Capítulo 12

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 Sem demora Luiz coloca tudo em ordem para poder se ausentar por alguns dias. Com a passagem e o passaporte na mão, parte em direção a São Paulo para pegar os documentos na casa de Jorge. Seus pais ansiosos já estão à espera com tudo pronto, só faltando assinar a procuração, que Luiz entrega a Manuel, para que ele possa representar a família Peixoto nessa investigação.

Depois de conversar bastante com o casal e seus filhos que estavam preocupados, Luiz se despede e depois de registrar a procuração no cartório mais próximo, dirige-se para um hotel perto do Aeroporto Internacional de Guarulhos, de onde partiria muito cedo pela manhã.

Em plena segunda-feira bem cedinho Luiz, dentro do avião, visualiza um amanhecer esplêndido. No horizonte o sol aponta tímido, com sua luz amarela clara onde nuvens brancas ao redor formam figuras estranhas, e banhadas pelos raios do astro rei deixam o céu maravilhoso com tons de azul claro e escuro, mas anunciando um lindo dia. Luiz, sentindo-se mais próximo Dele, pede a Deus proteção para essa viagem e que ela seja repleta de boas novidades.

Luiz assim que chegou a Roma, instalou-se num hotel e por já ter marcado uma audiência com o cônsul brasileiro, só foi ao consulado na manhã seguinte, o que deu a ele a oportunidade de passear um pouco pela cidade e jantar uma típica refeição italiana.

Sem ter conseguido dormir muito bem por estar ansioso, Luiz chegou no horário e foi muito bem recebido no consulado. Depois de um café, e a conversa informal de patrícios, Luiz conta toda a história de um jovem que foi tirado de sua família quando era ainda um bebê. Após mostrar os documentos que levou, inclusive da polícia, foi explicado ao cônsul que a semelhança de Paolo Vecchi com Jorge Peixoto encheu de esperança a família.

- Senhor cônsul, como advogado da família Peixoto, eu peço o seu auxílio para que me seja permitido realizar essa investigação junto à família Vecchi.

- Vejo com clareza a semelhança dos dois jovens e pelas provas que acabei de tomar conhecimento, concordo que realmente esse Paolo possa ser o bebê roubado. O doutor há de convir que é um assunto delicado, e que poderá implicar em processo judicial.

- Sei que houve um roubo humano, mas sei também que a família pode ter sido enganada e não teve participação no delito. Para tirar essa duvida seria necessário convidar o patriarca para uma conversa esclarecedora. Só preciso da sua autorização para procurar saber se ele é adotado ou não, talvez, obter a permissão para um DNA.

- Seria necessário muita diplomacia para que o pai não se sinta acusado de roubar um bebê.

- Exatamente aí senhor cônsul é que eu preciso mais da sua ajuda.

O cônsul pede ao seu secretário para verificar se essa família tem alguma coisa, ou teve, na polícia que possa causar preocupação. Dez minutos depois o rapaz volta com um papel da polícia, por e-mail, dizendo que nada consta sobre essa família em todo o país. Nenhum membro dos Vecchi teve qualquer ocorrência policial que os desabonasse.

- Ótimo! – diz Luiz – Provavelmente foram enganados como eu havia dito.

- Eu vou convidar o pai para um esclarecimento sobre um assunto do interesse dele, por um mensageiro. Marcarei para hoje às 15hs. Está bem para o doutor?

- Perfeito! Agradeço a sua colaboração. Estarei aqui para dar a ele todos os esclarecimentos que forem necessários.

Luiz recebe do cônsul todos os papéis que lhe mostrara e se despede.

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