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LÍVIA FORKS

O fim de semana passou rápido de mais. Eu realmente senti falta dos meus pais, mas estou me acostumando a dizer até logo para eles. Afinal, o Salvatore não é tão ruim assim.

Cheguei na escola por voltas das 7h da manhã de uma segunda-feira ensolarada e fria do final de maio. Era um dia lindo, tinha tudo para ser normal. Tinha.

Quando abri as portas do apartamento 27, 4º andar, prédio "E", me deparei com uma cena, no mínimo, curiosa. Tobias ainda dormia e havia alguém ocupando minha cama.

Caminhei vagarosamente sem fazer barulho até meu guarda roupa. Deixei minha mala lá, sem cabeça para desfazê-la. 

Fui até a cama de Tobias e me ajoelhei na sua frente. Puxei suas cobertas até a metade do tórax. O sacudi pelo ombro e chamei baixinho o seu nome. Nada, ele parecia um urso hibernando. O sacudi novamente e ele acordou sobressaltado.

- Tobias, sou eu, calma.

- Lívia, o que ta fazendo aqui?

- Aqui é meu apartamento, não é?

- Sim, mas, que hora é?por que já está de uniforme?

- Porque são 7h15min da manhã e você deveria estar vestido no refeitório.

- O QUE??? 7H15MIN????? OOOHH GOSHHH!!!!!

Com o berro que ele deu, o intruso que dormia profundamente na minha cama dá sinal de vida.

- Tobias, quem está aqui? Na minha cama?

- Lembra que eu disse que precisávamos conversar? Pois é... Por favor me deixe explicar...

Nesse momento a pessoa na minha cama destampa o rosto e vira-se para nós, lentamente. E eu reconheceria aqueles cabelos ruivos em qualquer lugar. Rose.

- O que ela está fazendo aqui? - digo eu.

- Tobias, que horas são querido? - Rose pergunta. - E o que ela está fazendo aqui?

- Rose... Lív...

Mas quando ouço meu nome, já estou longe o suficiente para o ignorar. Tobias trouxe uma menina para dormir na minha cama enquanto eu estava fora? É isso? Ah, mas ele me paga!

Na minha cabeça eu projetava sentimentos como raiva, angústia, raiva, desprezo, raiva, inutilidade, raiva, ciúmes, raiva....

Opa! Mas o que? Ciúmes? por que eu sentiria ciúmes? Eu teria mais ciúmes da minha cama que foi ocupada por outra do que ciúmes de Tobias Scott.

Mas se ele acha que eu sou tão descartável assim, eu vou ensiná-lo que para mim, não existe reciclagem de pessoas.

Segui para o refeitório, e reparei que Daniel não estava na mesa habitual. Lucy estava só na nossa mesa e Dani se encontrava com alguns meninos nas mesas da esquerda. Resolvi dar uma passada rápida para ver o que havia acontecido, afinal, Lucy era uma das poucas meninas que não me odiavam ainda.

- Lu? Oi, ta tudo bem?

- Sim, tá tudo ótimo, maravilhosamente bem. - se não a conhecesse até iria acreditar.

- Não. Não está tudo bem. Lucy, o que aconteceu?

- Você está falando do por que de Daniel não estar mais aqui? É simples, ele terminou comigo sábado. E hoje, ele nem olhou mais na minha cara. Sendo que ainda dividimos o mesmo apartamento.

- Ohh, Lucy. Eu sinto muito. 

- Não sinta. É melhor assim. Daniel me mantinha muito presa. Sufocada... Mas e aí? O que aconteceu com você? Tá com uma cara de quem vai matar todo mundo...

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