Pequenos Tons De Luz (Em Reforma)

A Preparação De Hadria

Hadria se mantinha no quarto.

Agachada no chão, enquanto pegava uma pequena caixa guardada em seu esconderijo. Um entrada embaixo da última gaveta de seu armário. Lá dentro ela guardava pequenas coisas que ela achava importante. Uma foto de Harry ainda vivo, na adolescência enquanto ele cantava para ela ao som de um violão Preto. Outra foto deles juntos quando eles fizeram um ano de namoro. Um pequeno colar em formato de coração que Harry deu de presente para ela, com os dizeres eu sempre te amarei gravado no metal Dourado. E o que ela achava mais especial, mas menos de valor que tinha ali. A embalagem, bem dobrada de um bombom. Fora aquela embalagem, que cobria o bombom que Harry dera a ela. A primeira vez que ele tinha a visto. Ele disse que ela era muito bonita e havia dado aquele bombom para ela. Fora então a primeira vez que eles se falaram.
Não era questão que ela não amava Louis... mas ela, jamais esqueceria Harry. Ela o amava muito. Ela queria se casar com ele é viver o tempo que sobrava de sua vida com ele. Algo que não foi possível. Mas o fruto do relacionamento deles surgiu. Harry. Seu filho. O filho em que ela colocou o nome do pai. Louis não sabia a história de Harry. Hadria nunca contou para ele. Só disse que foi uma paixão passageira em sua vida. O que era mentira. Louis nunca especulou essa parte. Harry sabia do pai. Mas não sabia da loucura que havia acontecido, e não sabia realmente como a figura paterna havia ido embora desta vida. Hadria havia lhe dito que havia sido em uma temporada de caça. Que uma flecha acertou o pai por acidente, enquanto os homens caçavam um urso. Como Harry havia chegado no hotel nunca foi descoberto. O que se presumiu pela Polícia na época, ja que não havia suspeitas (e nem lógica) de homicídio culposo, foi que ele ainda tinha forças e conseguiu chegar no hotel para pedir ajuda. Mas não resistiu. Procuraram os caçadores, mas nunca realmente acharam o dono daquela flecha. Claro. Nunca acharam. Então o caso foi esquecido e dado homicídio doloso. Fui tudo que foi presumido e o caso foi esquecido. Esse era o que o filho e o que todos pensavam. Que sei pai havia sido morto por um descuido.

Hadria pega a figura de Harry com o violão.

- há... meu querido. Se você soubesse o quanto sinto sua falta. O quanto poderíamos ter vivido. O quanto jamais te esquecerei. Eu sou feliz com Louis. Mas uma parte minha sempre lembrará de ti e jamais de esquecera. Por que sempre eu te amarei. Não importe quanto tempo passe. - ela sussurra em meio as lágrimas que escorrem. 17 anos que se passaram. 17 natais que ela passou sem Harry. Era difícil. Mas sempre havia Louis e o Harry Jr que confortavam ela. Que davam motivos para ela seguir em frente.

- esta chorando mãe? - ela ouve uma voz entrando no quarto. Sua visão se destaca para a porta, onde ela enxerga o filho adolescente parado ali, observando a mãe.

- onde está Louis? - ela pergunta

- saiu. Precisou ver o carburador do carro, ja que estava com problema. Acho que ele não vai conseguir nada, ja que é Natal. - Harry da de ombros e entra no quarto.

Hadria não se preocupa em esconder os objetos que tanto oculto dele e do marido.

- São fotos do papai. - Harry sussurra - por que nunca me mostrou?

- eu não queria meu filho. Na verdade, eu nao podia. Quero que saiba que sou muito feliz com o seu padrasto. Realmente. Não tenha dúvida disso. Mas... tem e creio que sempre existirá uma parte de mim que nunca esquecerá seu pai. Nunca. Eu sempre amarei ele. Ele me dava conforto em várias coisas. Algumas, mas realmente poucas que Louis não dará. Mas eu o amo. Eu não queria que você visse essas lembranças que guardei da minha adolescência... por que eu não queria que você imaginasse algo ruim de mim. Casada com um homem, mas que guarda lembranças de um cara do passado. Que ainda o ama em alguma parte de seu coração. - Hadria explica.

- um homem que era meu pai neh mãe. Um homem do passado que era meu pai. Achou realmente que eu acharia alguma coisa ruim disso? Quer dizer... mãe, era o meu pai. Eu acharia isso legal. Mostra que a senhora realmente o amou. E não se preocupe. Nunca duvidei da sua relação com o Louis. Realmente, aqui da rua eu acho que o casamento de vocês é o mais forte dos pilares. Isso é visível pra todo mundo. Mas não quero que a senhora chore mãe. O pai morreu em um acidente de caça. Acidentes acontecem. Não fique se culpando por algo assim. - Harry a abraça.

- eu sei meu filho. Eu sei. - diz Hadria, guardando os objetos de volta na caixa.

- Deixe guardada essas lembranças. São uma parte de sua vida. Algo que a senhora não pode esquecer. Só não deixe o Louis ver. - Harry aconselha. E Hadria sorri enquanto tampa a caixa.

- pode deixar meu filho.

- ah... a torta de amoras e a torta de nozes ja estão prontas o seu vestido está ali na sala. Eu vou ir tomar banho. - diz Harry

- claro meu filho. Vá lá. Vou me aprontar e esperar Louis vir. - ela meche na gaveta onde esconde a caixa.

- vem ca mãe... quase todo mundo faz a ceia na véspera de Natal e não logo no dia de Natal. Por que vamos fazer no dia? - Harry pergunta

- Bem... essa foi uma escolha do Holt. Ele achou melhor comemorar hoje. - Hadria fala.

- Bem... ok então. - Harry diz saindo do quarto.

Hadria se agacha no chão e guarda a caixa em seu lugar secreto, onde, mesmo se ela for tirada, aquelas lembranças se manteriam firme em seu coração.