Transtornos mentais são condições de anormalidade, sofrimento e comprometimento de ordem psicológica, mental ou cognitiva. Em geral, um transtorno representa um significativo impacto na vida do paciente, provocando sintomas como desconforto emocional, distúrbio de conduta e enfraquecimento de memória.
Mark estava diagnosticado com transtorno mental. No caso, três.
O primeiro havia sido descoberto após vários exames. O causador de, talvez, seu estado atual. Mas voltamos ao passado; aos seus quatro anos e meio. Algo havia mudado naquela criança, que costumava ser alegre e sorridente. Os olhos inocentes, que costumavam ser brilhantes, perderam sua forma aparentando sempre a beira do desespero e do pânico. Choros se tornaram constantes, quase sempre escandalosos e dificilmente controlados apenas pela mãe do pequeno menino.
A senhora Tuan era uma jovem mãe no auge de seus vinte e três anos. Muito bonita aos olhos de todos que poderiam ter um pouco de sua ilustre presença. Tamanha beleza estava sendo afetada pelo filho. A mulher fora se cansando do trabalho que o garoto causava. Não possuía tempo para gritos e lágrimas; estava ocupada demais gastando a grana do marido rico.
Quando chegara ao seu limite – após duas semanas – procurara, finalmente, um médico. Mas o diagnóstico apenas serviu para lhe deixar com certa raiva ao invés de preocupação. O pequeno Mark havia desenvolvido Pensamentos Intrusivos.
Após isso, a vida daquela pequena família se tornara um verdadeiro caos. O senhor Tuan estava revoltado. Achava um absurdo bancar psicólogos, remédios e exames por algo que, aparentemente, era manha de criança. E a senhora Tuan estava odiando ter uma vida de dona de casa, atendendo todas as possíveis necessidades do filho.
Por fim, ambos os pais, cansados com toda aquela situação, tomaram uma decisão. O pequeno Mark fora internado no maior centro psiquiátrico que havia na grande cidade de Nova Iorque.
Pode se dizer que sua infância fora difícil. Ainda mais com a ausência dos pais, que apenas o visitavam em algumas datas comemorativas. Era complicado se manter em um estado mental normal; chegara ao ponto onde os médicos o mantinha dopado para controlar os surtos. Foi quase sempre assim. Até que aprendera controlar, aos poucos, aqueles pensamentos perturbadores. Livros, pinturas, desenhos e músicas. Tudo era válido para manter a mente ocupada e longe de "problemas". Crises não eram mais tão frequentes.
O segundo transtorno aparecera quando fizera quinze anos. A adolescência era uma fase complicada para qualquer ser humano. Hormônios e confusões sentimentais em choque a todo instante. E tudo seria ainda mais duro para quem passara a vida inteira preso em um quarto. Talvez o ambiente tenha ocasionando aquilo. Ou, talvez, tenha sido o estilo de vida. Poderia até mesmo ser culpa dos pais ausentes ou a falta de amigos.
Na real, Mark não ligava para qual seria a origem daquele problema. Ele passara a perder o interesse pelas coisas mais complexas que a vida lhe proporcionava. O desânimo estava mais frequente. O cansaço já havia se tornado algo natural; juntamente as dores agudas que se espalhavam por seu corpo magro sem alguma razão para tal. Ficar encolhido na cama ouvindo música ou lendo algum livro eram seus planos todos os dias. A depressão é uma doença cruel. Destrói por dentro e te obriga a parar de viver. E fora por causa dela que surgiu o terceiro e último transtorno. E pode se dizer que este era o mais leve, mas era o mais viciante.
São muitos e variados os meios que podem ser usados na automutilação: lâminas de barbear ou facas, queimaduras, tesouras, mordidas. Infelizmente - ou felizmente - um hospício não era o melhor lugar para cometer esse ato. Objetos cortantes ficavam o mais longe possível dos pacientes e quase sempre estavam acompanhados por alguém; seja médico ou psicólogo. Todas as situações estavam propícias para que aquilo não ocorresse. Mas não era como se tivesse impedido que os cortes surgissem na pele alva de Mark; mais detalhadamente, em seus pulsos e coxas.
Arealidade era dura. Machucava. E, talvez, fora por causa disso que, em seuaniversário de dezoito anos, ele aparecera.
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Paradise
FanfictionO mundo era a coisa que mais fascinava os sentimentos de Mark. Era assustador. Era complicado. Era intrigante. Era do jeitinho que tinha que ser. Mas sua felicidade estava no mundo dos sonhos, onde podia encontra-lo. Seu verdadeiro mundo. Seu paraí...