Dois Mundos

Capítulo 51

Bella

Eu andava de um lado para o outro no quarto de Leah. Estava extremamente furiosa e ansiosa. Furiosa com minha prima por ter me colocado nessa situação e ansiosa porque eu queria fazê-la se arrepender por isso, e ao mesmo tempo eu tinha medo; nunca havia cantado para tantas pessoas antes, quer dizer eu cantei no casamento da Leah no aniversario do Edward e no meu, mas nessas ocasiões eu não estava sozinha, elas eram intimas só com pessoas conhecidas e eu não era o centro das atenções, elas não dependiam de mim para ser um sucesso.

Mas de qualquer forma eu queria fazer isso. Queria fazer Britanny engolir aquele sorrisinho presunçoso que ela estampava nos últimos dias, e que obviamente estaria em seu rosto quando eu estivesse travando em cima do palco, com um holofote apontado para minha cara. Sim teria um palco e um holofote, porque me fazer cantar na frente da escola inteira e mais alguns convidados não era o suficiente para minha prima.

-- Bella será que você pode parar um pouco? - Perguntou-me Leah enquanto trocava o pequeno Samuel. - Você vai fazer um buraco no chão do meu quarto, fora que a Isabelle está ficando enjoada.

Olhei para a menininha em meus braços, e ela realmente não estava com uma carinha muito boa.

Os bebes de Leah e Sam, estavam lindos e muito fofos; o pequeno Arthur Samuel tinha crescido consideravelmente, isso porque ele ainda não tinha nem um mês de nascido. Ele tinha as mesmas feições de Sam, mas só que com o temperamento de Leah. Vivia resmungando e abria o berreiro sempre que não o alimentavam ou o trocavam rápido o bastante. Já a pequena Charlotte Isabelle, era uma mistura de Leah, Sue e da Sra. Uley, o que a tornava muito linda e singular, e ao contrario do irmão ela era extremamente calma, quase nunca chorava, porem era extremamente manhosa e sabia usar isso quando queria que alguém ficasse a noite toda em pé a ninando. Claro que como o pai coruja que é Sam fazia exatamente o que ela queria.

-- Bells relaxa. - Disse Leah enquanto ia até mim e pegava a filha dos meus braços. - Você sabe que vai se sair bem. É só respirar fundo e relaxar. - Ela suspirou e tocou meu rosto com a mão livre. - É exatamente isso o que ela quer; fazer você ficar nervosa e insegura, porque ela sabe que vai se sair bem, então ela precisa que você se sinta mal. Mas eu sei que vai se sair bem, e os Cullen vão estar com você.

-- É só por isso que eu não estou surtando.

Embora eu quisesse muito fazer Britanny se arrepender de ter feito isso comigo, eu estava com medo.

Tinha sido fácil, há duas semanas estufar o peito e enfrentar minha prima, aceitando o desafio ridículo que ela me impôs, mas agora que só faltavam algumas horas minha coragem havia se vaporizado.

-- Isso é muito triste sabia? - Leah falou de repente, me tirando dos meus temores que iam desde esquecer a letra da musica até tropeçar no palco e quebrar uma perna.

-- O que?

-- Essa rixa sem sentido. Ela te enxergar como uma rival ou inimiga. Fazendo você competir com ela desse jeito. Como se fossem duas estranhas e não primas de sangue. E também eu não sei por que não consigo enxergar, ela como minha prima, como acontece com você. Não consigo vê-la nem como amiga.

-- Talvez porque ela não seja amiga de ninguém. E você tem razão quanto essa rivalidade boba da Britanny.

E tinha mesma. Já havia pensado sobre isso algumas vezes. E Deus sabe o quanto eu resistir para entrar nos seus joguinhos, evitando confrontá-la para não magoar minha tia, sempre me escondendo atrás dos Cullen, mas eu já estava cansada disso. Talvez se eu a enfrentasse de uma vez por todas ela parasse com esses joguinhos infantis e cansativos.