Nuria-Frederico! -gritei enquanto corria para o meu namorado que estava na porta do aeroporto.
Finalmente estou aqui em Inglaterra para ver o Frederico. Ganhar o concurso de talentos foi mesmo bom.
-Nuria. -ele disse sorrindo para mim. Depois abraçou-me e chega de coisas lamechas.
-Então...-Sofia olhava em volta e eu percebi que me estava a esquecer de algo.
-Ah, Frederico! Estas são a Sara e a Sofia. São de Portugal.
-Wow, nunca conheci ninguém de Portugal. -disse surpreendido. -Como se diz olá?
-Olá. -Sara disse em português, presumo.
-Olá. -ele repetiu baixinho e algumas vezes. Ele sempre gostou de decorar palavras em outras línguas. Eu falo italiano e inglês e já me contento.
As meninas acabaram por nos deixar a sós. Não me admira, eu e o Frederico começamos a falar em italiano como os velhos tempos.
Sofia
-Quem diria hein? Eu, tu e Londres. -disse colocando as minhas mãos nos bolsos depois.
-Esquecestete de mencionar o frio. -a Sara riu enquanto esfregava as mãos na tentativa de se aquecer.
-Eu estou a falar a sério. -suspirei. -Estou tão feliz. -disse enquanto esperavamos o sinal dos peões ficar verde.
-Eu também. -sorriu ao ver o sinal mudar. Apressei o passo para não a perder de vista. As pessoas daqui são muitas e agitadas. Corri um pouco para alcançar Sara. Ela parecia mais apressada que eu.
-Eu tenho esperanças.
-Esperanças do quê? -ela riu olhando para mim.
-Não sei. -sorri ao olhar o outro lado da estrada.- Mas eu tenho esperanças.
-Sofia! -aquela voz era como uma melodia para mim. E eu não podia viver sem aquela melodia.
Ashton.
Acenei para a rua oposta, parando de andar. Pude reparar que Sara estava confusa mas logo que olhou para o mesmo lugar que eu suspirou.
-Ter esperanças é uma treta. -pergunto-me quando é que ela começou a ser assim. Mais fria que o normal. Um sorriso formou-se no seu rosto e eu fiquei mais confusa que antes.
-Ashton! -voltei a acenar para o outro lado da rua. O transito tinha abrandado e eu tinha uma vontade enorme de estar perto dele. As oportunidades não se devem desperdiçar.
-S-Sofia? -ainda pude sentir o seu toque mas eu já tinha-me afastado demasiado de Sara. Corri pela a estrada a dentro. Um sorriso estava estampado no seu rosto. Senti o meu sangue gelar quando a sua expressão mudou.
Olhei-o mais uns segundos mas ele parecia aterrorizado. O que se passa?
Um som grave invadiu a minha cabeça e uma luz branca quase me cegou.
Sara
-SOFIA! -gritei mas tudo o que tentei fazer parecia em vão.
Gritei mais alto quando vi o corpo da minha amiga no chão e num ato involuntário os meus olhos marejaram.
As milhares de buzinas que soavam começaram a tornar-se familiares tempo depois. Quando dei por mim estava ajoelhada em frente de Sofia, gritando e depois esperando uma reação dela. Os olhares alheios faziam com que eu me sentisse uma lastima.
Não consegui reconhecer quem me estava a sussurrar ao ouvido, nem mesmo o que me dizia.
Só consegui berrar o nome da minha amiga quando deparei que me estavam a afastar dela. A única cor que consegui destingir foi o vermelho, o único som foi o das sirenes e o cheiro a terra molhada avisou-me que já estava a chover.
Fechei os olhos numa tentativa falhada de me fazer acreditar que era tudo um pesadelo.
Infelizmente,
Eu estava muito acordada.⏩
Eu olhava os dedos dela esperando qualquer movimento da mesma. Mas ela permanecia quieta, ligada a fios que me pareciam infinitos.
-Ela vai ficar bem. -olhei para ver quem era o sujeito que tinha acabado de falar. Sorri fraco ao ver Michael que me tentava tranquilizar com o olhar.
-Mikey, desde quando estas aqui? -perguntei confusa e o mesmo riu.
-Desde sempre.
As suas palavras fizeram-me olhar em volta. Num canto do quarto estava Ashton sentado, escondendo o rosto com as mãos que estavam num gesto um tanto interessante. Arrisquei ao pensar que talvez ele esteja a rezar.
-Vocês não têm coisas de banda para tratar? -Olhei o destinatário da minha pergunta, que suspirou abanando a cabeça como forma de reprovação.
-Sabes bem que eu me preocupo com a Sofia. -Michael disse enquanto a olhava. -Além disso, olha para ele. -apontou para o Ashton com a cabeça. -Parece-te que ele vai ficar descansado enquanto ela não acordar?
O cheiro que pairava no ar era uma mistura de ar condicionado com etanol talvez? E não tenho certeza se gosto do aroma.
-Não. -ri fraco. Parecia que todas as expressões, gestos ou até mesmo falas iam sair fracas a partir de agora.
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moments // lh
FanficUma postura direita, respiração normal, evitar sons estranhos, não fazer caras muito expressivas e principalmente não falar muito- eram tudo coisas que eu precisava de fazer para que não me envergonhasse em frente de Luke Hemmings ou de qualquer out...