XIII

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O odor de madeira e vinho preenchia a saleta em que Danies se encontrava

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O odor de madeira e vinho preenchia a saleta em que Danies se encontrava. A lenha crepitava na fogueira, as labaredas laranja e azul rodopiando na pequena construção no centro do recinto. O barulho da chuva havia ficado para trás das portas; as janelas embaçadas.

Um corredor iluminado e cheio de retratos se estendia até o fim da casa, e antes dele, uma escada em espiral indicava o piso superior. O homem estava em uma cadeira macia e confortável, observando cada pequeno detalhe da mansão. O chiado da garoa rodeava seus sentidos, mas o farfalhar de um vestido se sobressaiu.

— Danies Schan, o Lenhador. — A senhora Failson disse, descendo a escada com maestria. — É um prazer tê-lo em minha casa.

Ele se levantou instantaneamente e fez uma breve saudação. A roupa dourada e azul da mulher brilhava conforme ela descia a escada, as chamas da lareira refletindo nas jóias em seu pescoço.

— Pedi para que ficasse aqui até a chuva cessar. Obrigado por permitir.

— Não precisa agradecer nada, Schan. Você já é conhecido por aqui.

Danies engoliu em seco. Não admirava a ideia de ser familiarizado com os Failson. Porém, não seria agradável ser inimigo deles. Estava em um meio termo interessante.

— Fico grato pela sua cortesia de qualquer forma.

Um gesto de mãos delicadas pediu para que ele se sentasse. A dama estalou os dedos, e um criado surgiu dentre o corredor: a bandeja de café e biscoitos em mãos.

— Gosta de chá? — Perguntou a mulher, oferecendo uma xícara. — Espero que goste de maçã.

O servo ofereceu uma variedade de biscoitos de chocolate, mel e frutas. Danies pegou um de chocolate, apenas para não machucar o ego da senhora. Não confiava o suficiente naquela família para comer a mesma comida que eles.

— Você acompanhou o prisioneiro chegando à cidade? — A voz doce e profunda puxando a máscara de aço invisível do homem. — Ouvi que ele irá ser mais livre do que nós mesmos.

— Eu não duvidaria — Riu o homem, levando o chá à boca.

— Por quê?

— Acredito que não somos bem tratados há um bom tempo — A massa crocante do biscoito quebrou em sua boca. — Mas é tudo uma questão de ponto de vista.

Ela reposou a xícara sobre o colo.

— E qual é o seu ponto de vista, Lenhador?

Gelo - Uma Rainha Sem PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora