Acordei com os raios solares a entrarem pelo meu quarto a dentro e a luz parece querer acordar-me... "Merda" resmunguei enquanto abria os olhos, tinha-me voltado a esquecer de fechar as persianas. Estiquei-me para ver as horas no meu telemóvel. São precisamente 7.38h da manhã!
Ontem estava tão cansada com isto tudo do hospital e da operação do Ash que quando cheguei a casa, apenas pousei as minhas coisas no pequeno sofá azul escuro da sala, subi as escadas, quase a arrastar-me, e cai de costas na cama, posição na qual fiquei até agora.
A ansiedade de ver como o Ash está é enorme, por isso fui a correr atrapalhadamente para a casa de banho e tentei despachar-me o mais rápido possível.
São 8h da manhã e estou finalmente pronta para sair de casa.
Chamo um táxi e quando este chega à porta da minha casa, entro nele e dou as indicações, para onde me quero dirigir, ao taxista.Pago pela viagem ao senhor e entro dentro do hospital que tem cuidado maravilhosamente bem do meu amigo.
Talvez por ainda ser cedo, não vejo muitas pessoas na sala de espera enquanto me dirijo ao balcão de informações.
-"Bom dia. Eu vim visitar um paciente."
-"Bom dia menina! Como se chama o paciente?"
-"Ashton Irwin. Ele foi operado ontem e disseram-me que hoje ele já poderia receber visitas."
-"Já sei quem é o paciente! Veio aqui uma rapariga, à coisa de uns 25 minutos para o visitar também! Por isso, esse nome ainda está bem fresco na minha memória! Creio que a rapariga ainda se encontra no quarto dele! O quarto é o 78, no terceiro andar." Uma rapariga? Mas que raio... Estranho!
-"Muito obrigada! Tenha o resto de um bom dia!"Desloquei-me até ao elevador, carreguei no terceiro andar e rapidamente cheguei ao andar pretendido. Percorri o corredor até chegar a porta do quarto que me tinha sido indicado: 78.
Fiquei uns minutos a olhar para a maçaneta da porta, a pensar no que haveria de dizer, se haveria de o abraçar ou não, se ele estava bem ou se eu não iria aguentar o choro por vê-lo cheio de nódoas negras e sabe-se lá mais o que... A minha cabeça não parava de imaginar possíveis cenários e eu estava a dar em louca! Respirei fundo e meti a mão na maçaneta de maneira a poder abrir a porta. Fechei os olhos uns segundos e quando os abri, empurrei a porta...
Creio que parei de respirar durante uns largos segundos, quando olhei para a cama onde se encontrava Ashton deitado e lá estava ela, praticamente em cima dele...
Sabes aquele momento em que a tua única arma são as palavras? Em que apontas a arma para quem te queres dirigir e disparas todas as balas até que não sobra nenhuma, de maneira a garantires que conseguiste atingir a pessoa, exactamente onde ela te atingiu: no coração.
O maior problema é quando as palavras que tens na tua cabeça e queres que saiam como um grito de revoltam, são só silêncio... Das conta de que a arma não está carregada e não está pronta para tu poderes pegar nela e o atingires.
Duas lágrimas, teimosas, caíram pela minha fase, mas fui rápida o suficiente para fechar a porta silenciosamente e fugir dali sem que ninguém se apercebesse da minha presença.
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Queria ter Amnésia | a.i. | hiatus
FanficLondres é uma cidade muito grande, tal como todos nós sabemos. Por isso, quais seriam as hipóteses de Júlie se apaixonar pela pessoa errada? Muito poucas. Depois de uma noite cheia de bebedeiras, a celebrar o aniversário da melhor amiga, tudo muda...