13 de Janeiro de 2016
Zayn
Sentei-me em frente de Zoey, a mesma encontrava-se sentada no sofá olhando atentamente os meus movimentos. Pousei as minhas mãos nas suas pernas desnudas. Tinha pedido a Louis que lhe chamasse, e agora aqui estava ela à espera que eu dissesse algo. Não lhe iria contar sobre a Marie, apenas sobre o seu pai, seria demasiado para um só dia.
" Então? O que se passa? " a sua voz transmitia um nervosismo enorme. Metendo-me ainda mais nervoso. " Estas a assustar-me... " declarou num sussurro.
" Sabes, quando menos esperamos as coisas acontecem sendo elas boas ou más. Elas acontecem simplesmente conseguindo surpreender-nos. " lambi os lábios. " E talvez o que eu tenho para te dizer, não te vá deixar minimamente bem... "
" Por favor diz de uma vez! " pede quase que gritando.
" Zoey... o teu pai. "
" O que tem o meu pai? " perguntou já aflita. Permaneci calado e talvez isso a tenha assustado ainda mais. " Zayn o que tem o meu pai? " gritou.
" Zoey, ele... " engoli em seco e tentei arranjar uma forma menos dolorosa para lhe dizer tudo isto. " Ele não está mais aqui. "
" C-Como assim ele não está mais aqui? "
" E-Ele faleceu... " acabei por dizer sem encarar a rapariga, que no mesmo momento se riu, provavelmente não acreditando nas minhas palavras. Dirigi o meu olhar ao seu e suspirei tristemente, uma lágrima desceu pela sua bochecha. " Desculpa... "
abriu a boca umas dez vezes, nada saiu nem sequer um som. Ela estava chocada, desnorteada, ela não sabia o que haveria de dizer ou fazer. " É-É mentira, não é? " inquere levando as mãos à boca, levanta-se e caminha até à janela. Viro-me ligeiramente podendo ver a sua estatura média a puxar os seus cabelos num ato frustrado. Fechei os olhos com força e quando abri os olhos, ela já soluçava e estava caída nos seus joelhos. " Isso é mentira! " murmurou chorando contra as suas mãos. O seu desespero estava a deixar-me desesperado, o seu choro estava a deixar-me triste e eu só queria ver aquele sorriso. O sorriso que ela teve durante a manhã, mesmo estando com a pior pessoa que neste caso é sua irmã, ao seu lado. " Ele não morreu... não... " sussurrou.
Rapidamente me levantei e ajoelhei-me à sua frente abraçando-a. Acabei por me sentar com ela no meu colo, a um canto do escritório, apertei contra mim com a maior força que consegui, tentando acalma-la de alguma forma. As coisas que ela dizia não faziam o minimo sentido, os seus soluços começavam a sufoca-la e o seu choro a cada segundo aumentava. A minha mão passava pelo o seu cabelo e as postas dos meus dedos pelas suas costas tapadas pela minha camisa. Os seus braços envolveram o meu pescoço e a sua cabeça pousou no meu ombro, envolvi os meus braços na sua cintura e fechei os olhos. Sentindo apenas o seu peito a subir a descer e as pequenas gotas de lágrimas no meu peito nu. Dói vê-la neste estado.
" A-A última vez que estive com ele foram à quatro semanas e cinco dias, mais ou menos isso... " sussurrei. " Eu fui a pior pessoa com ele! E-Eu apenas mostrei magoada com ele, nem sequer pude dizer o quanto gostava dele. Eu fui uma merda com ele. " desabafou, encarando os meus olhos por segundos.
Abracei-a mais uma vez e pedi-lhe para que se acalmasse. Como é que eu consigo sentir a sua dor? Como é que ela me faz sentir assim? Eu simplesmente não a quero ver assim. Beijei a sua bochecha demoradamente e em seguida a sua testa. A porta do escritório abriou-se e um Louis um tanto preocupado apareceu no meu campo de visão, levantei o meu olhar até ele e soltei um pequeno suspiro. O rapaz caminhou até nós e sentou-se ao nosso lado, senti a respiração de Zoey no meu pescoço fazendo-me arrepiar.
" Hey Zoey... " Louis tentou falar com ela, mas nem resposta recebeu. " Eu sei que é difícil... " murmurou afagando as costas da mais nova.
" Como está a Marie? " fiz linguagem lábial para o moreno. Não que eu me importasse, mas nem eu consigo ser rude num momento destes. E Marie não é uma pessoa assim tão má.
" De rastos... " assenti levemente com a cabeça. Mais um suspiro escapou dos meus lábios. " Hum... queres sei lá ir dar uma volta, poderíamos ir todos. " Louis supõem agora em voz alta, recebe um aceno negativo por parte da mais nova e eu aperto-a contra mim.
Zoey levantou-se do meu colo e rapidamente saiu do escritório, encostei a minha cabeça à parede e levantei-me pronto para ir ter com ela. Não a quero deixar sozinha, não agora. Talvez o melhor era irmos para casa, lá ela estaria à vontade e sempre teria a Grace para a apoiar. Eu não sei o que dizer para alivíar a sua dor. Sai então do escritório e fui para o quarto de hóspedes, deitei-me ao lado dela e puxei-a para mim e beijei a sua nuca.
" Queres ir para casa? " indago num tom calmo.
" Eu só quero estar sozinha... " sussurra num tom rouco. " Por favor diz-me que é mentira. " suplica em desespero.
neguei levemente com a cabeça. " Eu queria que fosse mentira... " falei baixo, eu não queria que ela ouvisse.
Uma hora depois ela adormeceu de tanto chorar, encontrava-me ao seu lado a abraça-la. Os meus olhos também estavam pesados mas eu não iria adormecer, ela poderia acordar e precisar de mim. Zoey está tão frágil e vulnerável, tão triste e o seu olhar de repente perdeu o brilho. O seu sorriso brilhante e alegre apagou-se e isso magoa-me imenso. Sei que sou o maior cabrão com ela, mas ela não merecia isto. Ela já sofreu demais. Acordei dos meus pensamentos quando a senti ficar inquieta, ela gritou e sentou-se na cama tendo a sua respiração acelerada. Rapidamente me sentei e envolvi o meu braço na sua cintura, ela encostou-se a mim e não demorou muito tempo em ouvi-la chorar.
" Dói tanto... " sussurrou pousando a sua pequena mão no meu peito. " É como se... É como se uma parte de mim tivesse sido arrancada, à força de mim e eu nem sequer tive tempo de me mexer ou dizer algo. Essa parte apenas se foi. " a sua voz sonolenta, cansada, arrastada e triste pronuncia-se.
15 de Janeiro de 2015
Zayn
Sentei-me ao lado da minha e peguei nas suas mãos, encostei a minha cabeça ao seu ombro e funguei. Zayn nestes últimos dois dias tem estado comigo nunca me deixando sem ninguém em casa, e quando chega da empresa em vez de se enfiar no escritório, fica no meu quarto comigo. Dando-me o seu apoio incondicinal, eu pensei que ele não seria ser assim. Sinto-me mal por sempre pensar mal dele, quando ele sempre me revela uma parte de si.
Neste momento ele esta sentado ao meu lado, com sua mão na minha coxa revestidas pelas cólãs de vidro claras, olho para o moreno e ele dá-me um suave sorriso. Desencosto-me da minha progenitora assim que a sua mão agarra a minha, encosto-me a ele e suspiro. Não sei o que me estava a doer mais se era o facto de o caixão do meu pai estar à minha frente, ou facto de ele não estar aqui sentado ao meu lado e não ali dentro. Levantei-me e fui até ao pequeno altar, não tinha preparado um discurso. Queria que as minhas palavras se soltassem livremente.
" Obrigada por terem vindo, o meu pai ficaria muito contente de vos ver aqui... " murmurei para que todos me ouvissem. Quando ia continuar a grande porta castanha abre-se revelando Marie. O que é que ela faz aqui?
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DOUPLE UPDATE!!! U.U
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