Capítulo 55 ❤

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Britanny

Eu estava furiosa.  Eu estava furiosa. Borbulhando de raiva desde o momento que sai da escola. Aquele diretorzinho burro era expulsar a sonsa nem precisava chamar meu tio e minha mãe. Mas o que mais me dava raiva era que ela havia conseguido de novo.

Deveria ter imaginado que meu tio e Sue fariam tudo para livrar a cara da sobrinha perfeita deles, e para isso ele jogou alto. Realmente foi uma jogada de mestre. Quem iria querer um processo contra os filhos? E claro aquele gordo maldito não podia ouvir a palavra processo sem se borrar todo.

E claro que eu não poderia deixar de esquecer a presença do meu pai. Tio Arthur deve ter percebido que eu sempre me esquivei de meu pai. Ele era observador de mais, assim como a horrorosa da esposa dele.

Talvez se eu tivesse sido mais esperta, teria agido como uma filha amável para ele. David não ficaria tão desconfiado sobre mim. E ele e aquela mulher horrorosa que ele chama de esposa não teriam saído por ai bisbilhotando minha vida.

Estávamos agora no aeroporto eu, ele, a mulher ridícula dele e mamãe, ninguém mais. Tio Arthur e Sue preferiram ficar curtindo e comemorando a gravidez da sonsa. Mas tenho para mim que eles comemoravam minha partida. Um dia todos eles iriam me pagar. Eu não ficaria muito tempo naquele colégio.

-- David, não quer pensar melhor? - Perguntou mamãe chorando. - Não vai ser fácil conseguir uma vaga agora e daqui há alguns meses será o natal...

-- Quanto a isso não precisa se preocupar Claire. - Disse a baranga que eu não fazia questão de saber o nome. - Eu conheço a diretora de lá, estudamos juntas na universidade então foi fácil.

-- Para falar a verdade Claire - se intrometeu David. - Alexia e eu já havíamos reservado essa vaga para Britanny. Só estava esperando a oportunidade.

-- Você deve estar adorando isso, não é Alexia? - Acusou mamãe apontando para a coisinha horrorosa a sua frente. - Não vai ter que se encontrar com a prova viva da traição de David.

-- Não é por isso Claire e você sabe muito bem. Eu a teria recebido de braços abertos quando David quis a guarda dela, ou até mesmo agora se ela realmente gostasse de nós. Até hoje não entendo porque David nunca levou adiante o processo pela tutela dela. Talvez se tivesse crescido em um lar solido, não teríamos chegado a isso.

Dei uma gargalhada sarcástica pelas palavras dela. Imagine só, eu chamando aquela velha horrorosa de mamãe. Ainda não sei como David não a trocou por outra, sendo mais novo e claro bonito.

Queria mandá-la a merda, mas o avião já iria decolar. Abracei mamãe bem forte prometendo que escreveria e ligaria todos os dias, e que voltaria mais cedo do que ela pudesse imaginar.

Ela só me deixou ir porque tio Arthur e David a ameaçaram dizendo que me levaria para um hospício.

Passei por David e pela mocoronga sem nem ao menos olhá-los. Fui direto para o portão de embarque.

Pelo menos eu iria viajar de primeira classe. Era o mínimo que o tonto do meu pai poderia ter feito por mim.

Enquanto guardando minha mochila do bagageiro um grupo com quatro pessoas entraram. Eles eram extremamente pálidos como a família Cullen e usavam óculos escuros. Eram três homens e uma mulher, que tinha os cabelos absurdamente vermelhos e revoltados. Fiquei me perguntando se ela nunca havia ouvido falar em alisamento definitivo ou em chapinha.

A ruiva percebeu que eu os observava e veio até mim, abrindo um sorriso ridiculamente encantador.

-- Então criança para onde está indo? - Perguntou com uma voz infantil. Fechei a cara, não gostava que me chamassem de criança. Resolvi não responder, afinal de contas mamãe me ensinou a não falar com estranhos. - Ah, vamos. Responda, não seja mimada. Só estou curiosa.

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