Na manhã seguinte Dulce desceu a escada esperando ser bem-vinda por seu pai. Pôs o suéter cinza que ele lhe tinha enviado no mês anterior. Diminutos botões de pérola o fechavam em um cós justo por cima de seus peitos. Calçava sapatos baixos e um colar de pérolas no pescoço. Confiante e segura de si mesma, Dulce se sentia capaz de escutar as perguntas de seu pai, sua insistência para que voltasse para casa por um tempo. Em lugar disso, quando entrou no familiar quarto fracamente iluminado, encontrou-se com Christopher.
Ela ficou de pé, imóvel e silenciosa, enquanto permanecia de frente com ele do outro lado do cômodo. Os olhos dele, de um brilhante castanho e cheios de malvados secretos, observaram-na atentamente. Grossas e negras sobrancelhas emolduravam as brilhantes esferas, tal como seu grosso e negro cabelo emoldurava os selvagens traços de seu rosto. Suas maçãs do rosto eram altas e afiadas, seu nariz um arrogante talho descendente em sua cara. Seus lábios eram largos, e podiam estar cheios e sensuais ou finos pela cólera. Agora, ele parecia simplesmente curioso.
Seus braços estavam cruzados sobre o peito largo e musculoso, seus tornozelos cruzados enquanto se apoiava no encosto de um sofá, de tal maneira que estavam se enfrentando de longe.- Onde está Papai? - perguntou Dulce, lutando contra sua excitação e seus próprios desejos irrefreáveis.
- Teve um atraso. Espera, possivelmente, estar em casa amanhã - disse ele, calmamente.
- Possivelmente? - ela sossegou apenas o tremor em sua voz.
- Possivelmente - ele se ergueu de sua postura preguiçosa, observando-a com uma intensidade que lhe estreitava os olhos, e que o fazia a ela ter os peitos e a intimidade pulsando. Maldito fora ele pelo efeito que tinha nela.
- E não me poderia ter-me dito isto ele mesmo? - questionou nervosamente, olhando-o avançar para ela, decidida a manter sua posição.
- Estou certo que ele ligará, eventualmente - a voz de Christopher era lenta, arrastava-se penosamente, rouca pela tensão e a excitação. Dulce fez tudo o que pôde por manter seus olhos na cara dele, em lugar de lhes permitir descer para ver quão grosso se pôs o vulto em suas calças. Ela soube com toda certeza que a pulsação em sua intimidade se intensificou.
- Então se alistou como voluntário para o comitê de boas-vindas? - ela estava ofegante, e soube que ele o poderia ouvir em sua voz. Os olhos de Christopher obscureceram com o conhecimento, fazendo com que o batimento do coração dela se intensificasse ainda mais.
Ele se aproximou sem deter-se, até estar a alguns centímetros dela. Dulce podia sentir o calor de seu corpo, lhe fazendo sentir um formigamento em suas terminações nervosas. Era alto, muito mais largo que ela. Ela se sentiu de uma só vez ameaçada e segura. As emoções alternadas a apanharam, incapaz de mover-se, sem vontade para correr.
O sangue corria por suas veias enquanto ela tratava de dar sentido aos poderosos sentimentos que estavam atravessando seu corpo e sua mente. Dois anos tinha pensado nele, tinha lutado com a tentação que ele representava e o ardor que inspirava.- Sempre estou aqui para te dar a boas-vindas, Dulce - ele sorriu, essa lenta raridade de seus lábios que fazia com que os músculos do estômago dela se esticassem. - Mas tenho que admitir, estava mais que ansioso depois de falar com você ontem.
A cara dela flamejou, fazendo-se o eco de seus gemidos e sua luta por respirar através do clímax sussurrado diretamente a sua mente. A voz de Christopher, rouca e profunda, áspera por sua própria excitação e logo por seu próprio clímax, incitava-a.
Dulce engoliu a saliva enquanto mordia o lábio em nervosa indecisão. Lhe estendia a mão? Ou deveria escapar dele?
- Cão perseguidor - resmungou, mais zangada consigo mesma que com ele.
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Rendição - Adaptada Vondy
FanfictionChristopher desejou Dulce durante anos. E ele a avisou várias vezes e também a advertiu de como ela o desejava. Atada a sua cama, sob sua dominação, rendida a seus desejos... → Desde já, aviso que essa fanfic contém material de caráter sexual, mas...