Capítulo 46

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Narração 3ª pessoa.

Sandra Hastings andava e um lado para o outro em sua casa com o envelope na mão. Já fazia uma semana que estava com ele, porem ela não queria entregar nada aquela mulher que um dia chamou de amiga. Só que ela não podia decepcionar sua menina, e toda vez que se lembrava de seus olhos marejados implorando ficava desarmada.

Então ela entregaria, mas só o faria por causa de Bella que devia sentir muita falta da mãe. Uma mãe que não merecia nem metade do amor que a filha tinha por ela - mesmo depois de tudo.

Sandra foi até seu quarto para pegar um casaco. E antes de sair ficou admirando o marido, a filha e o neto que dormiam tranqüilos na cama do casal. Os três eram tudo para ela, não podia imaginar sua vida sem eles. Por isso não conseguia entender como Renée preferiu jogar tudo para o alto; um marido bom e honesto que daria a vida por ela; uma filha linda, amável e dedicada por um cara violento, desonesto e que ainda por cima tentara abusar da própria filha.

Houve um tempo que a Sra. Hastings achou que Renée havia mudado. A mulher a havia procurado querendo desesperadamente noticias da filha, já que sua ex- cunhada e tutora da garota, Claire, se recusava a dar noticias nem falar com a filha. Sandra até a ajudar a conseguir um documento com o juiz para poder visitar a menina. Porem alguns dias após voltarem de Forks, Renée começara a agir de forma estranha. Parara de perguntar sobre a filha e quando Sandra a procurava para contar alguma novidade sobre Isabella, Renée a tratava friamente e dizia que não queria saber.

Sandra parou de procurá-la, e constatou o que já sabia há muito tempo: Renée nunca ligou para a filha, só estava interessada no dinheiro que o falecido ex-marido havia deixado para garota.

Aproveitando que o marido ainda estava dormindo - ele nunca aprovaria aquela atitude, mesmo que fosse para satisfazer a vontade da afilhada - foi até a casa que era no final da rua. Ficou parada um bom tempo em frente ao imóvel. Não parecia mais o mesmo, o lugar estava morto. Sem nenhuma planta ou grama. Nem mesmo a grande árvore onde as meninas costumavam brincar, não estava mais ali.

Aquela casa escura e sem vida, mas que um dia já fora alegre e cheia de vida, nunca mais poderia ser chamada de lar. Parecia que ali agora habitava a maldade e a violência. Sandra sentiu um calafrio ao constatar que Phil era a maldade em pessoa.

Respirando fundo muitas vezes a Sra. Hastings se dirigiu até a porta e tocou a campainha.

Renée estava sentada encolhida na poltrona da sala escura vendo as ultimas chamas da lareira se apagar de vez. Olhou o relógio e suspirou. O marido havia saído na noite anterior depois de uma briga e até agora não voltara.

A mulher se levantou da poltrona e deu de cara com sua imagem no espelho da sala. Tomou um susto ao encarar o rosto no espelho. Aquele rosto era desconhecido para ela.

Recusava-se a acreditar que aquele rosto, que um dia fora tão belo hoje era o seu próprio.

"O que aconteceu com você?" - Murmurou para si mesma.

Estava indo para o andar de cima quando a campainha soou alta a assustando.

"Será que já eram os cobradores exigindo pagamento?".

Renée decidiu abrir a porta - após muita batalha interna - para ver quem era que a importunava tão cedo.

Assim que abriu a porta arregalou os olhos de surpresa. Na verdade ambas ficaram surpresas com o que viram: uma porque não esperava a visita, e a outra porque mal pôde reconhecer o rosto da ex- amiga.

-- Renée o que houve com você? - Perguntou Sandra sem se conter.

Renée se empertigou em toda a sua arrogância e respondeu com rispidez:

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