My Dear Dream

Capítulo 5

- Eu não vou enfrentar você- gritei para ele me apoiando no vidro abaixo de mim que me cortava. Ele me encarou e sorriu de lado.
- É o que veremos- ele se aproximou de mim, segurando meu tornozelo com uma mão e começou a me puxar pelos fragmentos de vidro. O destino era até a cadeira no canto da parede, onde eu já havia sido amarrada uma vez e estava sendo amarrada de novo.
- Você acha mesmo que ele vem te buscar? Eu duvido muito- ele falou colocando se rosto em frente ao meu.
- Se duvidasse, eu não estaria aqui- respondi sorrindo cinicamente e senti meu braço ser rasgado por uma faca que ele empunhava. Eu não gritei, nem gemi de dor. Não iria dar esse gostinho a ele.
- Vamos lá Anne, me conte os planos dele- James estava apoiado na cadeira em que me amarrou e perguntava com o rosto bem perto do meu.
- Não- respondi trincando os dentes. Era exatamente como me lembrava, a conversa, tudo.
- Quando você resolver abrir a boca a gente conversa- ele respondeu e amordaçou minha boca com um pano branco.
Observei ele caminhar até a outra porta da pequena sala e sair por ela.
Comecei a tentar soltar minhas mãos, machucando-as com o atrito da corda com a pele. Eu não iria ficar parada, esperando Justin vir me buscar, eu faria alguma coisa. Dessa vez eu não vou esperar.
Minha mão direita se soltou da corda e eu consegui desamarrar a esquerda que ainda estava presa da cadeira.
A mordaça estava frouxa e foi fácil tirar enquanto me levantava.
Peguei uma das pernas da mesinha de centro quebrada e um pedaço grande de vidro que ficou no bolso do meu casaco de moletom.
Segurei o pedaço de madeira em minhas mãos firmemente.
Me posicionei ao lado da porta e esperei alguns minutos até a maçaneta girar. Baixei minha mão que estava acima da cabeça acertando James que cambaleou para o lado.
Fiz o mesmo movimento mais algumas vezes ates de pegar o pedaço de vidro e pregar em seu pescoço. Com meu aperto, o vidro cortou a palma da minha mão, fazendo pingar no chão empoeirado.
- Vagabunda- James pressionava o ferimento, depois de tirar o caco de vidro que não foi tão fundo como gostaria, não acertou em um local fatal- tem noção do que fez?- ele deu um passo em minha direção, então o acertei com minha arma improvisada mais uma vez nele.
A pancada foi forte o suficiente para faze-lo cair no chão.
Me recostei na parede encarando o cara que me prendeu em cativeiro por duas semanas. Justin não me achava, e tinha que admitir que estava bem escondida.
Escorreguei até o chão encarando o rosto bonito que estava parado, imóvel. O sangue começou a se espalhar pelo chão, fazendo tudo ter um cheiro metálico horrível. Ele estava morto.
James era um cara bonito até Justin mata-lo. Ele me sequestrou em busca de informações sobre Justin, que não me contava nada sobre trabalho para prevenir uma situação dessas. Na vida real, Justin chegava em um dia depois de James ter me torturado o bastante para me fazer desmaiar. Ele morreu tão rápido naquele dia que eu nem cheguei a ver quando Justin atirou nele.
O cara foi meu pesadelo por alguns meses quando cheguei na casa do Bieber.
James era o tipo de cara que fazia de tudo pelo que queria, e ele era o maior rival de Justin nessa coisa toda de tráfico de drogas, porque quando Justin ainda estava no começo e era um dos únicos da cidade, James já estava no topo a alguns anos.
O sucesso de Justin no tráfico se deu ao fato dele ter se juntado a traficantes menores e ter feito um império investindo dinheiro, que agora sei que era de seu avô.
- Agora você está no chão James- murmurei sorrindo de lado enquanto me levantava. Atravessei a porta e me vi em um quarto. A luz da rua iluminava o quarto de Justin enquanto ele dormia e eu caminhava em sua direção.
A chuva era audível do lado de fora da casa enquanto me deitava ao seu lado.
Eu tinha certo medo de algumas tempestades fortes como a de hoje e sempre ia dormir com meu irmão quando era pequena, mas como não estava mais na casa dos meus pais, ficava com Justin por conta do medo. Foi assim que nos aproximamos, uma noite eu estava na sala com medo da chuva e ele me confortou até dormir no sofá. No dia seguinte eu já estava na minha cama dormindo tranquilamente.
Observei seu rosto sereno e sorri com a visão. Me levantei da cama depois de alguns minutos o observando. Fui até a porta e atravessei ela me vendo mais uma vez naquele quanto de hospital na situação real e atual.
Justin ainda estava ao meu lado, segurando minha mão enquanto cantarolava olhando em meu rosto. Marco estava em pé di outro lado da cama e sorria vendo Justin cantando para mim.
- Você realmente gosta dela- Justin assentiu sorrindo sem parar de cantar uma música que eu adorava.
- Eu a amo- sorri vendo sua mão acariciar a minha. Eu conseguia sentir o toque de sua pele na minha enquanto acariciava as costas da minha mão com os dedos.
- Você encontrou ele- Justin perguntou sem tirar os olhos do meu rosto.
- Não- Marco respondeu caminhando pelo quarto- ele se escondeu muito bem.
Eu sabia que eles estavam falando do meu pai biológico, sabia que eles estavam a sua procura.
- Já se passaram três dias, ela não vai acordar?- Justin perguntou a ninguém em específico. Só fazia três dias? Para mim parecia tão mais.
- Eles estão esperando o inchaço baixar, para poderem retirar a bala sem nenhum risco- coloquei a mão perto de meu peito lembrando da bala que havia levado.
Suspirei, ou tentei, vendo Justin se levantar e ir até a porta do quarto.
- Vou ligar para Chris, ver se tem novidades- ele abriu a porta e se deteve olhando para meu corpo inconsciente na cama- não quero te aborrecer com esses assuntos Anne, volto já.
E ele saiu, deixando meu corpo na cama, esperando ele voltar para receber um beijo, porque eu sentia falta dos beijos de Justin, e quando eu estava aqui, conseguia sentir o toque. Esse era o máximo que eu conseguia chegar perto dele no momento.

Olha quem apareceu, sei que foi mais demorado que os outros, e eu sinto muito. Não tem muito sobre o James porque ele não é um personagem importante, eu queria mostrar como era a vida da Anne nos meses antes da história começar então a maioria dos personagens não é importante, apenas a mãe biológica.
Por hoje é só, comentem e derm favorito no capítulo, bjuu.

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