Capítulo 12

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Melissa

Matheus realmente me tira do sério. Chegamos a seu apartamento e já fui entrando em meu quarto. Convenci-o a não me mudar de vez, pois gostava da companhia de Clara.

Como já era tarde, eu tinha perdido a maioria das minhas aulas do dia. Quero saber como vou fazer para repor tudo isso. Estudei praticamente a minha vida inteira para isso e agora que eu consegui, não estou conseguindo acompanhar.

Comecei a estudar assim que cheguei e nem vi o dia passar.
Terminei um trabalho e entreguei meu notebook para Matheus corrigir se estivesse algum erro de formatação, já que ele tava tão preocupado comigo, poderia usar sua inteligência para me beneficiar.

Estudei Bioquímica, pois minha prova se aproximava. Não via a hora de passar para o segundo período e começar a estudar as matérias melhores.

Já estava com dor de cabeça de tanto ler quando ouço Math bater na minha porta.

"Mel, vou pedir uma pizza. Frango e catupiry com Marguerita, certo?" ele pergunta e eu sorrio. Me conhece tão bem!

"Você sabe que sim." Ele sorri e sai do quarto fechando a porta logo atrás de si.

Olho para o relógio e vejo que já são 23h. Decido parar de estudar por hoje e deito na cama pegando meu celular. Tem algumas mensagens de texto e algumas ligações perdidas de John. Decido ignorar as chamadas, pois eu realmente não estou a fim de falar com ninguém hoje, mas eu abro as mensagens.

"Mel, to com saudades já, me avisa se está bem. Nós vemos amanha? - Clara." Respondo rapidamente que vou a aula amanha, mesmo que Math tente ser mais controlador que nunca.

"Ei fedida, sinto muito ter avisado ao Math, sei que odeia seu controle, mas foi necessário. Espero que me perdoe e que eu continue sendo seu irmão preferido. - Nick." Reviro os olhos e dou uma resposta rápida a ele dizendo que está tudo bem.

"Melissa, fui a seu dormitório, mas clara disse que você não estaria por um tempo. Ta tudo bem? - John." Respondo que to na casa de meu irmão, apenas.

Mas a mensagem que mais me intrigou foi a de Henri.

"Melissa, por favor, me liga! Sei que está acontecendo alguma coisa com você, estou preocupado. - Henri." Esse homem me confunde. Decido não responder.

Coloco o celular de lado e me dirijo a sala de estar para ver TV com Math.

Henri

Mandei uma mensagem para Melissa querendo conversar, mas para variar, ela não me respondeu. Fiquei um bom tempo com o celular na mão, fico feliz quando vejo a tela se acender, mas percebo que é uma ligação de Laura.

"Oi, Laura."

"Olá, querido. Queria te chamar para sair hoje, que tal? Você anda trancado dentro de casa. Qual é, você nem comeu essa menina e já tá agindo como apaixonado. Ela nem vale isso tudo!" Conto até 100 para não lhe responder algo que vá me arrepender.

"Desculpe, mas vou visitar minha mãe agora." Digo e ela se cala do outro lado da linha.

"Oh Henri, quer que eu vá com você?" ela pergunta com uma voz baixa.

"Não, vou sozinho." Digo e me despeço.

Não planejava visitar minha mãe hoje, nem avisei a ela, mas mesmo assim irei mesmo que veja meu pai.

Pego as chaves do carro e saio do apartamento.

Pouco tempo depois estou entrando no condomínio de mamãe. Bato em sua porta e espero alguém aparecer. Dona Sonia abre a porta sorrindo, amigável como sempre, e me dá um abraço apertado.

"Henri, entre. Fazia tempo que não vinha visitar sua mãe, ein? Seu irmão esteve aqui a poucas horas." ela diz me olhando, mas eu desvio de seu olhar. Sei que ela sabe de minha relação com John e sei também que me julga por isso, mas ele foi o culpado por tudo.

"Bom, cadê ela?" Pergunto.

"Ela está no quarto, pode se sentar na sala que eu vou busca-la." Ela diz. Dona Sonia é uma amiga antiga de minha mãe, aproveitando ser enfermeira, a contratei para ficar com ela, pois um cadeirante, querendo ou não, precisa de ajuda.

"E meu pai está?"

"Não, querido. Ele está na empresa." Ela responde e sai do meu campo de visão.

Pouco tempo depois mamãe aparece na sala e vem até mim.

"Filho, a que devo a honra de sua presença?" Mamãe aparece sorrindo e vou até ela. Eu amo essa mulher! Sempre admirei sua beleza, ela tem os olhos castanhos e cabelos curtos negros como o meu.

Ajoelho a sua frente e ela beija minha cabeça.

"Estava com saudades, vim te ver." Digo e ela dá um sorriso magnífico.
Dói-me vê-la nessa cadeira, logo Dona Maria que sempre foi uma mulher cheia de vida e disposição, mas me dá raiva lembrar o motivo e da pessoa que causou isso.

* * *

Passamos a noite conversando amenidades. Ela me pareceu bem, mas eu a conheço para saber que só faz esse papel por estar na minha frente. Já estava tarde e me levantei para me despedir.

"Filho, por que não vem aqui no final de semana? Seu pai estará em casa." Mamãe pergunta com cautela, pois sabe que esse é um assunto que tenho repudio.

"Não, mãe. Não vejo necessidade." Digo e ela solta uma risada fraca.

"Sabe, eu sempre adorei ser a preferida, mas você não pode agir assim. Ninguém é culpado pelo o que aconteceu, filho." Ela diz enquanto segura minha mão.

"Meu pai é culpado por ter acobertado tudo e ter passado a mão na cabeça dele, mas tanto faz. Não quero falar sobre isso!" Decido não discutir.

"Venha aqui me dar um beijo e vá se despedir de Sonia." Dou um abraço nela e um beijo na testa. Sigo até a cozinha e entro devagar, Sonia está distraída preparando uma vitamina e cantarolando.

"Sua voz é encantadora." Eu digo. Ela se assusta e põe a mão no coração.

"Menino, não faz isso comigo." ela vem me abraçar rindo e eu retribuo.

"Menino? Sônia, eu tenho quase trinta." Sorrio.

"Será sempre meu menino." Ela da um tampinha nas minhas costas e suspira. "Henri, quando você vai trazer uma namorada aqui?" reviro os olhos e dou um beijo em sua testa.

"Eu já namoro." Digo e ela abre um sorriso.

"Qual o nome da sortuda, criança?" ela me pergunta batendo palmas e gritando minha mãe.

"Sônia." Eu falo. Ela fica emburrada e dá um tapa leve em meu braço. "Bom ver vocês." Digo indo em direção a porta.

"Não demora a voltar, filho." Minha Mãe diz.

"Demorou quase um mês dessa vez." Sonia faz uma careta.

"Entro de férias mês que vem, ficará mais fácil vir aqui." Digo.

Me despeço e saio de lá feliz. Minha mãe sempre foi capaz de melhorar meu humor, mesmo que por pouco tempo.

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Heeey, tudo bem com vocês?

Esse capítulo dá uma idéia do porquê Henri e John são assim um com o outro. Me contem suas teorias, se tiverem alguma rs

Dedico esse capítulo a themuseterpsichore <3
Leiam o livro dela: The Ringleader. Está cada vez melhor ❤️😉

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Querido ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora