua voz mesmo forte demais não me faz sentir medo.

__Não vai tomar o banho?-perguntou. - Não se preocupe menina, a água está quentinha.

E se enquanto eu tomar banho ele fazer algo? Ah ele tá sendo gentil. Eu tenho que confiar ou vou ficar aqui assim: Cega e Suja.

__É q-que eu...-estava nervosa, queria fugir, mais sair correndo não me levaria a outro lugar se não o chão ou a parede.

__Acho melhor se acalmar menina, parece assuatada demais e muito nervosa. Diga-me o que houve.-
Ele falou transbordando uma confiança boa.

__Senhor, promete que não me fará mal,e que vai me ajudar por favor -falei buscando as mãos dele e o puxando pra um abraço.
Ali solucei e percebir, no fundo sentir que tinha encontrado algo, ou algo de bom tinha me encontrado.

Jamie

Num abraço forte ela me envolveu onde mostrou seus medos, como também depositou toda sua confiança em mim.  Pareceu necessitada de tudo, carinho, respeito e amor.

Ela é tão pequena, tão doce.Parece inofensiva demais e me preocupo.

__Prometo menina -falei enquanto a afastava lentamente e a sentei na cama- pode começar. - busquei o seu olhar, não encontrei em meus olhos.

__Bem,me chamo Melissa.

__Olhe pra mim menina -falei ao ver que olhava muito pra todos os lados menos a mim,na verdade não o fez em nenhum momento.

__Sou cega -fiquei sem reação.
O silêncio tomou conta do lugar.

Cega? Explica um pouco.

__Eu sinto muito menina. -digo.

__Não sinta por favor,não sou digna de pena de ninguém e não gosto que me achem uma coitada mesmo eu sendo uma zé ninguém.  -lamentou.

Notei o quanto ela se inferiorizava.

__O que te faz pensar assim, parece ser uma menina genial.-acaricio seus cabelos úmidos pela chuva, em um gesto sem pensar. - então, me conte, fale como veio parar aqui.-peço.

__E-eu estava em casa sozinha como sempre, me casei há uma semana a força, meu marido logo nos primeiros dias me agredia demais de muitas formas, então resolvir fugir,pedi ajuda a uma criança e entrei numa canoa e comecei a remar, desci riu a baixo e não havia como eu saber que  a chuva vinha, logo ventou forte,a chuva começou a cair e perdir o controle caindo no rio, não sei nadar tão bem e quando já tinha horas mergulhando riu a baixo sem exergar nada batir...

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