Agente Cabello

Capítulo 9 - Investigation

Nunca misture prazer com trabalho. Era o que se dizia no seu tempo a todo recruta que acaba de ingressar na academia, o que Lauren não duvidava que fosse a máxima mais desobedecida dentro do serviço secreto americano de todos os tempos.

A verdade era: o prazer era inevitável.

No entanto, era obvio o governo não queria que eles sentissem, quase como se fosse possível programar seres humanos para sentir apenas um leque de emoções pré-selecionadas, assim seria muito mais fácil executar um trabalho como aquele. Seria muito mais fácil estarem prontos a cumprir qualquer tipo de ordem sem hesitar. E talvez, tenha sido aquele tipo de piloto automático inconsciente que se condicionava dentro do FBI que houvesse feito Lauren aceitar aquela missão.

Ok, ela até estava bem autoconsciente desde o começo que se quisesse ser escalada para o caso Bishop teria de trabalhar com Camila Cabello já que de olhos fechados ela era o melhor que a CAP tinha a oferecer. A garota podia ainda ser uma pirralha de 24 anos, mas era uma pirralha com talento e fama em campo, ao ponto de ter sido a maior adversária se sua carreira até o momento. Lauren não sabia ainda, mas um dos melhores talentos daquela garota era justamente beijar como ninguém.

Ainda assim aceitar aquela missão havia sido a merda de um erro gigante. Só não conseguia superar o desastre ainda maior que fora sua última missão como comandante já que ainda não tinha estado perto de morrer no meio de um tiroteio ali em Cuba como havia sido em Detroit. Mas era bom não reclamar demais.

– Jurava que você me estapearia aqui mesmo. – sussurrou Cabello querendo ser sedutora, mas Lauren só conseguia ouvir uma ladainha barata. A maldita se aproveitava que ela não podia revidar de nenhuma maneira por estarem em público e o mínimo que esperava-se de mulheres casadas eram alguns beijos.

Mas ela não deixaria barato.

– Veja e aprenda, engraçadinha. – Lauren respondeu com o que Camila achava que seria outro grande beijo, mas que só lhe rendeu um lábio ardido. Aquela idiota havia realmente mordido daquele jeito logo seu lábio inferior?

– Filha da mãe, minha boca está sangrando.

– A minha também só com a lembrança de que beijei alguém como você. E é melhor ter escovado bem antes de descer porque eu não quero acabar com herpes ou algo assim.

Camila a olhou incrédula enquanto a mesma se limitava a pedir a conta. Tinham de sair do quiosque antes que Lucy, e a garota misteriosa que a acompanhava, terminarem de almoçar se quisessem ter alguma vantagem sem que para isso levantassem suspeitas.

– Você sabe que se quisesse bancar a barbie vampira comigo podemos usar todas as coisas maravilhosas que eu trouxe comigo na minha mala.

A agente do FBI rolou os olhos sem emoção para Camila, dando a gorjeta do garçom – como era de bom tom, levando da mesa em seguida. Tinha de mostrar que aquelas brincadeiras pervertidas da Cabello não a afetavam de nenhuma forma. O que era apenas uma meia verdade.

Ao voltar-se para a mesa de Lucy Vives na saída, Lauren conseguiu notar que a garota que acompanhava a bandida Porto-Riquenha havia posto o celular na mesa e em cima do aparelho o cartão de entrada do quarto, que assim como o da suíte que estavam, tinha o número dourado gravado com relevo na parte de trás.

Quarto 42.

Lauren só esperava que Cabello fosse tão boa abrindo a porta daquele quarto quanto fora no Tropicana.

(...)

– Pelos deuses, é mais fácil dar logo um tiro nessa maldita fechadura.

– Ótima ideia, assim já testamos logo o quão rápido a polícia local consegue chegar no resort de um traficante.