As minhas pernas tremiam, não conseguia parar quieta e estava constantemente a ver se os ponteiros negros do relógio de parede que tinham junto à sala de espera se mexiam.
Achava ridículo terem um relógio ali, aquilo só fazia com que as pessoas ficassem mais nervosas, mais fora de si. Pelo menos era o que estava a acontecer comigo.Passaram apenas uns minutos desde que o Harry e a Mady se foram embora mas como estou ansiosa para saber o resultado da operação, estes minutos pareceram horas. Umas largas horas de espera e ansiedade...
Quando a única coisa que nos resta fazer é esperar, tento manter a minha mente ocupada a ler revistas cor de rosa ou panfletos que estão espalhadas pela sala de espera. Mas acabo por bufar em frustração e sento-me cansada na cadeira.
Nunca gostei de esperar nem de fazer esperar, acho que a espera quando se trata de algo positivo, não tens medo da espera, é bom, mas quando não sabes o que está por detrás da porta, hesitas em correr o trinco, pensas duas ou três vezes antes de abrir. Acho que é algo que nos é comum a todos e neste momento eu já corri o trinco, mas ainda estou a ponderar se o que vem é positivo ou negativo. E enquanto fecho os olhos, passam-me diversas atrocidades pela cabeça, porém, respiro fundo e tento manter o pensamento numa frase que a minha mãe dizia muitas vezes: o copo pode estar meio vazio ou meio cheio.Ela dizia que temos que saber como queremos encarar as coisas, se pelo lado positivo, estando o copo meio cheio ou se pelo lado negativo, estando o copo meio vazio.
Eu acho que preciso de pensar que o copo está meio cheio porque pensamentos positivos transformam-se em energias positivas. Energias essas que espero que o Ashton receba e que continue seguro à vida.
*horas depois*
-"Jú tens que ir a casa, estás com um ar péssimo e duvido que essa cara faça bem ao Ash! Temos que o apoiar mas temos que nos manter fortes e bem por ele primeiro. Ele vai precisar muito de nós e sabes bem disso, por isso..." Harry interrompe-se quando repara no enfermeiro, que acompanha o caso do Ash, a dirigir-se a nós. Levantamo-nos os três abruptamente das cadeiras ruidosas daquela, agoniante, sala.
-"Sr. Enfermeiro... Nash? Como está o nosso amigo?" Só agora é que li o nome do enfermeiro, que acompanhava o caso do meu Ash, na sua bata e ele percebeu bem que eu não sabia o nome dele por causa da minha reticência ao dizê-lo, nem sei se o pronunciei bem, mas isso agora não é importante!
-"A operação já terminou, o médico ainda se encontra a dar explicações sobre a medicação e como deve ser vigiado a outros enfermeiros. Por isso não está ele aqui a dar-vos as notícias. Mas apesar das complicações que surgiram por causa do tipo de sangue, conseguimos que o Ashton deixasse de correr perigo. Neste momento encontra-se ainda anestesiado da operação e teremos mais informações quando ele acordar." Ao ouvir isto salto para os braços do enfermeiro a agradecer-lhe por conseguirem salvar a vida da pessoa mais importante para mim.
-"Este é o nosso trabalho, é a nossa função: Salvar vidas todos os dias." Diz o enfermeiro olhando para mim deixando um sorriso envergonhado formar-se na sua cara, apenas por uns segundos, voltando logo à sua postura séria e acabando com parte da minha alegria ao dizer "Só a partir de amanhã é que o vosso amigo pode receber visitas!"
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Queria ter Amnésia | a.i. | hiatus
FanfictionLondres é uma cidade muito grande, tal como todos nós sabemos. Por isso, quais seriam as hipóteses de Júlie se apaixonar pela pessoa errada? Muito poucas. Depois de uma noite cheia de bebedeiras, a celebrar o aniversário da melhor amiga, tudo muda...