Luiz assim que chegou ao hotel, envia um e-mail para Jorge explicando tudo, em detalhes, sobre a conversa com o pai adotivo de Paolo. Acrescenta também que irá se encontrar com o rapaz, assim que o senhor Vecchi o avisar aprovando a visita que irá fazer a sua casa.
Depois de pensar nos detalhes da conversa que terá com Paolo, o ansioso advogado sai para passear um pouco e ver o movimento de pessoas, que voltando do trabalho ou das compras, caminham em várias direções como formigas apressadas. O trânsito não é muito diferente do Brasil, igualmente apressados e impacientes, os motoristas querem chegar logo nos destinos para encerrar o dia, se possível um pouco mais cedo.
Já um tanto cansado Luiz volta ao hotel, pede algo leve para comer em seu quarto, e depois de um banho realmente delicioso, procura dormir para compensar a noite anterior que pouco conseguiu descansar.
O senhor Aurélio Vecchi, ao sair do consulado, anda pelas ruas como se não soubesse para onde ir. Com um nó na garganta precisa se acalmar para poder conversar com Paolo, de maneira que não cause a ele mais sofrimento, e que consiga convencê-lo a aceitar a visita do advogado do Brasil.
O caminho que percorrera de taxi até o consulado em no máximo dez minutos, levou mais de uma hora à pé, para que tivesse tempo para pensar e decidir o que falar. Seria bem possível que seu filho fosse a criança roubada da família do Brasil, e Aurélio sentia-se culpado por colaborar com o afastamento de Paolo de sua família. Com o coração apertado ele entra em casa e aguarda a chegada de seu filho. Depois de pedir um chá calmante para a senhora que cuida da casa, ele entra no escritório e senta-se na poltrona deixando que seus sentimentos falem mais alto e deixa rolar as lágrimas que reteve até aquele instante. Quando o chá chegou, sua amiga de anos, a senhora que já trabalhava com a família há muito tempo, ao vê-lo chorando pergunta:
- Mas o que aconteceu para o senhor estar assim, está doente?
- Rosa, minha boa Rosa! Tenho uma difícil tarefa a realizar, mas confio na ajuda do Santíssimo e vou conseguir revelar tudo a ele.
- Do que o patrão está falando, estou um pouco assustada, deve ser assunto sério para deixá-lo assim.
- Você sabe que eu sou uma pessoa honesta e que amo meus filhos igualmente com toda força do meu coração. Sempre fui dedicado a família, quantos anos você está nesta casa Rosa?
- Já completou dez anos e nunca vi pessoas melhores para trabalhar e conviver.
Aurélio volta a chorar e assusta ainda mais a preocupada Rosa.
- Por favor, senhor Aurélio tome logo esse chá e se acalme senão eu vou ligar para Paolo e dizer que o patrão não está bem.
Nesse instante Paolo entra no escritório e ouve as palavras de Rosa e...
- O que há pai, está passando mal? O que aconteceu Rosa?
Aurélio sentiu que chegara a hora da verdade, e antes que Rosa respondesse, disse:
- Traga um pouco desse chá para Paolo, por favor, preciso ter uma conversa importante com meu filho, ele vai precisar. Não se preocupe Rosa, depois eu conto a você o que está acontecendo de verdade.
- Pai o que aconteceu, me parece sério, um assunto importante, fala, por favor!
- Estive hoje no consulado brasileiro a convite do cônsul de lá. Sem ter a menor idéia do que me esperava, conheci um advogado que veio especialmente a Roma para investigar o roubo de um bebê há muitos anos. Você conheceu algum casal brasileiro há um mês mais ou menos?
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Esperança
Storie d'amoreNa vida dos seres humanos há uma variedade de situações, alguns radiantes outros arrasados, mas procurando sempre o equilíbrio e a paz. Para o bem de todos, a união faz a força, a solidariedade impulsiona e o amor trás a confiança, agora, a...