Difícil Te Esquecer

Culpa

Rick
Estou no escritório do meu pai. O todo poderoso Sr. Presidente das empresas Alemberg, estamos discutindo como sempre, mas como já estou muito irritado deixo ele falar sozinho. Ele agora esta no seu discurso e eu fingindo que o estou ouvindo. Já sei o que ele esta falando, já ouvi milhões de vezes.
- Henrique meu filho você tem que se ajustar, não pode apenas trabalhar aqui, meio período e gastar o resto do tempo naquele estúdio. Como vou confiar q você a presidência dessa forma? Precisa se dedicar integralmente as empresas.
Meu pais passou a vida se dedicando aquela empresa para tornar o império que é hoje, e desde o começo a dirigiu com mão de ferro, dedicou - se exclusivamente a ela esquecendo da esposa e filho.
Eu não queria isso para mim, não que eu quisesse casar, eu tinha outros planos, era pintor, mesmo que ainda fosse apenas amador, um hobby que meu pai nunca aceitou, um hobby que eu queria na minha vida para sempre. Pintar era a minha paixão, eu amava fazer isso, pintar me relaxava, acalmava, me dava prazer acima de tudo. Trabalhar na Alemberg, era bom, eu gostava, fiz faculdade que meu pai queria, me apaixonei pela empresa desde pequeno, as vezes vinha somente para vê-lo, a amava por tudo que ela representava para minha família. Mas não deixava a pintura por nada. Pintar era viver, era me libertar.
- Você tem que ser estável. Tem que mostrar estabilidade para o conselho. Eu quero me aposentar, e você será em breve presidente não pode perde tempo em festinha e muito menos nesta besteira de ser pintor, isso não da futuro.
Sabia o que ele ia falar em seguida. Já não bastava tudo que eu consegui como diretor executivo, ele queria sempre mais, não desmerecendo ninguém, mas gracas a mim consegui levar as empresas Alemberg para o exterior em quatro anos coisa que eles vem tentando a mais de cinquenta. Porém meu pai queria mais. Enquanto não me visse vivendo exclusivamente para a Alemberg ele não me deixaria em paz e nem se aposentaria.
- Acho que ta na hora de você se casar. Formar uma família. Criar responsabilidade. Como é o nome daquela garota? Larissa, Marisa? Ela me parece uma excelente escolha. Menina estudada, de família - com certeza já estava pensando em netos também. Era o fim pra mim já era o suficiente.
- Pai eu não tenho nada com ela. Clarissa é apenas uma amiga - falei me levantando. Dando por encerrado o assunto - tenho que ir Alex está me esperando.
Graças aos céus, nesse mesmo instante Alex entra na sala sem bater e vai direto no meu pai e o abraça.
- Iai tio. Tudo bem? Temos que marcar um dia para nos sairmos, para curti. Tou sentido falta - Alex fala todo cheio de graça.
- Tou velho meu filho. Tou precisando de descanso. Precisando que seu primo crie juízo, e assuma a empresa sabe como é.
- Vixe! Entrei na hora certa para salvar você primo? Tio relaxa Rick vai asumir seu lugar logo, logo. Mas temos que ir hoje tem uma festinha nos esperando - diz todo risonho tentando convencer meu pai. E ele sempre consegue, ao contrário de mim.
- Assim espero filho. Boa festa. Lembranças ao seu pai.
Com isso saímos antes que ele comesse outro discurso e me aborreçesse mais ainda.

Não estava afim de sair, principalmente para essas festas que Alex ia. Gostava mais de ficar em casa com uma boa companhia ou no meu estúdio. Mas Alex insistiu eu fui. Era no apartamento de um antigo amigo da faculdade, ficava na cobertura de um prédio próximo a praia. O meu estúdio e apê ficava do outro lado próximo ao centro e a Alemberg. Chegamos lá a musica alta, cheiro de cigarro, álcool misturado com perfume enchia o local, muita gente para aquele espaço. Tinha muita mulher bonita, e encontrei alguns colegas, fui para o bar atrás de uma bebida. Quando uma morena muito gostosa apareceu, se jogando toda pra cima de mim e como não sou de ferro não resisti, o bom dessas festas e que ninguém voltava para casa sozinho. Tomei alguns drinks e puxei a morena para dançar.  Dançamos na pista, parecia que estavamos transado, e aquilo me deixou duro como um louco, puxei a morena pela cintura já muito excitado, e começamos a nos beijar loucamente. Era muito gostosa e serveria para hoje, tava precisando relaxar, fazia uns dias que não dava uma boa trepada. Deixei a morena em um sofá só ia atras de uma bebida quando vejo, Clarissa e Elise a namorada de Alex, esse tinha sumidon com certeza tava em algum quarto fodendo alguma mulher. Sorri e me aproximei delas, já que não dava para fugir. Clarissa sorriu, Elise me olhou feio, depois voltou o olhar para a morena que eu tinha deixado no sofá
- Onde esta Alex? Espero que não esteja se divertindo igual você. - falou Elise olhando para a morena que me esperava. Sorri, porque meu dia tava sendo péssimo e não tava para aguentar mais drama. Clarissa que parecia triste continuou calada.
- Ele foi ao banheiro ou sei lá não sou babá dele - tentei enrolar, já de saco cheio - vamos beber algo. Falei como uma ordem, para não ter discussão.
Seguimos para o bar, comecei a beber e nada de Alex aparecer ele tava demorando demais eu estava ficando sem paciência. De repente Clarissa começou a puxar assunto toda animada, fico imaginando qual a motivação do repentino bom humor. Quando olho para a morena ela não ta mais só tem um cara conversando com ela. Fico com ódio de Alex cade aquele filho da puta, minha tia que me desculpe, mas ele iria me pagar caro aquele infeliz. Depois de meia hora e ele aparece todo sorridente, Elise olha com ódio o chama num canto, e de longe da para ver que tão brigando.
- Rick eu sei que você não quer nada sério, que não quer se envolver. Mas se você quiser podemos repetir a dose, sempre que quiser - disse Clarissa, mostrado o decote, se insinuando toda. Clarissa era gostosa, na cama então era demais, entretanto eu não era idiota sabia que ela tava doida para me prender numa coleira, como a amiga dele vem tentado há dois anos fazer com o Alex. Acho que Elise não está tendo tanta sorte. Clarissa era loira, cabelos liso, olhos castanhos quase mel, linda corpo perfeito e alta do jeito que eu gostava era modelo da revista de meu tio, pai de Alex. Ela me dava tesão e tudo, mais num queria me envolver - se precisar e só me ligar, falou passando a mão na minha coxa e subindo lentamente.
- E claro que ligarei - falei sorrindo já me animando com a ideia, com a morena tinha furado já tinha perdido ela de vista, e estava com um tesão da porra não ia fazer mal sair de novo com a Clarissa- Mas você já esta aqui não preciso ligar.
Falei puxando pela cintura, para que sentisse minha ereção que ja estava me matando. Ela sorriu vitoriosa, me puxando para um sofá sentou em minhas pernas e começou a me beijar. Minutos depois Alex, aparece puto da vida, e Elise puxa a amiga para longe, Clarissa sai sendo arrastada tentando se solta da amiga reclamando com a amiga. Olho puto de raiva para Alex.
- Porra cara. Essa é a segunda transa que perco hoje por sua culpa. Se você não quer foder hoje problema seu - ele me olha com a cara mais descarada do mundo.
- Já tou satisfeito por hoje. Encontrei uma loirinha ainda pouco, que o que tinha de pequena, tinha de safada - suspira lembrando e fica sério de novo - vamos embora cara que essa festa já deu o que tinha que dar. Se eu não for agora Elise arranca meu bem mais precioso. Ele fala olhando para as calças.
Saio da festa puto, xingando ele até o carro, por que infernos não vim no meu carro, se tivesse vindo tinha ido embora com aquela morena ou com Clarissa, tanto faz o que eu sabia e que estaria fodendo alguma mulher longe daqui.
Entro na Land Rover de Alex, puto ligo o som bem alto, num quero nem olhar para a cara desse desgraçado, se não soco a cara dele toda, para tirar aquele sorrisinho descarado. Já é madrugada o trânsito tá calmo. Estamos num bairro perto do centro. O telefone de Alex toca deve ser Elise tentando confirmar se ele já ta em casa.
Tudo acontece muito rápido, ele pega o celular, porém o derruba no chão, ele esta em alta velocidade, quando passa no sinal não percebe que tinha fechado, não dá tempo ele parar o carro. Ele bate em cheio num corolla preto. Saio do carro tonto. Por que inferno eu sai de casa mesmo? Olho para o outro carro completamente destruído do lado do motorista que já esta desacordado.
- Droga Alex. Olha a desgraça que aconteceu. O cara tá horrível. Liga pra uma ambulância, puta que pariu.!
- Tá certo. Já tou ligando. Se acalma - ele ligou, disse o local, quando desligou disse - temos que ir, não podemos ficar vai dá merda. A ambulância esta chegando.
- Porra olha a desgraça que aconteceu e você quer ir embora? - tava com vontade de e soca - lo.
- Rick pensa comigo se o pai e o tio sabe disso estamos ferrado. Sem falar que com certeza a mídia vai já chegar. Eles vão nos matar. Pense nas empresas. Na nossa família.
- Mas o cara e a garota?
- Eles vão ficar bem nós se informa depois. Cara vamos logo! - a droga do celular dele começa a tocar.
- Atende essa porra logo antes que eu o quebre. - falo puto de raiva se não fosse a desgraça desse celular estaria tudo bem - me espera volto já.
Me aproximo do carro. O cara está desacordado, a garota está chorando tentando acorda-lo, não sei o que aconteceu comigo, dou a volta no carro, me aproximo dela não consigo resistir. Ela está de costa com um vestido vermelho lindo em contraste com sua pele branca, ela tem um cabelo ruivo, um cobre intenso em forma de cachos na altura do ombro. Toco seu braço sinto um arrepio, ela vira mais não olha no meu rosto, esta tremendo. Tenho vontade de abraçar - lá bem forte, de cuidar, mimar e dizer que tudo ficará bem, parece tão indefesa, tão perdida. Quero ver seus olhos, seu rosto. Toco seu queixo e levanto seu rosto antes ansioso para ver seus olhos, então ela desmaia.
Fico pasmo, ela é linda, perfeita, parece um anjo. Rosto delicado, nariz pequeno, lábios carnudos que da vontade de beija - los, morde - los. Linda demais. No mesmo instante me arrependo de tudo que fiz. De ter ido aquela maldita festa, daquele acidente, juro, me arrependo se todos os meus muitos pecados. Se arrependimento matasse eu estava morto no céu junto com esse anjo, ou no inferno para ser mais preciso. Mas um arrependimento que sei que vai me seguir para sempre é ter olhado, para aquele rosto, aquela boca, aquela mulher irá me assombrar todas as noites, não importa onde esteja, em todos os meus sonhos, como um anjo dos cabelos ruivos e olhos que nunca poderei ver. A partir desse dia minha vida mudará, dali em diante nunca mais serei o mesmo.