Capítulo 8 - Orange Juige

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Lauren tinha areia na tanga de banho, mas nem por um maldito dilúvio, ou um ataque em massa de tubarões, ela levantaria daquele banco de areia se isso significasse tirar os olhos de Lucy Vives. Ainda assim a irritante de sua parceira tentou – insistentemente, pôr tudo a perder:

– Temos de voltar ao hotel, querida – resmungou Camila cerrando os dentes. – Agora mesmo. – completou tentando girar seu corpo e seguir para o mais longe possível de Lauren.

– Não temos não. Você disse que eu não estava trabalhando, bem ai está nosso trabalho. – disse Lauren a impedindo de andar segurando na parte de trás de sua panturrilha. – Nós temos de estar onde ela está, não deve ter nada mais importante que isso nos esperando no hotel eu te garanto, querida. – Adicionou a agente do FBI sarcasticamente.

Aquela latina irritante só poderia ter alguns sérios problemas mentais. Ali estava o alvo delas, onde mais elas deveriam ir?

Mas para Camila não era assim tão simples assim a visão do conjunto geral que ali se apresentava. E ela podia enumerar a quantidade de itens que simplesmente não batiam com a lógica normal de uma missão. A primeira delas é que um alvo como ela não deveria ser tão fácil de achar. Não o do tipo que se manteve longe das autoridades internacionais por anos a fio sem pistas. Alguém como Lucy Vives não toma simplesmente sol em uma praia de hotel como se não tivesse nada a perder.

Havia algo muito errado ali. Como Lauren não conseguia enxergar o mesmo?


– Vamos voltar para o hotel, Michele. Agora mesmo.

Lauren soltou um riso debochado e voltou-se de volta para Lucy deixando Camila andando de volta sozinha. A latina chutou um montinho de areia que estava no caminho até ele acertar as costas de sua parceira em cheio!

Lauren tirou seus óculos escuros já completamente vermelha, tamanha sua irritação.

– Você pode parar de agir como uma maldita criança imatura? Eu não vou com você.

– Se você não levantar dessa areia imunda agora mesmo e me escutar eu vou começar a gritar aqui mesmo

– Pelo amor de Deus o que você quer de mim?

– Para começar, te dizer que você é uma é uma maldita filha da mãe trapaceira, Jauregui. De que adianta o governo gastar milhões juntando nossos departamentos para essa viajem para você simplesmente me deixar de fora de tudo?

Camila ainda não falava alto, mas Lauren resolveu por bem levantar e encarar o perímetro no caso de estarem dando muita bandeira. Um casal discutindo sempre atraia atração indesejada dos ouvidos curiosos que estivessem ao redor e uma praia lotada dobrava o perigo do teor daquela discussão vazar. Tudo que elas definitivamente não precisavam naquele momento era acabarem mortas caso Bishop e Vives descobrissem precocemente suas identidades e objetivos naquela ilha.

Lauren puxou Camila pela cintura com a mão que não segurava a garrafinha de água, o que fez a latina só olhá-la mais feio ainda. Ela nunca quis tanto em sua carreira bater naquela carinha branca e gordurosa de protetor solar como agora.

– Melhor só continuarmos essa conversa mais tarde, baby. – sussurrou Lauren ficando mais próxima de sua orelha, como havia sido no Tropicana. Camila engoliu seco e quis empurrá-la com raiva para longe, mas o movimento pareceria muito estranho caso fosse visto de longe. Você não bate na sua esposa no meio da praia (nem em lugar nenhum).

– Se você se aproximar mais juro que quebro seu braço aqui mesmo.

– A única coisa que você pode e vai fazer é segurar o meu braço e andar comigo pela orla da praia sorrindo e observando o que nossa amiga ali faz ou com quem se encontra, a menos que queira é claro, que todos aqueles caras armados que fazem a segurança dela dali daquele quiosque desconfiem de alguma coisa e fodam com nosso disfarce. Você não está com vontade de levar um tiro hoje, certo, Karla?

Agente CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora