Uma garota suicida

Hospital

Abri meus olhos e vejo uma sala totalmente branca, percebi que estava em um hospital. Olhei para o lado e vi minha mãe deitada sobre a cama, segurando minha mão. Ela se levantou, olhou pra mim e chamou a enfermeira.

Pelo que eu entendi, a enfermeira explicou a minha mãe que perdi muito sangue, mas que não tinha nada grave tirando o fato que eu iria ficar com cicatrizes nos pulsos e pernas. Minha mãe me deu um beijo em minha testa e saiu. Vejo um bando de pessoas entrando na sala, minhas amigas com cara de preocupação estampado nos rostos de cada um. Por ultimo vejo Matt, parecia ter chorado, mas deixei essa possibilidade de lado. 

Todos me abraçaram e conversaram comigo, reparei que o Matt não abriu a boca nem um minuto, só ficou sentado em um canto da sala me encarando. Sabia que ele estaria chateado ou bravo comigo por eu nem ter procurado ele. Mas não achava a melhor das ipóteses por que não queria preocupar ninguém. Cada um se despediu e foram embora.

Matt se levantou e andou em minha direção. Pela sua expressão já esperava o pior, ele só pegou minha mão e falou: 

- Por que Sofi?

- Me desculpa! e pareceu que tudo em meu redor estava desmoronando...

Colocando a mão em meu lábio disse:

- Shhiiiii.. Não precisa se desculpar. Mas que você quase me matou de susto sim. 

Me abraçando imediatamente, comecei a chorar e a soluçar. 

Por incrível que pareça minha mãe deixou o Matt lá comigo, disse que voltaria para casa e para ele me levar depois em segurança. Ele não tocou no assunto no resto do dia, só me abraçava o tempo todo, como se quisesse proteger algo muito preciso. Paramos no parque, nem sabia o que ele pretendia fazer, mais o segui enquanto me dava a mão e me puxava para um lugar vazio. 

Nos sentamos de baixo da mesma árvore de antes, deitamos e finalmente ele falou:

- Sofi, vou compreender se não quiser falar. Só quero que saiba que eu sempre vou estar aqui. Mais por favor não quero que se machuque outra vez.

- Só acho que não estou pronta para falar. Mas garanto que um dia eu falo tudo o que quiser.

- Só espero que não demore. Você sempre faz isso? Digo,se cortar?

- Sempre não, mas antigamente quando era mais nova, fazia com frequência pois meus pais brigavam de mais e sofria muito bullying na antiga escola.

- Mais por que dessa vez então? É algo que eu fiz?

- Não é nada com você meu amor. 

- Ok. Pelo menos posso ficar mais tranquilo. Lá no hospital estava com medo de que seja comigo. Mais vi como estava, então tive a quase certeza de que não era comigo, pois você parecia que estava implorando para eu ir até você.

- Só senti sua falta.

- Sempre estarei aqui minha princesa.

Matt me levantou com tanto cuidado que acho que pensou que eu era aquelas bonecas de porcelana. Voltamos para minha casa e como estava exausta, fui direto pro meu quarto e me deitei na cama. Só vi o Matt me seguindo até meu quarto me cobrindo e dando um beijo em minha testa. Não sei se imaginei mas lá no fundo quando estava quase pegando no sono ouvi um " eu te amo, não vou deixar nada te acontecer" em meus ouvidos. Depois disso apaguei.