Capítulo Oito: Paris 2.0

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-O Michael acabou de nos elogiar e dar dinheiro?
-Não acredito. -Sofia falava enquanto algumas francesas nos olhavam de lado. Invejosas recalcadas.
Muitas músicas depois, fomos gastar o dinheiro em Paris. Pintamos o cabelo e tudo.
Quero ver a cara da minha avó quando me vir. Ai filha, Jesus gosta de nós ao natural. O teu cabelo era tão bonito. Depois vai-me deserdar, vou ser renegada e nunca mais vou poder ir aos jantares de família.

Voltamos ao autocarro.
-Preciso de tomar banho.
-Vai lá cima ue.
-E se aparecer alguém?
-A esta hora tá tudo no concerto Sofia.
-Tens razão, até já.
Ela saiu da mala.

Sofia

Olhei para todos os lados, e não vi ninguém por sorte . Subi para o autocarro, direta para a casa de banho.
Tomei banho e rezei para que ninguém aparecesse.
Tudo correu bem, mas como eu tenho pouca sorte nesta vida, segundos depois de eu sair daquela casa de banho, um segurança com cara feia, corpo alto e cabeça gorda apareceu. Primeiro olhou para mim surpreso, depois fez um olhar pedófilo e finalmente falou:
-Posso saber o que a menina faz aqui?

-Merda. -falei em português.

-Desculpe? -ele pegou na arma que tinha segurada à cintura. - OH DAVE, TERRORISTAS NO AUTOCARRO. -filho da puta, eu falei português, não árabe.

-Que foi Tom? -Dave, outro segurança, entrou no autocarro. Vi uma silhueta atrás dele. Poderia ser?!

-O que se passa? -era o Ash. Senti as minhas bochechas a explodir, que vergonha.

-Esta terrorista esta a assaltar o autocarro.

-Terrorista uma ova. -falei, agora sim, em inglês.

-Deve ser apenas uma fã louca. -Dave falou e o Ash sorriu, e que sorriso.

-Apenas uma fã louca? Ofendeu. -falei cruzando os braços.

-Peço desculpa mas você vai ter que sair. -o tal de Tom falou.

-Mas...

-Nada de mas menina, se não sair chamamos a policia.

-Tom! Que exagero. Além disso, se ela entrou no autocarro foi culpa de um certo segurança que não estava a vigiar o perímetro. -Ashton falou sorrindo depois para mim.

-Desculpe menino Ashton.

-Bem, já que estás aqui...queres vir conhecer os rapazes? -Ash sugeriu.
-Estás a brincar? Quer dizer, sim claro.

-Menino Ashton, tem certeza? Afinal ela invadiu o autocarro!

-Sim Tom, tenho certeza. E só Ash por favor.

-Como quiser menino Ashton, quer dizer, Ash!

-Vamos.... -o Ash mexia no cabelo. -Qual é o teu nome mesmo? -Qual é o meu nome? Sofia Irwin.

-Sofia. Sofia Irwin

-Nome de solteira, não de casada. -Dave falou, eu sorri e depois apercebi-me da merda que acabei de dizer.

-SOFIA NEVES, SOFIA NEVES!!!

-Então vamos Sofia. -ele pegou-me pela mão. ELE PEGOU-ME PELA MÃO.

Só quando estava perto dos rapazes é que me lembrei da Sara.

Sara

Merda. Acho que descobriram a Sofia. E agora? E AGORA?
Não a vou deixar sozinha. É melhor sair daqui enquanto posso.
Sai da mala.

-Já viste isto Dave? Aparece uma rapariga fanática e ele leva-a para conhecer os outros. Esta banda só pode ser louca.

-Tom, não te pagam para andares a fazer comentários. Pagam-te para fazeres o teu trabalho, que é manter a segurança dos rapazes a salvo. -merda, ainda estão aqui? -Tens sorte que não te despediram.

-Onde é que já se viu. É melhor dar uma vista de olhos em todo o autocarro.

Escondi-me na mala outra vez e rezei para que eles não se lembrassem de ver aqui.
Mas lembraram.
-Mas que porra é esta?

-O quê Tom? -Dave apareceu e eu tentei sorrir.

-Esta é terrorista de certezinha.

-Para com essa mania dos terroristas meu! Quem és tu miúda?

Não respondi. Eu nem sabia o que falar. E se chamarem a policia? E se me deixarem sozinha em Paris? E a Sofia? Ela estava mesmo com os rapazes?

-Deve ser estrangeira. FALAS INGLÊS? -Dave interrompeu todas aquelas perguntas mas não lhe respondi. -Bem, vamos levá-la à policia. Pega nela Tom.

Tentei fugir daquele brutamontes mas ele pegou em mim e pendurou-me num de seus ombros.

-LARGUEM-ME, EU EXIJO UM ADVOGADO. -gritei.

-Afinal falas, agora em inglês. -o que pegava em mim falou.

-VAI TE LIXAR! LARGA-ME JÁ!

-Achas que devemos levá-la aos rapazes? -Dabe perguntei franzindo a testa.

-Dave, temos de levá-la à policia meu. Ela 'tava barricada no autocarro.

-Por favor, deixem-me vê-los. -choraminguei. -Só vos peço isso.

-Dave, policia.

-Tom.

-Não Dave.

-Anda lá meu.

-Foda-se, então leva-a tu. -ele colocou-me no colo de Dave e foi-se embora.

-O que vocês fizeram à Sofia?-perguntei encarando a cara daquele grandalhão.

-Sofia? Que Sofia? -mais uma vez não respondi. -Ah, aquela Sofia. Ela está com a banda, acho. O próprio Ash levou-a lá.

-Não me vai perguntar como a conheço?

-Não me pagam para isso. As únicas pessoas a quem vocês devem explicações é aos rapazes. -ele disse calmo e eu assenti. -Mas diz-me lá, ela é Ashton girl neh?

-Sim. -disse rindo.

-Eu sabia. Os olhos delas brilharam quando ele entrou. E tu? Qual é o teu preferido?

-Todos.

-Não é preferido dessa maneira.

-Eu percebi.

-E então?

-E então nada.

-Já vi que és rapariga de poucas palavras. Mas anda lá, Michael girl?
-Já me pode pôr no chão?

-Não me parece.

Dave continuou falando...sozinho. Ás vezes nem me dava ao trabalho de tentar perceber o que ele dizia.

Agora que vou mesmo conhecer os rapazes arrependo-me profundamente desta loucura toda. Eles vão achar que somos loucas, que temos algum problema mental, na pior das situações vão criar uma instituição para pessoas com demência e pôr-nos lá dentro.

moments // lhOnde histórias criam vida. Descubra agora