Capítulo 8

2 0 0
                                    

 A vida não para e o tempo nos ajuda a caminhar, absorvendo as situações e ponderando sobre os acontecimentos, sempre na esperança de melhora em todos os segmentos da nossa existência.

Depois de muito estudo e esforço Aline e Cauã estavam na reta final, ela em seu último ano e ele terminando sua residência, faltando somente um ano de especialização em ortopedia, teriam suas festas de formatura no começo do próximo ano.

Durante o período final dos estudos de Cauã e Aline, numa tarde de quarta-feira, Lídia mãe e Luana irmã de Cauã, estavam em casa conversando sobre os trajes que elas e os demais membros da família usariam na formatura dele.

Luana não queria escolher seu vestido porque não pretendia ir ao baile.

- Filha, você não pode deixar de ir, seu irmão ficará triste, e além do mais, precisa se distrair, ver outras pessoas, enfim, viver.

- Coloque-se no meu lugar, em um baile de formatura de cadeira de rodas, seria uma tortura! Todos dançando e eu sentada só olhando, não é justo, prefiro ficar em casa.

- Está bem, temos algum tempo até o dia do baile, quem sabe você muda de idéia.

- Não vou mudar, pode esquecer. Quando você quiser ir comprar o seu vestido, no shopping eu vou com você.

- Mesmo? Que bom! Preciso comprar uma camisa nova para o seu pai e sapato pra ele e para o seu irmão. A sorte é que aquele dia em que almoçamos no restaurante você, eu, seu pai, Cauã e Aline, comemorando o aniversário dela, eles concordaram em entrar numa loja masculina e comprar um terno cada um para a formatura, senão eles não teriam mais tempo de ir, seu pai com a loja e Cauã com a faculdade, seria impossível, e iriam pelados ao baile. Há! Há! Há!

As duas riram muito com a idéia.

- Está bem, nós iremos às compras para vocês no próximo sábado – diz Luana.

No dia combinado mãe e filha dirigem-se ao shopping pela manhã. Lidia empurrando a cadeira de rodas pelos corredores atrás das roupas desejadas, não conseguiu convencer Luana de acompanhá-los ao baile.

Distraídas com tantas opções, não perceberam ao saírem de uma das lojas que o corredor estava praticamente vazio e que algo estranho estava acontecendo. Ao passarem pela joalheria ouviram alguém gritar: - Cuidado! – Lidia foi empurrada para o lado e um homem encapuzado pegou a cadeira e levou para dentro da loja, outro a levou segurando pelo pescoço com seu braço direito, fazendo-a refém.

A polícia, que já havia sido chamada pelos seguranças do local, cerca o shopping, posicionam-se no corredor exatamente quando elas foram abordadas pelos ladrões que já haviam recolhido muitas jóias, e dois deles já haviam fugido com duas sacolas cheias de objetos de valor vendidos na joalheria.

Em segundos, um terceiro assaltante aparece empurrando o dono do fundo da loja e trazendo uma sacola cheia de jóias do cofre. O assustado proprietário foi colocado no banheiro minúsculo onde mais três funcionários já estavam, e fechando a porta o marginal diz:

- Que inteligentes, a cadeira não cabe no banheiro.

O que empurrou a cadeira diz:

- Por acaso ela vai a algum lugar?

Sem perceberem que a polícia já estava esperando que os três encapuzados saíssem da loja, o que empurrou a cadeira pegou a sua sacola e a do que estava com Lídia, e este diz:

EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora