Por que, comigo?

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A manhã estava maravilhosa e decidi que iria enfrentar a escola. Me arrumei bem até pro meu dia normal, desci e fui caminhando pra escola, pois o dia estava tão lindo. Liguei pro Matt avisando que iria pra escola e dissera que me esperaria no portão. Cheguei e ele me deu um beijo:

- Bom dia minha princesa.

- Bom dia meu príncipe ;-)

Nós entramos de mãos dadas, ele me acompanhou até a sala e me deu um beijo na testa, dizendo que iria estar na porta quando saísse pro intervalo. Me despedi dele e entrei na sala, coloquei meu capuz e liguei uma musica só pra não ligar pras garotas me zuarando a aula toda. 

O sinal toca e quando sai da sala, me deparo com o Matt apoiado no armário ao lado, mexendo no celular. Fiquei alguns minutos olhando-o, pois ele ficava tão gato que nem quis atrapalhar essa visão tão maravilhosa. Quando sinto alguém me dando um empurrão pra fora da sala.

- É melhor sair da minha frente vadia! Ou melhor chifruda.kkkk É melhor você colocar uma coleira nesse seu cachorrinho.

Olhei onde o Matt estava e vi que conversava com uma das meninas, a garota dando em cima dele. De repente fico paralisada ao ver eles se beijando. No momento não soube o que fazer, meu mundo realmente tinha caído. Apenas me virei e saí correndo pelo corredor, passei pelas minhas amigas querendo saber o que estava acontecendo, mas nem parei corri mais ainda. Empurrei a porta da escola e continuei correndo. Nem sabia pra onde estava indo, e nem me importava só queria ficar o mais longe possível daquela imagem que me obrigava a se lembrar para todos os lados que olhava. 

Meus pés me levaram a minha casa, entrei correndo e não encontrei ninguém, achei estranho pois meus pais deveriam ter chegado do serviço. De tanto que minha cabeça latejava só queria ir pro quarto e me deitar. Corri pro meu quarto e me joguei na cama, quando ia alcançar as lâminas ouço meu celular tocando. Olhei pra tela e era o Matt tentando me ligar, desliguei e fui pro banheiro. Quando segurei forte a lâmina, ouvi o telefone de casa tocar. Levantei com raiva, pensando por que ninguém me deixava em paz.

Atendi já ignorante:

- alô??!

- Alô? é a senhorita Sofia?

- Sim.

- Aqui é do hospital São Vicente. Gostaria de te dar as notícias de que você deve comparecer ao local urgentemente.

- Não entendi. Do que se trata?

- Seus pais sofreram um acidente. E que tem de se encaminhar para o recinto urgentemente.

Desliguei o telefone já colocando os tênis. Fiquei em pânico, não sabia o que fazer, meu mundo tinha acabado. Corri o mais rápido que eu pude, não tinha como eu ir de carro, pois era o Matt que me levava de volta para casa, e não estava afim de ligar e pedir a ajuda dele, por mais desesperada que estava.

Entrei no hospital as pressas, dei meu sobrenome a uma mulher e ela chamou um médico, fiquei com aquela cara de como assim um médico? Eu quero ver meus pais! Finalmente um médico veio.

-  Você é a Sofia certo?

- Sim

- Então, tenho uma notícia um pouco ruim...

Meus Deus, eu odeio quando médicos dizem isso.

-... Seus pais sofreram um acidente muito grave. E infelizmente eles não aguentaram aos ferimentos e acabaram falecendo. Sinto muito...

Fiquei aos prantos, caí no chão do hospital e comecei a chorar desesperadamente. Sinto uma mão me levantando, olhei para pessoa que me dava todo esse conforto. Mais imediatamente me afastei percebendo quem era o dono desse conforto. Matt me olhando com aqueles olhos castanhos, me abraçou forte, e me permiti, pois não aguentava mais, chorei ainda mais sentindo o cheiro dele e me acalmando aos poucos. Quando finalmente ele me soltou, foi até o balcão e conversou com a moça e voltou com uma cara péssima. Ele me levou para casa e ficou lá até eu cair no sono. 


Uma garota suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora