Inside The Army

Capítulo 3: Novo Rumo

Demorei um pouco para atravessar o portão. Levava uma mochila nas costas e outra na mão, mas o fluxo de homens e mulheres entrando era tão grande, que dar mais de 2 passos em 5 segundos era impossível. Assim que passei pelos grandes portões, pude perceber que as mulher e os homens se separavam. A minha direita havia um incontável numero de adolescentes e homens, se ajeitando em uma fila, possivelmente para pegar sua identificação e saber em qual alojamento ficariam. A minha esquerda, quase dava para contar o numero de garotas presentes, a maioria beirando a minha idade, algumas aparentavam ser um pouco mais velhas. Fui andando para junto delas, entrando na fila. Por cerca de mais 20 minutos ainda chegava gente, mas depois disso, quase ninguém chegou. Chegar atrasado era inadmissível, e se chegasse, já era punido. Vi alguns garotos tendo que fazer flexões e abdominais.

Enquanto esperava na fila das meninas, fiquei observando-as. Minha opção sexual não era segredo. Desde cedo me assumi para meus pais e mesmo eles não tendo gostado da ideia, me respeitavam e tratavam as meninas que eu levava la em casa muito bem. Logo a minha frente na fila tinha uma garota loira, um pouco mais alta que eu. Sua pele era levemente morena, seu corpo muito bem esculpido, e a camiseta branca e o shorts jeans demarcavam muito bem suas curvas. Senti que ela estava tensa, e tremia um pouco.

-Ei, se acalma. – falei tocando seu ombro

-Que? –ela virou me encarando com raiva

-Você está tremendo, parece nervosa. Só respira. – comentei

-Ah sim, desculpa. Eu estou nervosa mesmo. Ah, prazer Dinah Jane. – falou, estendendo a mão para eu apertá-la.

-Lauren Jauregui. – apertei sua mão e sorri

-Você não está nervosa? Como consegue?

-Não tem motivos pra ficar nervosa, - falei sorrindo- e eu venho de família de militares, meio que já estou ligada nas coisas.

-Ah entendi.

Ficamos conversando enquanto aos poucos a fila das mulheres andava. Quando chegou sua vez, Dinah me deu um breve tchau e foi para uma tenda. Além de nos entregarem o papel que dizia de qual alojamento faríamos parte, fazíamos um exame de sangue e uma breve entrevista. Chegou minha vez, e parei na frente de uma moça sentada atrás de uma mesa.

-Nome?

-Lauren Jauregui.

-Filha do Michael? – perguntou com um sorriso sarcástico. Ergui uma sobrancelha ao responder.

-Sim, por?

-Nada não, só tome cuidado e boa sorte. Aqui não costumam dar mole para filhos de Oficiais. Aqui está seu alojamento. Bloco 2A, cama 3. Pode ir até a tenda 4.

-Obrigada. – peguei o papel de sua mão e me dirigi até a tenda.

Empurrei o pano que delimitava a porta e entrei. Havia uma maca, duas cadeiras e uma mesa no interior. Uma mulher de aproximadamente 35 anos estava sentada atrás da mesa, levantou a cabeça quando eu entrei.

-Olá, sou a doutora Allen, como se chama?

-Lauren Jauregui.

-Ok, soldado Jauregui. Deite-se na maca.

Assenti e me deitei.

-Vamos tirar um pouco de sangue e fazer um rápido exame, para saber se você está fisicamente bem para começar aqui conosco.

Assenti novamente, quando ela virou de costas pra mim e foi pegar a seringa. Fez um nó com um elástico no topo do meu braço direito, e tirou uma seringa de sangue. Nunca fui sensível pra sangue, mas me deixava desconfortável ver o sangue saindo e se acomodando na seringa. Assim que terminou, pegou uma lanterna e apontou para os meus olhos.