Eleventh chapter of sadness

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POV Júlie

Já se haviam passado três semanas, desde que o Ash tinha sofrido a paragem cardio-respiratória e já se encontrava em casa. Nessas três terríveis semanas tive que esquecer os meus sentimentos e focar-me apenas em cuidar dele e estar lá para qualquer coisa, até a mais insignificante, que ele precisa-se.

Nessas três semanas em que esteve no hospital, eu fiz questão de lhe pedir para só falarmos de nós quando estivéssemos fora do hospital. Já se passou quase uma semana desde que ele saiu do hospital mas tenho inventado desculpas para não estar com ele. Não quero ouvir as desculpas esfarrapas que ele tem para me dar. Começo a achar que ele apenas confundiu os sentimentos que tem por mim. Ás vezes quando estamos muito tempo com uma pessoas podemos vir a ter tendência para ficarmos confusos sobre o que realmente sentimos por essa pessoa e eu simplesmente não quero ser um erro ou um arrependimento na vida dele. Acho que de certa forma lhe quis dar espaço para ele pensar bem sobre o que sente e o que quer fazer. Não quero que se sinta pressionado, já me bastou ter que o ver a morrer, felizmente só durante uns minutos, à minha frente.

Quero ir com calma, porque eu tenho cada vez mais a certeza de que o amo.

POV Ashton

tinha saudades de estar em casa, mas sinto tanto a falta da Jú... Ela esteve comigo o tempo todo que estive no hospital e agora que vim para casa não tenho noticias dela. Tenho a certeza que me anda a evitar! Por outro lado a Sofia não me larga, já não tenho paciência para aturar os dramas dela. Já lhe disse que estava tudo acabado entre nós, mesmo assim ela continua a insistir em que eu sou o homem da vida dela e que ela é a mulher da minha vida. Ridículo... Sabe lá ela o que é que eu sinto. Ninguém sabe o que sinto, nem ninguém quer saber! Sempre foi assim...

Acabei agora de sair da faculdade, visto que tive que vir cá entregar os papeis para justificar as faltas das aulas práticas, pagar as propinas e para me inscrever nos exames. Podia fazer estas duas últimas coisas a partir de casa, mas já que tinha que vir cá de qualquer forma, aproveitei para tratar de tudo.

Liguei ao Harry para irmos beber um café, quero aproveitar para lhe confessar os meus sentimentos pela Jú, ele é o melhor amigo dela e acho que é a pessoa certa para eu ir pedir conselhos, por isso tenho que me despachar porque eu sei que ele não gosta de ficar à espera e eu também não gosto de fazer esperar as pessoas.

Enquanto caminho pelas ruas de Londres, começo a sentir-me ligeiramente nervoso, porque ele não faz a mínima ideia de tudo o que tem acontecido comigo e com a sua melhor amiga. Ele é bastante protector em relação a ela e de certa forma tenho receio de como ele poderá reagir.

Ao virar na esquina do café reparo que Harry está à porta do café a falar ao telemóvel. Aproximo-me e faço-lhe sinal para ele saber que espero por ele dentro do café.
Olho em volta e acabo por me ir sentar na única mesa que está encostada à janela ao fundo do estabelecimento. Uma rapariga baixinha, de cabelos loiros e com um avental vermelho e preto a cobrirem-lhe as pernas, aproxima-se, eleva o seu olhar ao meu e sorri amavelmente.
- Olá! O que vai querer? Hoje temos uma promoção para quem quiser café, que recebe também um cupcake, apenas pelo preço do café.
- Olá, bem sendo assim traga-me dois cafés se faz favor.
-Dois?
-Sim, dois. O meu amigo está lá fora a acabar uma chamada.
- Com certeza. É só um momento e trago já os pedidos.
-Obrigado.

Minutos depois aparece Harry com uma expressão facial que não engana ninguém: estava irritado. Arrastou a cadeira com força e sentou-se e colocou os cotovelos na mesa, bufou em descontentamento e colocou as mãos sobre a sua cara.
-Que se passou? Vens com uma cara...
-Não me digas nada Irwin! Tenho dois meses de propinas em atraso e já sabes que se não pagamos, não recebemos as notas. Tenho que ir resolver o problema com o meu banco porque todos os meses depósito lá o dinheiro para ser transferido para a universidade e não sei porque carga de água é que o dinheiro não foi parar a universidade. - percebia-se perfeitamente o descontentamento na cara do meu amigo. Por isso decidi mudar ligeiramente o tema da conversa.
- Tudo se resolve, tem calma. Olha pedi café para ti e pelos visto há uma promoção qualquer de se compras o café tens de oferta um cupcake.
-Tudo bem. Estou mesmo a precisar de beber um café bem forte. Mas conta-me como tens estado e que coisa tão importante era essa que me querias contar que não podia ser falado ao telemóvel. Já te fartas-te da Sofia? - Disse Harry curioso mas com um toque de ironia no final.
-Sabes perfeitamente que eu nunca gostei da Sofia! Deixa-te desse tipo de comentários irónicos Styles! Eu quero falar sobre a Jú... - disse suspirando e sem encarar os olhos do melhor amigo da pessoa que eu mais amo.

-O que é que tem essa tresloucada? - disse Harry rindo. Eles estavam constantemente a chamar-se nomes parvos um ao outro. Quase pareciam irmãos e de certa forma era adorável.
-Ela não te contou nada sobre mim? - perguntei um pouco receoso da sua resposta. Apesar de eu ter quase a certeza de que a Jú não lhe dissera nada.
-Sobre ti? Apenas falámos sobre o teu estado de saúde mas nada de especial. Porque?
-É que... Eu estou apaixonado pela Jú e no dia antes do acidente, eu e ela estivemos juntos a conversar sobre o que sentíamos um pelo outro e acabamos por nos beijar. - sinto as minhas mãos suarem conforme vou falando e entrelaço uma mão na outra de forma a tentar evitar que ele perceba o meu nervosismo e continuo. -Mas a Sofia não me larga e ela acabou por me beijar à frente da Jú lá no hospital...

Elevo o meu olhar até ao de Harry e vejo-o a cerrar os dentes e as suas pupilas a dilatarem, enquanto os seus punhos se fecham com força. Quando me preparo para continuar o meu discurso, sou socado com uma força brutal na cara, o que me faz cuspir um pouco de sangue.

-Nem te atrevas a dizer que gostas da Jú dessa forma! Ambos sabemos que o que tu queres é ter alguém para levares para cama! - rugiu Harry enquanto olhava para mim furioso.

Queria ter Amnésia | a.i. | hiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora