Melissa
Terminei de almoçar com o Math, ele foi pagar e logo Marcos se aproximou.
"Me promete que vou te ver de novo." Ele diz me abraçando.
"É claro que sim, eu não perderia essa chance." Digo sorrindo e ele retribui o sorriso.
"Vamos, Mel." Math diz, aparecendo atrás de nós.
Me despeço do Marcos e saio agarrada no braço de Math. Nós fomos conversando até o carro, ele sempre me fazendo milhões de perguntas sobre como estou, o que tá acontecendo na minha vida, se preciso conversar. Contei sobre a faculdade, disse que estava indo bem nas matérias até agora e que estava tudo na perfeita ordem.
Math é muito preocupado comigo, por esse motivo preferi omitir a parte do Henri. Não faço ideia do que ele faria se pensasse que algo aconteceu entre eu e um professor. Acho que ele seria louco até de denunciar Henri na faculdade por assédio, mesmo que não tenha sido isso que aconteceu.
Entramos no carro e ele me levou de volta para a faculdade, perguntou se eu precisava de alguma coisa pela vigésima vez no dia, eu apenas sorri e neguei com a cabeça antes de lhe dar um beijo na bochecha e ir para o dormitório. A companhia de Math sempre foi boa, ele não é a pessoa mais carismática da face da terra, mas é um bom irmão, nos damos muito bem.
Enquanto subo as escadas fico pensando no quanto sinto falta do meu pai em minha familia. Dizem que a mulher sempre é mais chegada à mãe, mas lá em casa sempre foi ao contrario. Eu e meu pai fazíamos muitas coisas juntos, coisas até que meus irmãos não faziam com ele. Eu fico feliz por não ter passado por uma fase rebelde na adolescência porque assim posso dizer que aproveitei muito meu pai.
Cheguei à porta do dormitório e tinha uns envelopes no chão, provavelmente eram anúncios e propagandas até porque nos nunca recebemos muita correspondência.
Entrei no quarto mexendo nos papeis e ouvi um grito.
"MELISSA" Clara e Nick gritam em uníssono.
Olhei assustada em volta procurando eles e, sinceramente, não era o que eu esperava – ou queria – ver. Nick estava por cima de Clara na cama, os dois olhavam assustados e ofegantes para mim e eu cai na gargalhada. Graças ao bom Deus, existia um lençol que tampava minha visão do que poderia ser a coisa mais perturbadora que veria na vida.
"Ai meu Deus, porque ninguém me avisou?" digo tapando os olhos e rindo daquela situação.
"Então, Melissa, você podia sair agora né?" Nick diz claramente nervoso.
"Podem continuar o que estavam fazendo." Saio do quarto, fecho a porta atrás de mim e saio rindo do prédio.
Não pensei que Nick e Clara já estavam nesse nível, pelo menos eles estão bem.
Já está entardecendo e eu não tenho nada para fazer até liberarem o motel que meu quarto virou. Decido ir para o Starbucks para comprar um Frappuccino e ficar lá até poder voltar ao dormitório.
Enquanto bebo, ouço um barulho na porta e olho. John aparece falando no telefone um pouco nervoso, fico encarando ele um pouco e vejo que seus hematomas de um mês atrás não aparecem mais. Logo ele se vira e dá um sorriso lindo para mim, desliga o telefone e vem ao meu encontro.
"Oi, linda." Diz beijando o topo da minha cabeça e se sentando na minha frente com a sua bebida. "Tudo bem?"
"Excluindo o fato de que fui expulsa do meu quarto, está tudo ótimo." Digo sorrindo.
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Querido Professor
RomanceMelissa sempre foi uma garota inteligente e com o falecimento do seu pai, que era médico, decidiu que essa seria a carreira que ia seguir. Desde a morte do seu pai, sua vida foi se tornando monótona e triste, até que ela conhece os irmãos Thomas...