Cap. 15

26 5 1
                                    

Minha vida era, literalmente uma bagunça interminável. E eu já estava cansada de "mimimis" e besteiras, ficar sofrendo. Ou ajudar meus amigos a sofrer.

Eu necessitava de forças para aguentar todos os meus erros, mas naquele momento, queria apenas afundar no meu travesseiro e escutar umas músicas. Era isso o que estava fazendo, sempre me senti segura, as músicas parecem falar, principalmente quando se precisa delas.

...

Passei o fim de semana quase todo parecendo uma louca depressiva, mas pelo menos naquela segunda-feira, eu parecia forte, e confiante. "Foda-se tudo" era praticamente eu resumida naquele momento.

Até que me olhei no espelho. Em minha mente, eu estava quase uma diva avassaladora, mas a realidade era uma garota, morta de sono, e com os cabelos bagunçados, como se tivesse levado um choque. Pois é. Eu devia sonhar menos, afinal, eu não sou uma diva avassaladora.

Mesmo assim, eu me sentia diferente. Feliz. Como se tudo o que tenha acontecido fosse só passado. Acabou.

Vesti minha melhor roupa, e fiz uma longa e bela trança no meu cabelo. E fiz uma maquiagem delicada, para ficar diferente, já que eu sempre ia pra escola com aquela cara cansada e de sono.

Eram 6:00 da manhã, e eu parei pra pensar o que eu fazia acordada quase uma hora antes do que eu deveria, sendo que a casa inteira ainda estava dormindo. Parei pra pensar novamente, lembrando que se eu acordasse minha mãe, ela iria me jogar pela janela e me atropelar com um unicórnio. "Melhor fazer meu café da manhã sozinha".

Desci as escadas, e milagrosamente não bati nenhum dedo naquela maldita mesa, e dei um sorriso irônico e maldoso. Para a mesa. Devo ser louca. Corri para a geladeira, e peguei tudo o que era necessário para um café da manhã perfeito: ovos, bacon, laranjas para fazer um suco, geléia de uva, pães e nutella, mesmo que eu não fosse comer nada daquilo, eu teria uma chance a menos de não ser jogada pela janela, e atropelada por um unicórnio.

Comecei com as laranjas, enquanto eu descascava e colocava elas no espremedor, haviam torradas na torradeira. Vai dar tudo certo. Eu sabia. Sou demais.

Cinco minutos depois de ter falado isso, uma laranja voou para o teto, ameaçando cair na minha cabeça. Era uma questão de honra, como um raio, me escondi embaixo da mesa, e aquela laranja mutante aterrissou em Eleonor, minha gatinha.

Eleonor se assustou com aquilo, o que fez ela bater na mesa maldita, que derrubou a torradeira, e o pote de geleia no chão. Ah, que maravilha.

Eu tinha destruído a cozinha, em 15 minutos. Devia ganhar um Oscar por isso. Me apressei para fugir de casa e ir pra escola. Peguei o pote de Nutella, e minha mochila (além de algumas roupas, para estar preparada para me esconder na casa da minha vó até minha mãe esquecer de tudo e não comprar um unicórnio pra me atropelar) e escrevi um bilhete para minha mãe antes de sair:

"Bom dia, mãezinha linda.
Boa sorte com a cozinha, ela está um pouquinho bagunçada.

P.S: Fiz seu café da manhã :)"

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 06, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

DreamsOnde histórias criam vida. Descubra agora