Bipolar

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Chego em casa, explico tudo para Mada e Natã. Pego uma roupas e volto para o carro.

-Aqui é alguma pensão por acaso?_ pergunta Lívia quando me vê.

-Muito pelo contrário, aqui é uma casa descente. E Eduarda é bem-vinda aqui_ diz JJ.

Olho para a sala e os meninos me olham amigavelmente, já as meninas, enojadas. Tem uma lá que eu não conheço, ela tem cabelos loiros e olhos azuis, ela está sentada entre Lívia e Luana.

-O que tem para jantar?_ pergunta JJ.

-Tem pizza_ nos informa Jr.

Logo todos vamos para a cozinha, depois assistimos uns três filmes e umas 23:30. Tomo um banho e me deito. Visto apenas uma blusa longa, que fica no meio das minhas coxas e uma calcinha. Tranco a porta e me deito.

São por volta de 01:00 da manhã, quando ouço barulhos estranhos na cozinha, tento me conter, mas minha curiosidade é maior.

Desço as escadas lentamente, então vejo as luses da cozinha ligada e vou andando lentamente com os meus pés descalços até lá.

Quando entro na cozinha, vejo Samuel, Jhow e mais três meninos, que me olham de cima a baixo maliciosamente. Droga! Eu não coloquei um short.

-Quem é a princesinha?_ pergunta um loiro.

-Uma convidada_ diz Jhow( Jhonathan).

-Seu novo briquedo Samuel?_ pergunta um moreno.

-Sim_ ele diz e meus olhos se arregalam num completo espanto.

-O QUE?_ pergunto assustada.

-Por que você acha que eu te beijei naquela madrugada? Você não achava que eu gostava de você né? Só não te levei pra cama, por que depois você ia fazer igual todas, vim correndo atrás, dizendo que me ama_ diz ele rude e sínico, soltando uma gargalhada.

Sinto lágrimas rolando pelo o meu rosto, meu coração está destruindo, nunca imaginei que ele seria capaz de falar uma coisa dessas.

Saio da cozinha, ouvindo eles me zoando e rindo de mim. Subo as escadas, assim que entro no quarto, tranco a porta e vou escorregando lentamente pela mesma.

Vou a minha mochila e pego uma velha amiga, que não uso a muito tempo, pego a minha lâmina e vou para o banheiro, puxo a manga da minha camisa e faço cortes rapidos pelo o meu braço. Limpo o meu braço e me deito na cama.

Choro um pouco mas logo me controlo. Fico pensando na vida e principalmente no passado. Até que ouço várias batidas na porta, decido não atender mas parece que seja quem for vai arrombar a porta. Então abro a mesma.

Assim que abro vejo Sam descabelado e com o rosto enchado, com cara de quem bebeu muito.

-Posso entrar?_ ele pergunta baixo.

-Não_ digo com raiva e enojada só por olhar a cara dele.

-Mas eu vou entrar_ diz ele empurrando a porta e sentando na minha cama.

-O que você quer?_ pergunto.

-Você_ diz ele cinicamente.

-Vai a merda, quer saber cansei, cansei de tentar ser legal e de aturar as suas merdas_ digo quase gritando.

-Merdas, é a única coisa que sei fazer_ diz ele dando um gole na sua garrafa de Jack Daniel's.

-Até que enfim você falou algo que preste_ digo.

-O que eu falei na cozinha não era bem verdade_diz ele tomando outro gole da bebida.

-Me da isso?_ exijo pedindo a garrafa.

-Não_diz ele, escondendo a garrafa atrás de suas costas.

-Me da isso Sam_digo e começamos uma pequena luta pela posse da garrafa.

Ele me puxa de repente para ele, me fazendo cair por cima do mesmo, apoio o meu braço direito ao lado de Sam e apoio o esquerdo no seu abdômen, nós nos olhamos, assim como antes, é intenso.

Ele vem em minha direção e eu viro o meu rosto, o fazendo dar um beijo na minha bochecha, quando viro o meu rosto, vejo na minha frente a garrafa, pego a mesma e saio de cima dele.

-Me devolve isso_ ele pede já sentado na cama. Bebo todo o conteúdo da garrafa, que não era muita coisa.

-Ops_ falo debochada.

-Eu não acredito_ diz ele surpreso.

-Você vai banhar_digo irritada.

-Ta bom mãe_ diz ele cínico mas sorrindo.

-Que tipo de roupa você dorme?_ pergunto, com as intenções de pegar uma roupa para ele.

-Uma cueca e um short preto_ diz ele, entrando no box.

Saio do quarto e vou até o dele, que coincidentemente é ao lado do meu. Nossos quartos são a mesma coisa, a diferença é que o dele tem algumas coisas pessoais e um closet cheio. Entro no mesmo e pego o que ele pediu.

Volto para o quarto e abro um pouco a porta do banheiro e deixo a roupa dele no chão, fecho a porta e me sento na cama.

Você deve estar se perguntando, por que você ajuda ele? Simples, ele está bêbado, não sabe o que está falando ou fazendo, amanhã ele não lembra de mais nada. E amanhã quando algo se tratar dele, deixarei o orgulho tomar conta!

-Perdida em pensamentos?_ pergunta ele saindo do banheiro, já seco e vestido.

-Talvez_ minto.

Ele chega e se deita na minha cama.

-Quem te deu permissão?_ pergunto.

-Eu_ diz ele sem nenhuma educação.

-Sai_ mando.

-Não_diz ele manhoso, ele pega a minha perna, me fazendo cair na cama.

-Sam, por favor_ tento novamente.

-Realmente, desculpa pelo o que aconteceu lá em baixo_ diz ele me puxando mais para si.

-Eu não sei se vou te desculpar, você sempre fez esse tipo de coisa comigo_ digo relembrando a época que estuvamos juntos.

-Só pensa nisso_ diz ele passando a mão no meu rosto.

-Idiota_ sussuro e o chuto da cama.

-Olha o que você fez sua nanica_ grita ele, que em seguida se levanta com a mão no pescoço e com uma cara de dor. Deu até dó. Sqn!

-Cala a boca Samuel!_ grito.

-Agora você vai cuidar de mim_ diz ele irritado.

-Não_ digo e ele se aproxima lentamente, coloco a mão no meio do rosto dele, não um tapa, mas apenas segurando para ele não se aproximar mais.

-Estraga prazer_ diz ele se dando por derrotado.

-Sou mesmo bebum_ digo brincando com o estado dele.

Ele vira para o lado e eu viro para o meu. Uma hora ele explode em raiva e outro está totalmente calmo, eu não consigo entender.

-Boa noite pequena_ sussura ele no meu ouvido me fazendo arrepiar.

-Boa noite Sammy_ digo.

Quando estou adormecendo, sinto os seus braços me puxando e logo encontro o seu abdômen definido.

-Minha pequena_ ele sussura e eu adormeço.

Ele é bipolar!

Uma nova vida 2Onde histórias criam vida. Descubra agora