Dear Family

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"Então, não me vais mesmo dizer?" Louis insiste pela enésima vez enquanto eu bufo interiormente. Continuo a arrumar as compras que fizera nos respectivos sítios ignorando-o. "Rosalie, para de me ignorar foda-se. Onde passaste a noite?"

"Não tens nada que ver com isso." cuspo sem o encarar. "foste o próprio a dizer que eu era livre de fazer o que quisesse, portanto Louis, não tens nada a ver para onde fui ou o que fiz." desta vez estou a olhá-lo de braços cruzados e uma expressão rígida.

O meu primo passa uma mão pelos cabelos castanhos enquanto relaxa a postura frígida que usava. 

"Desculpa pela outra noite Rose. Eu--- eu disse-te coisas mesmo horríveis e nem sei bem porquê. Tu tens o direito de estares com quem tu quiseres como tantas vezes me apanhaste a curtir com o Harry e não me disseste nem metade do que te disse. Eu nem sei bem porque é que o fiz..." ele admite e eu reviro os olhos. "acho que todo o stress por não fazer sexo há tanto tempo ajudou nisso e aliás, o Harry ligou-me depois de saíres do quarto e discutimos bastante. Tudo isso influenciou a minha reação merdosa." explica "Só te posso pedir perdão, sabes que eu não penso nada daquilo que te disse. Até te digo mais, parte de mim estava irritado também por não me teres contado que andavas com alguém. É suposto ser o teu melhor amigo! Tu és a minha melhor amiga. Rose, por favor, perdoa-me."

Eu encaro-o e parte de mim sabe que ele está a ser totalmente sincero mas eu não consigo esquecer tão facilmente tudo o que me disse no seu momento de birra. Não será assim tão simples.

"Estive em casa da Crystal. Não, não me estive a drogar nem a dar uso à fama de galdéria, relaxa." estalo e ele olha para mim com um olhar ferido. "o que é que ele está aqui a fazer?" aponto com olhar para o rapaz loiro que está na sala a olhar para o teto.

"Chegou aqui às 8 da manhã para aí. Estava à tua procura. Como não dormiste em casa pensei que estivesses com ele, por isso é que comecei a ficar mais preocupado." Louis explica. 

"Manda-o embora."

"O quê? Manda-o tu." ele diz.

"Não quero falar com ele, diz-lhe isso e expulsa-o daqui."

"Ele disse que estava cá para fazer um trabalho... de filosofia, penso." 

"Diz-lhe para não se preocupar com isso que terá uma melhor nota, agora Louis, por favor."

Ainda protesta mas lá se dirige à sala a bufar. As minhas mãos estão a tremer enquanto tento arrumar o resto das compras. O que raio está ele aqui a fazer? Não me disse tudo da última vez que me viu?

As vozes são nítidas mas as palavras são impercetíveis. De repente já não estou sozinha outra vez na cozinha. O seu corpo musculado por trás da camisola preta está tenso como a expressão que carrega. As olheiras são profundas e eu por momentos pergunto-me se ele tem andado a dormir embora não mereça a minha preocupação.

"Temos um trabalho para fazer."

"Não te preocupes com isso. Eu trato de tudo e terás uma ótima nota." Explico com raiva a nascer em mim.

"É um trabalho de grupo, deixa de ser infantil." Ele cospe.

"Vai à merda." Disparo deixando-o irritado "não tens o direito de vir até minha casa e chamar-me nomes, outra vez."

"O que é que me disseste?" Ele rosna e chega mais perto e por momentos vejo aquele Luke, o Luke que me levou ao fundo do poço no início da minha jornada em Sydney.

Eu encolho-me ao lembrar-me de tudo isso deixando-o confiante.

"Wow, acalmem-se lá." Louis chega e atenua a situação. Luke relaxa a postura mas não tira os olhos de mim.

The way you got meWhere stories live. Discover now