Capítulo 12

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Ross's POV

-Sim Laura, tu contaste, mas se visses a forma como tu falavas com ele ao telemóvel. Qualquer um consegue ver, Laura. – digo elevando cada vez mais a minha voz - E o que mais me irrita nisto tudo, não é o facto de teres uma boa amizade com o teu ex-namorado, é o facto de nem tu te aperceberes que ainda gostas dele e brincares com os meus sentimentos. – digo, explodindo

-Ross, por favor, acredita em mim! Não há nada entre mim e o Andrew, isso acabou há três anos! – ela diz, mas parte de mim não consegue ouvi-la falar e dizer todas as coisas que ela está a dizer neste momento.

Não consigo ouvi-la. Não quero ouvi-la. Não depois de todas as coisas que contamos um ao outro naquelas madrugadas.

Ela falou-me do Andrew.

Disse que ele era muito especial e que teria sempre um lugar importante na sua vida. Falou-me da sua relação com ele, dos bons e maus momentos. Mas, há pouco, quando a ouvi falar ao telemóvel, com aquele tom de voz, aquela doçura e ternura que ela expressava em cada palavra, simplesmente não correspondia ao que ela me dissera.

Que tudo tinha acabado entre eles!

-Não consigo. – é tudo o que o sai pela minha boca, virando-lhe as costas.

Vou bagueando pelo Havaí, com apenas a minha carteira e o telemóvel, que se encontrava desligado, ao fim da terceira chamada de Rydel.

Os meus pensamentos são dominados por ela.

Pela morena que entrara na minha vida sem permissão. Gosto de ter tudo controlado e sei que ela me descontrola, quer seja com o seu sorriso, o seu andar, a sua maneira de ser.

O tempo com ela passa a voar, e isso assusta.

Assusta-me.

Tudo com ela é melhor, e tudo com ela parece que é certo.

O difícil torna-se fácil, o aborrecido torna-se divertido, o futuro é uma certeza e o presente um mistério.

O dia ia passando e não havia um segundo em que não pensasse nela e na nossa discussão. E, de cada vez que me lembrava, o meu interior era consumido pela raiva, mágoa e dor.

Apenas queria que ela fosse sincera comigo, tal como eu sempre fui com ela.

Eram 21h quando decido regressar ao hotel. A minha cabeça continuava confusa e já começava a doer. Ligo o meu telemóvel, assim que chego ao quarto, e vejo que, para além das cinco chamadas de Rydel e de mais algumas notificações, tenho uma mensagem de Rocky a avisar-me que estavam no cinema e que iriam chegar mais tarde.

Depressa me apreço em lhe responder, dizendo que estava tudo bem e que estava no hotel, quando, no meu telemóvel, soa de novo o toque de notificação.

No visor pude ver que era um novo e-mail da Australian National University. Sinto todo o meu corpo congelar.

Será o resultado da minha candidatura? É o que me passa pela cabeça.

Continuo inúmeros minutos a encarar o telemóvel. O nervosismo aumenta assim que o meu polegar direito carrega sobre o e-mail para o abrir. Sinto as minhas mãos transpirar, à medida que os meus olhos percorriam cada linha do conteúdo do e-mail, absorvendo cada palavra.

Eu fui aceite!

Eu entrei na melhor universidade da Austrália para frequentar um curso exclusivo de fotografia de três meses.

-Eu entrei! – digo em alta voz, ouvindo a porta do quarto bater

-Oi! – soa pelo quarto

-Rydel, anda aqui ver isto! – chamo, mas ela não me responde

És simplesmente perfeita - Em atualizaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora