Capítulo Trinta e Quatro - Hannah

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Já passou do meio dia e eu ainda não me arrumei para comer absolutamente nada porque a geladeira está vazia, então, eu preciso me contentar em ir almoçar fora e depois em passar em um supermercado para poder ter o que comer nos próximos dias, uma vez que comer fora todos os dias era humanamente impossível para a minha conta bancária.

Estou andando na calçada de uma rua larga a caminho do supermercado e escutando uma música qualquer no meu Ipod quando vejo Frank. E ele se aproxima de mim quando percebe minha presença. Surpreendo-me por ver a criança, seu filho, andando ao seu lado. Eles não parecem muito animados, mas Frank abre um sorriso para mim e isso já é o suficiente para que eu me sinta um pouco menos preocupada.

— Oi – eu falo primeiro – tudo bem?

— Tudo – e ele vira para o garoto que levanta a cabeça para ele – Jack, essa aqui é Hannah, e Hannah este é Jack.

— Oi, Hannah – eu sorrio para o ar infantil que ele traz. Eu sempre gostei de crianças e, com Jack, imagino que não será diferente, mesmo que toda a situação ainda fosse um pouco estranha, meu gosto por crianças e sua inocência permanece intacto.

— Olá – eu retribuo – como vai?

— Eu vou bem – ele responde sorrindo.

E então Frank me surpreende.

— Estávamos indo tomar um sorvete. Você gostaria de nos acompanhar? E aliás, nós estávamos conversando sobre Banzé, eu o levei para ver o cachorro um dia, mas parece que Jack quer ir novamente, certo?

– Frank quase que se embaralha nas palavras ao falar e eu aprecio o gesto de ele estar me convidando para passar um tempo com eles.

Mesmo não estando juntos, Frank está me mantendo por perto e não me afastando, isso é um bom sinal. Eu acho.

— Pode ser – eu respondo e, assim como Jack, Frank também sorri. Eu vou para o lado esquerdo de Jack, e, sendo assim, o garoto acaba ficando entre mim e Frank durante a nossa caminhada para a sorveteria que Frank dizia ser nas próximas duas ruas.

Nós vamos conversando assuntos interessantes para nós três. Estamos contando piadas idiotas uns para os outros e ficamos tão distraídos que quase perdemos a entrada da sorveteria... Quase continuamos andando, sem rumo definido. Apenas com a vontade de rir mais um pouco.

— Você vai querer sorvete de quê? — Frank pergunta a Jack e ele logo responde chocolate e me surpreendo o quão atencioso é. E, isso só me fez ficar mais caída por ele.

Fazemos nossos pedidos e comemos naquela harmonia que chega a me surpreender. Jack dizia coisas engraçadas ou apenas como era seu dia a dia na escola e me deixando impressionada com a inteligência daquela criança.

Eu gostaria de ter um filho alguma hora... E seria melhor ainda se eu passasse essas experiências ao lado de Frank. Não sei se, por causa de Jack, isso possa afetar um pouco numa decisão sobre filhos... Mas, eu desejo viver isso algum dia.

Nós nem voltamos e eu já estou pensando em como seria um filho meu e de Frank. Sorrio bobamente para os dois, que retribuem o sorriso. Eu não sou a única feliz aqui e isso é bom... Muito bom.

— O que acha de irmos ver Banzé? – sugiro, de repente, e um sorriso brilhante se expande nos lábios de Jack e Frank e só com isso, eu já tenho minha resposta.

— Parece um bom plano – Frank concorda.

— Eu só preciso ir ao banheiro – digo – e depois pagamos a conta e vamos?

— Pode ser, mas eu deixei meu carro um pouco longe daqui, ainda daremos uma boa caminhada.

— Sem problemas pra mim, eu já volto – me levanto e vou até o banheiro, e, quando estou saindo, há uma senhora lá e ela está terminando de lavar as mãos e eu fazendo o mesmo e ela olha para mim e sorri abertamente.

Para Sempre ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora