XVII

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Kile Neves

Haviam se passado mais de 24 horas que não tinha nenhuma notícia dela, cada minuto que passava o meu coração apertava mais. Olho no relógio e vejo que já irá dar 12h00min, olho para trás e vejo Izzy dando comida aos seus filhos, Stephanie estava sentada com as mãos na cabeça, ela olha para mim e dou um sorriso fraco suspiro e fecho os meus olhos, tentando pensar em um lugar a onde ela esteja.
Levanto-me da cadeira e saio para o quintal da casa, olho ao redor e lembro que ninguém pensou na hipótese da floresta. Olho para mesma que estava um pouco fechada devido a constante chuva, caminho devagar até a trilha que agora era apenas lama e suspiro colocando a mão na cintura.

- Cadê você Clary?

Sussurro virando e voltando para a casa, até que eu escuto um latido ao longe, olho ao redor bufo.

- Kile, para de imaginar coisas.

Volto a andar e volto a escutar o latido e dessa vez mais alto, me viro e vejo Hans saindo mancando da floresta, vou correndo até ele e o abraço me ajoelhando em sua frente.

- Hans, cadê a Clary? Cadê a Clary? - Pergunto olhando nos olhos dele.

Ele olha para trás em direção à floresta e late novamente.

- Ela está na floresta? - Pergunto já me levantando.

Hans late novamente como se estivesse me respondendo e começa a correr mancando para a floresta, vejo ele é começo a segui-lo, porém antes de entrar mata adentro, grito:

- Ela está na floresta! Ela está na floresta!

Agora eu não tinha noção do que eu estava sentindo.

- ELA ESTÁ NA FLORESTA!

Gritei em plenos pulmões para que me ouvissem e comecei a correr para dentro da mata seguindo Hans. Estava escuro e chovia, mas eu conseguia vê-lo ainda assim. Eu não sei o que eu sentia, meu peito subia e descia numa respiração irregular onde estava cada vez mais difícil respirar. Eu não sei o que acontecia comigo, nunca tive asma ou alguma doença do tipo, mas ainda assim lá estava eu, parecendo ter um ataque cardíaco sem nem ao menos ter completado os quarenta.

**********


- CLARY!

Gritei em meio à chuva forte correndo desesperado atrás dela seguindo um cachorro que provavelmente perderia sua trilha por causa da chuva.

- Deus... Eu... Eu não sou exatamente o que se pode chamar de um bom filho, mas, se você realmente está aí  como todos dizem, por favor, olhe por ela. Eu suplico isso.

Falava sob as lágrimas salgadas que desciam do meu rosto se misturando aos pingos de chuva.

- CLARY!

Gritei novamente correndo em meio as árvores da floresta, mesmo estando tão escuro era um lugar que eu conhecia como na palma da minha mão, passei metade da minha infância e adolescência brincando entre aquelas árvores e bosques. A chuva havia cedido um pouco, mas ainda não era o suficiente.
Clary!
Escorreguei meu pé pisando em falso caindo um pequeno morro abaixo sentindo algo quente descer por minha testa e senti tudo rodar apagando aos poucos.

****

- Ei, não vale.

Falei sorrindo quando Clary rouba um pedaço de torta do meu prato.

- Eu estou grávida Kile. Quer que nosso filho cresça com cara de torta?

Sorri olhando pra ela, mas me toco no que ela falou.

- Desculpe, eu quis dizer meu filho. – Sussurra ela.

- Nosso. - Confirmo. - Nosso filho e sempre vou estar com vocês. Nunca vou deixar vocês.

- Isso é uma promessa?

- É uma promessa.

Falei confirmando.

****

- É uma promessa.

Falo meio tonto levantando e limpando o corte na testa vendo Hans mais a frente lambendo o que parecia ser uma mão e levanto correndo indo ate lá.

- Clary!

Ajoelho-me na lama vendo a mesma sem pulso e com os lábios frios.

- Não, Não, Não, NÃO, NÃO, Não, não, não..

Falei chorando fazendo massagem cardíaca.

- Por favor, não, por favor, não me deixa... NÃO ME DEIXA CLARY. DROGA!

Não parava a massagem cardíaca.

- Um, dois, três.

Faço respiração boca a boca.

- Um, dois, três.

Faço respiração boca a boca novamente.

- CLARY ACORDA, NÃO ME DEIXA.

Chorava fazendo massagem cardíaca nela.

- ERA UMA PROMESSA. POR FAVOR, VOLTA PRA MIM. VOLTA PRA MIM.

Chorava sentindo a chuva novamente vir pior ainda.

- Volta pra mim.

Abracei seu corpo chorando.

- Volta pra mim.

ALUGA - SE UMA NOIVA (EM REVISÃO DISPONÍVEL PARA LEITURA ATÉ 30/10)Onde histórias criam vida. Descubra agora