Room 317 - portuguese version

Capítulo 2

QUARTA-FEIRA DE MANHA – UMA SEMANA ANTES DO COLAPSO

Louis acordou com o som do despertador do Niall tocando sem parar. Era o tipo de som medonho que agoniava mais que tudo. Gemendo, ele apanhou uma almofada e atirou na direcção de Niall. “Desliga isso!” ele disse ao amigo, metendo a cabeça debaixo dos cobertores para tentar acabar com o barulho.

Demorou alguns segundos, mas o Niall eventualmente saiu da cama e desligou o despertador. Louis suspirou de alívio e fechou os olhos. Então…outro dia de loucura…woohoo! Não houve um dia desde que passaram para os concertos ao vivo no Factor X que não tenha sido para além de brilhante! Porém, isso não significava que ele não amava a cama dele…Ele virou-se para tentar meter-se numa posição mais confortável. O colchão estava fazendo com que ele ficasse com uma sensação esquisita no seu lado direito. Essa sensação não ia embora, fazendo Louis suspirar novamente, virando-se de barriga para cima. Distraidamente ele começou a esfregar a zona mesmo em cima da sua anca e começou a pensar sobre envelhecer. Com 19 anos ele estava chegando à idade de ter uma suposta maturidade já, mas mesmo assim não deveria ter dores musculares tão cedo. Ele não estava exactamente dolorido mas ele sentia-se…estranho...como se estivessem espetando pequenas agulhas. Provavelmente era apenas um efeito das dores de estomago que ele tinha sentido nos dias anteriores – não que ele tivesse contado aos rapazes sobre isso. Eles tinham problemas de sobra, e ainda por cima com estes grandes concertos acontecendo, ele não os queria preocupar com uma coisinha destas. Ele nem sequer estava doente fisicamente…apenas tinha uma pequena dor debaixo do abdómen e algumas indesejadas idas à casa de banho. Era fácil disfarçar, desde que ele permanecesse calmo, e animado como ele sempre estava. De qualquer maneira, a dor era suportável se ele tomasse uma dose diária de paracetamol. E falando nisso…

Ele sentou-se bastante rápido e tudo ao seu redor começou a girar. Ofegando, ele fechou os olhos e contou até dez antes de os abrir outra vez. O quarto não parecia girar desta vez e ele tirou as mantas e saiu da cama cuidadosamente. Meu, ele deve mesmo estar ficando velho se fica tonto por se sentar depressa demais. Ele definitivamente não iria partilhar aquilo com os rapazes – eles não o deixariam em paz.

Estava bastante frio esta manha; o tapete do hotel estava bastante áspero debaixo dos seus pés, podia-se ver nos seus braços que ele estava arrepiado enquanto ia para a casa de banho. Mesmo que a tontura tivesse acabado, ele ainda se sentia um pouco inseguro nos seus pés, mas ele disse a ele próprio para se aguentar firme porque esses teriam muito trabalho hoje nos ensaios.

Ele fez um atalho e foi até ao lavatório e apanhou as coisas para se barbear. A porta abriu-se de uma vez e o Harry apareceu, com os olhos ainda meio fechados. Ele afastou o Louis com a anca e aproximou-se do lavatório apanhando a sua escova de dentes, fazendo o Louis rir.

“Bom dia Curly”

“Nah..” os olhos de Harry encontraram os de Louis no espelho, e Louis piscou para ele. O Harry sorriu e depois acotovelou Louis provocando-o, “olha..para que te estar a barbear? Tu não tens nada a crescer.”

“Não estejas espalhando a tua inveja para cima de mim,” Louis respondeu, passando os dedos debaixo do queixo com uma lâmina pequena – sim, ele não era nenhum Robbie Coltrane, ainda assim ele tinha alguma coisa. “Só porque tu não tens barba ainda…”

O Harry respirou profundamente e depois deu uma chapadinha na testa de Louis. Ele riu e para se vingar meteu espuma de barbear na bochecha de Harry. Foi isso; estava de pé – uma luta até à morte. Harry apanhou a cabeça de Louis com os braços, enquanto Louis empurrava-os contra a parede.

“Do que é que vocês estão rindo tanto tão cedo?” o Niall perguntou, enquanto entrava na casa de banho com uma toalha. Ele olhou para eles, ainda brigando, “Meu Deusa, vocês têm algum problema na cabeça.”