Assim que ouvimos uma voz feminina, Bruno me soltou e colocou-se rapidamente de pé, eu continuei sentado e apenas olhei para cima e vi uma menina loira, com um corpo perfeito, pele branca como a neve, pelas roupas e jeito que se portava, com certeza deveria ser de uma família com bom poder aquisitivo. Vi que Bruno ficou totalmente desconfortável e não falou nada até que a tal menina perguntasse novamente.
- Então Bruno, o que está acontecendo aqui? - Disse ela já impaciente esperando a resposta.
- Oi Júlia, não está acontecendo nada... Nós só estamos conversando.. Eee - Disse Bruno parecendo nervoso com a situação.
- Ah não?Eu te liguei mais de 20 vezes, e você não me atendeu, então pensei comigo, ele deve estar no lugar preferido dele, e estava não é mesmo. - Disse a tal Julia com a uma mão na cintura e com a outra gesticulava enquanto falava. - E pior com outro homem, e fazendo um piquenique, então será que eu não devo desconfiar de algo? Como por exemplo o fato do MEU NAMORADO ser Viado?
- Você ficou louca, eu só trouxe o Joaquim aqui porque ele é filho da noiva do meu pai, e eu estava conversando com ele. - Disse Bruno um tanto quanto indignado.
Eu continuava sentado, evitava olhar para cima e tentava fingir que não estava ali, eu odeio ser o centro das atenções e estava vendo que eu era o motivo da discussão entre os dois, fiquei um tanto incomodado dela ter se referido de forma ríspida a minha pessoa, a melhor coisa a fazer seria ir embora e deixar os dois conversarem, mas eu estava um longe de casa e sem muito dinheiro pra pegar um táxi, então peguei meu celular e mandei mensagem pro Matheus e pedi pra ele me buscar, expliquei onde estava e ele me respondeu que já estava a caminho.
- E precisava fazer um piquenique? Eu sou sua namorada e você nunca fez isso pra mim, mas pra esse garoto ai que você praticamente conheceu ontem você fez! - Disse ela demonstrando não estar satisfeita com a minha presença.
Eu tentei ficar fora dessa confusão, até ela se mostrar uma garota mimada e insatisfeita com seu namorado, eu não tinha culpa pelo que o Bruno fazia ou deixa de fazer para alegrar a vidinha medíocre daquela menina.
- O garoto aqui tem nome, e outra, eu não te conheço e nem você me conhece, e acho que mesmo assim um pouco de respeito sempre é bem vindo e não faz mal a ninguém. - Disse me colocando de pé pronto para ir embora. - Não sei quem você pensa que é, mas vamos baixando a bola que o mundo não gira em torno de você.
- Joca, me desculpa pela forma que a Júlia tratou você, ela só está tentando chamar minha atenção. - Disse Bruno com olhar de reprovação para Júlia.
- Não peça desculpas por mim não Bruno, e olha aqui Joaquim, você não me conhece então é melhor você não me provocar, e outra, a conversa até agora não chegou até você, então porque você não vai embora, não percebeu que está sobrando?
- Júlia, da pra parar de tratar o Joca assim? - Disse Bruno já vermelho de raiva.
- Uaauuuu, Joca? Já estão íntimos assim? - Disse ela desdenhando da minha cara.
Nesse momento eu vi que o carro do Mateus tinha acabado de ser estacionado, fiquei aliviado por ele ter chegado, e ter que sair daquele circo que a Júlia tinha começado. Eu abaixai pra pegar as minhas coisas e Bruno ficou me encarando com cara de dúvida por não saber o que estava fazendo.
- Finalmente se tocou que é melhor ir embora. - Disse Júlia rindo e batendo palma da forma mais sarcástica e humilhante possível.
- Realmente eu me toquei que estou sobrando, e não tenho que ficar na companhia de pessoas que são ridículas e se acham no direito de ofender os outros. - Disse frente a frente a Júlia. - Tchau Bruno. - Disse me virando para ir embora.
Bruno ficou sem reação ao me ver agir daquela forma, eu comecei a caminhar e me sentir um lixo pela forma que Júlia me tratou, mas o que mais estava me deixando triste era saber que o Bruno namorava, e o pior, namorava um menina totalmente oposta dele. Fui caminhando até o carro do Mateus e me segurando para não chorar, quando de repente sinto uma mão forte segurar meu braço direito, automaticamente eu virei para ver quem era, mesmo que eu já soubesse quem poderia ser.
- Joca, por favor, não vai, me desculpa pela forma que ela te tratou. - Disse Bruno a uma distancia de no mínimo 30 centímetros de mim.
- Bruno, eu realmente preciso ir, pode ficar tranquilo que isso que aconteceu não vai afetar nossa amizade. - Disse olhando para a mão dele que ainda segurava meu braço, mesmo eu estado parado.
- Mas é que eu planejei ficar a tarde toda com você, te conhecer melhor, e não passamos nem 1 hora juntos ainda. - Disse Bruno, soltando sua mão do meu ombro e deslizando até segurar minha mão. Meu coração disparou, minha respiração foi a mil, era tão bom sentir o toque dele, sua mão tão macia, envolvendo a minha.
- Joca, vamos embora ou não? - Ouvi a voz do meu amigo atrás de mim.
Assim que ouvi a voz do Mateus eu levantei minha cabeça para olhar Bruno, que estava com um olhar de poucos amigos para o Teteu, ele o olhava de cima a baixo, e segurou minha mão um pouco mais forte, como se não fosse permitir que eu fosse embora com Mateus.
- Bruno, desculpa mesmo não ter ocorrido as coisas como você tinha planejado, mas eu preciso ir. - Disse soltando minha mão da de Bruno.
Ele não falou nada, ficou parado no mesmo lugar me vendo ir embora com meu amigo, ele não se mexeu nem quando a Júlia veio gritando com ele, falando que ele tinha deixado ela feito uma palhaça lá sozinha esperando por ele.
Entrei no carro e fiquei quieto, apenas pensando em como eu queria que aquela tarde fosse especial, em ver o que Bruno havia planejado para nós, deitei minha cabeça na janela do carro enquanto Teteu dirigia em silêncio, ele sabia que eu não estava afim de conversar e respeito minha decisão, eu também não estava preparado para contar minha orientação sexual para ele, não por não confiar, mas por não saber sua reação. Meu olho começou a lacrimejar e uma lagrima fugiu do meu olho, nesse momento Teteu estacionou o carro em uma rua, que mesmo estando de dia, estava deserta, desligou o carro, tirou o cinto e se virou em minha direção.
- Joca, eu estava quieto até agora, esperando que você falasse o que está acontecendo. - Disse ele olhando nos meus olhos, eu por sua vez baixava a cabeça com vergonha e medo de onde aquela conversa iria terminar. - você sabe que eu sempre respeitei o seu espaço, assim como você sempre respeitou o meu, mas hoje eu vou ter que ser aquele amigo chato e insistente, então você quer me dizer o que está acontecendo?
- Teteu, não esta acontecendo nada... Está tudo bem comigo... E-e-e - Nem precisei terminar de falar, que ele já me cortou.
- Joca, somos amigos desde que me entendo por gente, eu sei quando você não está bem e quando está me escondendo algo, não adianta você tentar disfarçar, sou seu melhor amigo e sempre vou estar aqui pro melhor e pro pior.
Aquelas palavras realmente mexeram comigo, Teteu poderia ser tapado as vezes, mas ele sempre sabia o que falar nas horas certas, ele sempre foi meu braço direito, Teteu realmente sempre foi aquele amigo que eu poderia contar tudo, não sei porque eu estava escondendo o maior segredo da minha vida para meu melhor amigo. Mas estava decidido que aquele medo teria seu fim hoje, hoje Teteu e Mari saberiam sobre minha orientação sexual.
- Ta bom, eu vou contar tudo pra você, mas pode ser a noite lá em casa, já que você e a Mari vão dormir lá, eu já conto pra vocês dois. - Disse olhando pra ele tentando demonstrar calma e confiança.
- Tudo bem, mas de hoje não passa!
VOCÊ ESTÁ LENDO
AMOR OU IRMANDADE (Romance Gay)
RomanceJoaquim é um garoto de 17 anos que vai descobrir, o amor e muitas outras coisas em uma viagem com sua mãe.