Alicia On
Finos e gelidos dedos tocam minhas bochechas, viro meu rosto para a direção contrária dos toques tentando escapar deles, mas meu corpo é balançado de um lado para o outro, me obrigando a abrir meus olhos, despertando do calmo sono que estava tendo. De princípio achei que tinha dito um louco pesadelo e que estava em meu quarto, mas assim que a claridade deixou eu enxerga de maneira perfeita o interior do avião, eu percebi que todos os acontecimentos eram reais. Estiquei meu corpo pós este estava todo dolorido por conta da desconfortável poltrona e dirwcionei meus olhos para a pessoa que havia me acordado, ainda um pouco sonolenta.
- Filha - um sorriso calmo surgiu no rosto cansado de minha mãe. - Chegamos. - os dedos dela tocam meu ombro onde um carinho é feito.
- Han? Do que está falando? - pisco meus olhos algumas vezes tentando acordar meu cérebro preguiçoso.
- Estamos na Coréia do Sul - a animação no tom de sua voz é bem percebiveu mas em mim a única coisa que consigo sentir é cansaço, por isso apenas abro um sorriso bem pequeno e começo a me levantar, para saímos do avião. Eu tinha poucas recordações do vôo, apenas lembro que viajei até os Estados Unidos sem trocar nenhuma palavra com meus pais mas quando pegamos o outro avião que não levaria para o tão "esperado" destino, eu acabei apagando em um sono longo e profundo.
Logo estávamos do lado de fora do aeroporto, me mantenho em pé colocando o peso do meu corpo em uma das enormes malas. Então olho lentamente para os lados tentando absorver as novas coisas, era extremente fofo como os asiáticos tinham certos traços parecidos. Estico um pouco meu braço, pego uma garrafa de água que estava na minha mochila e em poucos minutos a bebo inteira. O tempo vai caminhando devagar e então um pânico toma meu corpo. Eu estou em um país diferente e com uma cultura de frente, será que seria aceita? Eles iam me tratar bem? Como eu faria amigos? Será que eles vão gostar do meu cabelo? Ou vão me achar uma brasileira maluca e sem educação? Sim, eu sei que essas perguntas são bem aleatórias mas e se eu não me encaixar, viver esse pesadelo da pior forma que existe não é uma das minhas vontades. Eram tantas perguntas na minha cabeça que quase não avistei um senhor de terno preto e com uma blaca em mãos, nesta estava escrito essas palavras em uma maneira bem chamativa: "Welcome Mr. and Mrs. Seok."
Sim é exatamente o que está pensando, eu tenho decedencia asiática na minha família. Os pais dos meu pai são coreanos, eu consigo falar fluente o coreano como não tenho dificuldades para escrever, eles me ensinavam quando os visitava em São Paulo. Normalmente eu não usava esse sobrenome, quando eu estava no Brasil, ele servia como explicação para meus olhos grandes e suavemente puxados. Eu tenho a aparência de uma curuja com defeito, brincadeira, estou exagerando mas é algo parecido com isso.
Assim que meus pais avistam o homem, eles acenam educadamente e vão ao encontro dele, eu seguro a alça da minha mala e caminho junto com eles. Faço um complemento simples, curvando minhas costas em um gesto de respeito - minha avó que havia minha ensinado quando fiz 6 anos. - O homem nós saudar dano boas vindas e pega nossas malas para as colocar no porta mala com a ajuda de meu pai. Como não tínhamos muito o que fazer eu e minha mãe entramos no carro, mas antes que ela consiga começar uma conversa coloco os fones em meus ouvidos. A viagem de carro não demorou muito, as ruas daquela cidade eram bem diferentes das que tinha visto na minha vida, até as casas eram assim, mas precisava admitir, o lugar era muito bonito, tinha algo encantador ali.
Meus olhos brilham no momento em que o veículo para em frente a uma bela casa amarela, minha mãe percebeu minha surpresa porque se apressou em falar comigo.
- Não é fantástica? - fez a pergunta sorrindo. - Nos que a escolhemos, sabíamos que você gostaria dela. - tento construir uma boa resposta mas toda a atenção que eu tinha estava para a casa e seu colorido jardim. Pego minha mochila e deço do carro o mais rápido que posso. Caminho numa pequena estrada de pedras claras que davam entrada da casa sem tirar meus olhos das árvores que tinham alí. Tudo era tão magnífico. Entramos na casa e acabo soltando um suspiro, tudo parece um sonho. Não me aguento e beslico meu braço para saber se aquilo era real mesmo, um gemido baixo de dor escapa da minha boca.
- Ai - esfrego o lugar tentando acabar com a chata dor. Minha mãe vem até a mim com um sorriso ainda maior no rosto.
- Acho que deve ir no 2° andar e ver o que tem na primeira porta a esquerda. - ela fala baixo perto de mim como se aquilo fosse um segredo. Olho para ela sem conseguir compreender o que ela esta falando. O que? 2° andar? Porta? O que ela tá falando? Acho que ela percebe minha dúvida porque continuou falando. - A escada esta bem alí. Vá logo. Você não precisa da sua mãe para isso, já tem 17 anos! - uma risada calorosa sai dos seus lábios. Sem questionar, coloco a mochila nas minhas costas e subo correndo as escadas.
Hesito em abrir aquela porta. Vai que tem um Chuck da vida pronto para me matar quando eu entra... Ninguém sabe. Respiro fundo e fecho meus olhos, coloco minha mão na maçaneta e com cuidado a viro para o lado esquerdo. Ao abrir meus olhos uma grande felicidade toma conta do meu corpo. Aquele quarto era incrível, simplesmente incrível. Tinha uma cama de casal no centro, uma estante com inúmeros livros, uma escrivaninha branca com vários CDs e box das minhas séries favoritas em cima, um poster com várias cenas de quadrinhos da Marvel e tudo mais. Sem pensar duas vezes me jogo na cama, deixando todo meu corpo relaxar com o contado macio do colchão. Mordo meus lábios contendo um grito de animação. Enquanto admiro meu novo quarto uma coisa me chama a atenção, a janela perto na parede ao lado de minha cama. Me levanto em dois instantes e me sento na bancada que tinha nesta, fico impressionada ao notar que a vista era para o jardim e ainda tinha de destaque uma bela cerejeira. Era a coisa mais linda que já tinha visto. So paro de encarar a vista quando escuto um som vindo da porta, olho naquela direção e vejo meus pais sorrindo gentilmente para mim.
- Obrigado - falo olhando para os dois - muito obrigado - nesse momento o peso das palavras de raiva que eu falei para eles quando soube da viagem cai nos meus ombros. Como eu fui estúpida, apesar de tudo que eu disse eles fizeram tudo isso para mim. Sinto meus olhos serem tomados pela água - Desculpa - coloco a mão no meu rosto sentindo uma tremenda vergonha - desculpa, desculpa
- Minha linda não chore - meu pai fala e senta no meu lado na janela
- Entendemos porque falou aquelas coisas, tiramos sua vida de você, nos que temos que nos desculpar - minha mãe diz afagando os fios do meu cabelo
- Mas vocês também estão longe da nossa família... - choro mais - olha o que fizeram por mim!
- Calma minha flor, fizemos isso para lhe deixar feliz. - meu pai limpa minhas lágrimas - Amamos você.
- Também amo vocês.
- Agora vá tomar um banho e dormir , seu dia foi cheio - minha mãe segura a mão do meu pai - precisa de descanso - ele se levanta - amanhã é um novo dia - ela manda beijo para mim - você é forte, vai passar por isso fácil, fácil.
- Boa noite meu anjo - meu pai fala calmo e os dois saem do meu quarto
Em poucos minutos já estou de banho tomado e deitada na minha cama. Fecho meus olhos e solto um suspiro.
Nova vida estou preparada para você!
Penso antes de cair no mundo dos sonhos.
Alicia Off
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What Is Love? ( B1A4 )
FanfictionO destino, tai uma palavra difícil de explicar, mas fácil de aprender. Digamos que o meu, as vezes me mostra um caminho sinuoso e totalmente nublado, mas lá adiante, cavando um pouco mais fundo, para além da névoa, ele sempre me guarda ótimas sur...