Capítulo Trinta e Cinco - Frank

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Foi só um encostar de lábios rápido, nada mais do que isso, mas foi o suficiente para que eu marcasse uma conversa com Rebeca no dia seguinte. Apesar de me sentir mal porque ela provavelmente irá embora com Jack, e ambos terem importância em minha vida, ficar longe dela mesmo estando perto — e diga-se de passagem, sem seus beijos maravilhosos — está sendo quase que uma tortura.

Agora eu estou na frente da porta da minha mãe e eu não avisei que eu viria até aqui e estou começando a me arrepender de ter feito isso.

Talvez fosse melhor eu ter ligado... Ou é melhor eu acabar logo com isso. Saio do carro e pego o envelope, o qual contém o exame de DNA que eu e Jack fizemos no dia anterior.

Sim, respiro fundo. É isso o que eu irei fazer. Aperto a companhia e não demoro a ser atendido por minha mãe que me olha surpresa, minha coragem se esvai e eu tenho que tomar uma curta respiração para poder encará-la nos olhos.

— Preciso conversar com Rebeca – falo firme sem deixar nenhum vestígio de dúvida ou insegurança em meu tom de voz. Isso precisa terminar hoje.

— O que você está fazendo aqui, filho? — assim como o seu olhar, seu tom de voz também demonstra surpresa.

— Quer entrar? — Eu quero conversar com Rebeca, se ela não estiver ocupada. Direto, curto e grosso. Havia uma pequena e remota possibilidade de minha mãe não merecer total frieza que eu demonstro agora, mas não posso demonstrar muitos sentimentos agora porque eu não quero minha estrutura emocional abalada quando eu for me acertar com Rebeca. Eu quero estar com a cabeça limpa de outros problemas.

Mas, não que fosse tão cedo. Espero que você esteja certo de suas decisões. Ela não parece uma mãe amparando um filho que está mais do que qualquer coisa, confuso. Ela apenas parece tão fria quanto eu.

— Tudo bem — ela diz — eu já esperava que você viesse.

Eu entro na casa que parece igualzinha como da última vez em que eu entrei direito aqui. Foi quando eu saí daqui para ir fazer a faculdade.

Os quadros de fotos que estão espalhados pela sala continuam os mesmos, sem nenhuma mudança. Minha mãe repara que eu observo porque ela acaba dizendo:

— Eu quero que você tire uma foto com Rebeca e Jack para colocar na nossa coleção de fotos, se importa, filho? — ela pergunta. Eu respiro fundo. Ela parece alheia de todo o mal que Rebeca é.

— Não me importo — me importo sim. Respondo uma coisa e penso em outra.

— Ótimo – ela não tem tempo de falar mais nada porque Rebeca aparece.

E ela tem a mesma reação surpresa que minha mãe, coisa que eu considero normal.

— Precisamos conversar — eu falo novamente. Ela levanta a sobrancelha e morde os lábios. — Posso usar o escritório do papai para isso? — pergunto olhando para minha mãe.

— Seu pai saiu para uma caminhada, — ela responde — acho que está tudo bem, você e Rebeca usarem o escritório. Podem ir para lá.

— Obrigado — agradeci — estamos indo para lá então.

— Imagina, filho. — sorri e caminhei com Rebeca para o escritório que fica no corredor. Não pergunto onde Jack está, mas eu suponho que ele acabou por sair com meu pai porque se ele estivesse aqui, teria me ouvido chegar.

Eu entro com Rebeca no escritório do meu pai, eu me sento na cadeira e por um momento me lembro de quando meu pai estava conversando comigo sobre a minha decisão final de ser médico.

Para Sempre ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora