The way you got me

Stereotypes

As buzinas dos carros na rua fazem-me acordar.

Estou com a maior dor de cabeça de sempre. A última coisa de que me lembro foi do Michael chegar ao Paradise e pagar-me a mim e à Crystal um shot.

Depois, parece que a minha memória foi apagada.

Estico o braço para pegar no meu telemóvel que costuma estar em cima da mesinha de cabeceira e ver as horas mas ele não lá está. Nem a mesinha.

O quê?

Só aí me apercebo do peso em cima do meu corpo e abro os olhos rapidamente vendo uma cabeça loira a dormir em cima da minha barriga. Instintivamente grito mas arrependo-me ao sentir uma forte dor de cabeça.

A pessoa sobressalta-se e acaba por cair da cama praguejando de dor depois.

"Merda." Ele diz.

Luke?

Wait! Isto é a cama dele?!

Oh não. Não não não não não não não não.

"O que... o que é que aconteceu?? Porque é que só estás de boxers?!" Grito tapando os olhos com as mãos.

"Porque é que gritaste?" Ele ignora as minhas perguntas.

"Responde-me! Nós... oh meu Deus... nós... fizemos aquilo?" Pergunto esperando o pior.

"Aquilo?" Ele está visivelmente cheio de sono. "Oh não. Nós não fizemos sexo." Ele diz na maior normalidade possível.

"Porque é que estás a tapar os olhos?"

"P-porque... porque estás de... boxers..." eu sussurro e posso sentir que ele revirou os olhos.

"E quê? É a primeira vez que vês um rapaz só assim?" Ele pergunta afastando as minhas mãos e eu nego. "Então? Qual é o problema?"

"Eu não tenho confianças contigo nem tu comigo para... isso."

"Não é nada que nunca tenhas visto na praia." ele revira os olhos.

"Mesmo assim. Tu and as com aquela rapariga e ela não ia gostar de saber que eu te vi... assim."

"Qual rapariga?" Ela ergue as sobrancelhas em confusão.

"Aquela que... hmm... no teu carro... er... tu e ela estavam..." falo atrapalhadamente e ele faz uma expressão elucidada.

"Oh... tu viste... isso..." Ele bufa. "Bem, nós não andamos propriamente." Ele coça a nuca e pode perceber-se que está um pouco envergonhado.

"Oh." E nesse momento ficou um desconfortável silêncio no quarto. "O que aconteceu ontem afinal?"

"Embebedaste-te e eu trouxe-te cá para casa já que estavas demasiado bêbada para me dizeres onde moras."

"Porque é que estou na tua cama?"

"Fazes assim tantas perguntas de manhã?" Ele resmungou.

"Oh desculpa se quero saber porque é que acordei com uma enorme dor de cabeça numa cama desconhecida." ironizo.

"Eu não sou propriamente um desconhecido para ti." ele informa.

"Não somos propriamente amigos."

"Bem, podíamos ser."

Ok, é a esta a altura que as câmaras vão aparecer e gritar que estou no apanhados.

"Estás a brincar certo? Depois de tudo o que já me fizeste achas que existe alguma possibilidade de sermos amigos?" eu digo e ele não responde ficando a encarar-me.