16 de Abril de 2016
Zoey
Contorci-me na cama cheia de dores, e resmunguei com Zayn que estava quase em cima de mim, empurrei-o o seu corpo de cima do meu fazendo-o cair no chão e acordar. Ele resmungou qualquer coisa a qual não percebi nada. Virei-me de barriga para baixo, tentando de alguma forma aguentar as cólicas que estava a sentir. O período é uma merda. E depois de ter estado grávida e de ter dito os abortos parece que é ainda pior.
ajoelhou-se no chão e encarou-me suspirando. " Obrigada por me despertares de uma maneira... muito... bruta. "
" Desculpa... " suspirei pesadamente e levei o meu olhar ao seu. " Eu estou a morrer de dores Zayn... " sussurrei em desespero. Eu nunca tive tantas dores na menstruação como tenho agora, são dores insuportáveis.
deu um pequeno suspiro, levantou-se do chão e pegou na botija de água com a qual dormi durante toda noite. " Vou pedir a Grace para preparar algo para comeres. " beijou a minha cabeça. " Vai tomar um banho. " sugeriu.
Arrastei o meu corpo para fora da cama, e ao olhar para a mesma senti as bochechas ficarem quentes se não a ferverem. Voltei a sentar-me e Zayn que ainda se encontrava na divisão olhou-me confuso, sorri nervosamente.
" Eu sei que sujaste a cama, também sujas-te as minhas calças. " tapei o meu rosto com as mãos e grunhi.
" Desculpa... " pedi envergonhada, retirou as minhas mãos do rosto e deu-me um sorriso calmo. " Eu não te queria sujar, a sério foi sem querer. "
" Eu sei. " meteu uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. " É uma coisa normal nas mulheres, e tu não deixas de ser uma. " gargalhou.
" Ugh! Mas não deixa de ser nojento. " encolheu os ombros e puxou-me pela mão, empurrou-me para dentro da casa de banho. " Desculpa. "
" Pára de pedir desculpas, só me sujaste, não me matas-te. " revirei os olhos e fechei a porta. " Despacha-te que temos de ir buscar o Jacob! " gritou do lado de fora.
Despi as roupas que envergava e liguei a água, prendi o meu cabelo num rabo de cavalo e olhei o meu reflexo no espelho. Simplesmente horrível, as minhas olheiras estão cada vez piores, ultimamente na minha cabeça só cabem os meus estudos, o meu part-time na biblioteca. Tenho andado em completo stress, é irritante apenas. E também as coisas com a minha mãe não estão a andar para o melhor caminho, sinto que ela ainda me esconde muitas mais coisas. Mas o quê? Tudo à minha volta me deixa desgastada, tudo à minha volta me deixa sem forças. Em quatro messes vivi mais do que dezoito anos: perdi dois filhos, perdi o meu pai, descobri que tenho dois irmãos, fui vendida, sofri nas mãos de duas pessoas que não me eram nada na vida e agora uma delas é me tudo. Se eu contasse a minha pequena história ninguém acreditaria, provavelmente chamariam-me de louca? Diriam que eu estou maluca, e que preciso urgentemente de ser curada. Se me dissessem que eu iria passar por tudo isto, eu ter-me-ia rido na cara da própria pessoa que mo dissesse.
Agora eu posso ter tudo, um namorado, dois irmãos, alguns amigos e uma criança. Mas nenhum dessas coisas pode curar as feridas deixadas em mim, são demasiado profundas para serem curadas com coisas simples da vida. Elas irão permanecer comigo e ninguém pode mudar isso, porque as coisas que acontecem no passo continuam a perseguir-nos no presente e no futuro, mesmo que não queiramos. Por exemplo o meu pai morreu, e o futuro não faz com que eu me esqueça o porquê de o odiar tanto. Tudo o que aconteceu na minha vida, trouxe à tona os meus verdadeiros progenitores. Passei dezassete anos da minha vida a viver uma estúpida ilusão, a achar que éramos uma família unida, que nada nos poderia fazer ir abaixo.