Capítulo 4 - Knowing you enemy

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Lauren estava escorada apenas por sua mão direita enquanto suas unhas recém-feitas tamborinavam sobre a madeira da mesa. Ela observava todos aqueles papéis espalhados a sua frente sentindo progressivamente sua preguiça interior tomando o controle de suas funções motoras e a mandando jogar tudo aquilo no chão e dormir de uma vez ali mesmo.

Ela havia ficado toda sonolenta e mole daquela forma, após voltar do fantástico bufê de frutos marinhos que serviram aquela tarde no restaurante do Resort. Era incrível como culinária cubana a deixava com água na boca e após experimentar quase todas as opções vegetarianas do cardápio voltou à suíte com a mesma disposição que um bebê panda gordo. Não seria difícil voltar ao seu quarto e tirar um cochilo da tarde, mas assim que passou pela copa para subir as escadas e descansar se deparou com todas as pastas e mais pastas que havia deixado espalhadas pela mesa antes de parar para comer e seu senso de dever acabou falando mais alto que o seu sono. Ela já tinha acabado de organizar, ler e arrumar grande parte do conteúdo ali presente, pela manhã, mas ainda faltava um volume considerável a ser finalizado.

Lauren voltou a bufar frustrada. Cabello deveria estar ali para ajudá-la, mas não a viu em nenhum momento a manhã inteira. E apesar de apreciar a paz de espírito por não ter ninguém para encher seu saco também se sentia extremamente irritada por ler tudo àquilo sozinha. A papelada, com todos os dossiês, documentos e fotos sobre o objeto da missão, era algo que ela sempre dividia com seu parceiro antes de começar a executar as ordens que haviam sido passadas por Allyson. Era um trabalho chato e burocrático, mas precisava ser feito, senão como conheceriam a fundo o tipo de adversário que estariam lidando? Nem todo trabalho de campo do FBI era sobre atirar, combater bandidos e etc. E apesar de ser algo básico e elementar de se cumprir todo começo de caso, pelo visto, Cabello tinha coisas mais interessantes para fazer. Provavelmente dar em cima de mais algum rabo de saia pela praia.

– Pensando em mim, docinho?

– Filha da puta. – acaba dizendo Lauren com o susto de ter Camila aparecendo do nada na copa. Ela se repreendeu por começar a usar aquele tipo de vocabulário.

– Seu vocabulário é totalmente inapropriado, Jauregui. – responde Camila com ironia pela forma politicamente correta que foi repreendida na tarde anterior. Ela quase deixou a outra vermelha de vergonha, mas acabou tendo de se esquivar da pasta de papelão com que Jauregui tentou acertá-la. Uh, ela ficou nervosinha!

– Sabe eu estava na academia malhando meu corpo incrível, só para você, docinho. Quando eu fiz uma descoberta incrível.

– Sobre o que? Como seus peitos parecem falsos nesse sutiã esportivo?

Camila respondeu com um sorriso cínico puxando um par de fotos preto e branco de dentro de uma pasta numerada, bem à frente de Lauren, que pareciam ter sido feitas pela câmera de segurança de um elevador.

– Aqui e aqui. – falou apontando para um homem com boné virado para trás e ao lado de Lemond Bishop, seu grande alvo, nas duas fotos. – Wesley Stromberg, um dos capangas do nosso cara das drogas que está hospedado dois andares abaixo da gente. E, Jauregui, não fale dos meus peitos a menos que queira colocá-los na boca pra provar o quão reais eles são.

Lauren quis jogar outra pasta nela, mas estava com as mãos ocupadas tentando localizar no meio daquele mar de papéis o nome do tal Wesley, seguindo a lista de contatos e empregados de Lemon Bishop, para conseguir um perfil mais específico sobre quem Camila estava mencionando.

– E como diabos você o localizou sem nem ter tocado nos arquivos?

– Você me subestima tanto, Jauregui. Eu faço muito bem meu trabalho, docinho, aceite isso. Eu comecei a estudar o caso ontem à noite enquanto você deveria estar roncando horrores lá em cima. E quando vi que um dos capangas dele é um daqueles ratos de academia que gosta de se exibir por aí sem camisa resolvi ver o que eu achava por conta própria hoje de manhã.

Agente CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora